Paisagens e releituras protagonizam exposições inauguradas em Porto Alegre

Duas novas exposições, nesta semana, ampliam a oferta de artes visuais para os porto-alegrenses. Em destaque, obras que retratam a paisagem e trabalhos de artistas inspirados por outros mestres dos pincéis.

Abre na quarta-feira (19), véspera de feriado, a nova mostra do Museu de Arte do Rio Grande do Sul (Margs). Paisagem e memória, com curadoria de José Francisco Alves, tem um amplo conjunto de obras que mostram cenários rurais e urbanos, com trabalhos de 43 artistas, a maioria em pintura, mas também em gravura, desenho e fotografia. Vernissage a partir das 19h, nas galerias Iberê Camargo, Oscar Boeira e Pedro Weingärtner.

Conforme Alves, as telas exibem paisagens de colheitas, fazendas, matas, colinas, praias, casarios e praças. Obras que evocam memórias e registros captados pelos artistas, trabalhos realizados ao ar livre, nos próprios lugares ou mesmo nos ateliês, sob esboços ou baseados em fotografias.

Entre os artistas, há nomes como Ado Malagoli, Angelo Guido, Cândido Portinari, Carlos Scliar, Di Cavalcanti, Glauco Rodrigues, Glênio Bianchetti, Iberê Camargo, João Fahrion, Leopoldo Gotuzzo e Pedro Weingärtner.

De acordo com Alves, o título da mostra Paisagem e memória remete ao livro homônimo de Simon Schama (1995), o qual também reforça a ideia de que "a paisagem é obra da mente", a qual "compõe-se tanto de camadas de lembranças quanto de estratos de rochas", eis que "natureza e percepção humana" não são campos distintos, na verdade, são "inseparáveis".

Schama propõe um olhar para "redescobrir o que já possuímos", uma "exploração do que ainda podemos encontrar". De certa forma, é o que propõe a exposição de paisagens do acervo do Margs. Com entrada franca, a visitação acontece até 18 de novembro, de terça-feira a domingo, das 10h às 19h.

Para celebrar os 80 anos da Associação Rio-grandense de Artes Plásticas Francisco Lisboa (Chico Lisboa), a instituição inaugura nesta terça (18), às 18h, uma mostra comemorativa. O evento de abertura conta com apresentação musical Meu Brasil brasileiro, de Liana Timm e Gilberto Oliveira, às 20h, com entrada gratuita.

O curador José Francisco Alves e a curadora-assistente Cláu Paranhos convidaram artistas para realizar releituras de ícones da associação. Com o título de Mestres reinventados, a mostra fica em cartaz na Galeria do Dmae (24 de Outubro, 200) até 19 de outubro: as visitações acontecem de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h30min.

O recorte é composto por trabalhos de 14 expoentes da cena contemporânea. Eles próprios escolheram seus homenageados. Ana Norogrando, por exemplo, revisita Xico Stockinger; enquanto Beatriz Balen Susin celebra Gênio Bianchetti, e Ricardo Giuliani relê Carlos Scliar. Ícones como Ado Malagoli e Vasco Prado também são lembrados - respectivamente, por Paulo Chimendes e Rogério Livi.

A lista completa conta com trabalhos de Antônio Augusto Bueno (destacando João Faria Viana); Bebeto Alves (Glauco Rodrigues); Eleonora Fabre (Zorávia Bettiol); Fernanda Martins Costa (Trindade Leal); Gilberto Perin (Liana Timm); Nilton Santolin (Carlos Petrucci); Paulo Chimendes (Carlos Scliar); Rosane Moraes (Enio Lippmann); Verônica Vaz (Mário Röhnelt); e Wilson Cavalcanti (Paulo Peres).

A Chico Lisboa foi fundada por um grupo de artistas em agosto de 1938, em uma época em que espaços para exposições não eram comuns. A trajetória da entidade também inclui a realização de salões oficiais da associação e de eventos como o Salão de Artes Plásticas da Câmara Municipal de Porto Alegre, feiras de gravura e outros encontros.