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Cultura

- Publicada em 15 de Agosto de 2018 às 01:00

Peça 'O pai', com Fulvio Stefanini, é atração no Theatro São Pedro no fim de semana

A peça de caráter dramático está em cartaz pela primeira vez a Porto Alegre

A peça de caráter dramático está em cartaz pela primeira vez a Porto Alegre


EMILIO LISBOA/DIVULGAÇÃO/JC
Frederico Engel
Relacionamentos podem ser complicados, em especial aqueles com entes próximos. Em O pai, a atriz Carolina González e o ator Fulvio Stefanini têm de lidar com os crescentes cuidados que André (Stefanini), em estado senil, demanda, em contraste com os dilemas de dar menos atenção a ele para viver sua própria vida em outra cidade. Sessões no Theatro São Pedro, sexta-feira e sábado, às 21h, e domingo, às 18h, com ingressos entre R$ 50,00 e R$ 120,00. 
Relacionamentos podem ser complicados, em especial aqueles com entes próximos. Em O pai, a atriz Carolina González e o ator Fulvio Stefanini têm de lidar com os crescentes cuidados que André (Stefanini), em estado senil, demanda, em contraste com os dilemas de dar menos atenção a ele para viver sua própria vida em outra cidade. Sessões no Theatro São Pedro, sexta-feira e sábado, às 21h, e domingo, às 18h, com ingressos entre R$ 50,00 e R$ 120,00. 
Com uma veia cômica destacada, a peça de caráter dramático está em cartaz em São Paulo desde 2016 e vem pela primeira vez a Porto Alegre. Revisitando a capital gaúcha e o Theatro São Pedro, Stefanini guarda boas lembranças da casa de espetáculos de 160 anos. "É sempre uma emoção grande me apresentar no São Pedro, por se tratar de um espaço que gosto muito e ser um monumento e ponto turístico da cidade", afirma o ator de 78 anos. O ator já pisou no mítico palco outras vezes, mas lembra com carinho da peça A raposa e as uvas, vista no São Pedro em 1959, portanto, antes da grande revitalização do centro cultural.
Escrito originalmente pelo francês Florian Zeller, O pai foi montado no Brasil por uma adaptação de Carol Gonzales. Morando na França, ela leu o material e comprou os direitos. A atriz é também produtora do espetáculo.
"Quando assisti em Buenos Aires, pude perceber que o viés cômico é mais presente em comparação ao nosso. O humor é presente em todas versões, faz parte do original, mas cada uma adapta detalhes e enfoques", conta Stefanini. Originalmente ambientada em Paris, a produção brasileira preferiu manter a trama na Europa.
O que não sofre nenhum tipo de mudança é a característica marcante do texto, que Stefanini descreve como teatral, com criatividade e sensibilidade extremamente realistas. "A capacidade do Zeller em retratar os problemas familiares que enfrentamos é excelente."
O enredo mostra o dilema da filha (personagem de Carol) ao decidir se permanece em Paris para cuidar do pai (Stefanini) ou se muda para Londres com o marido, que trabalha na capital inglesa. Carol Mariottini, Déo Patricio, Paulo Emilio Lisboa e Wilson Gomes também compõem o elenco.
A relação familiar não acontece apenas no momento em que a peça tem início. O diretor de O pai é Léo Stefanini, filho de Fulvio. Eles já haviam compartilhado o mesmo papel em outro espetáculo, quando Fulvio substituiu Leo em um personagem chef de cozinha. "No início, eu tinha um receio que os papéis de pai e filho, e ator e diretor se misturassem. Mas, a partir do momento em que iniciamos os ensaios, a relação profissional criada foi imediata."
Tendo já mais de 60 anos de carreira, Stefanini descreve o que o personagem-título representa para ele. "Viver o André é um grande desafio. Quando li a peça pela primeira vez percebi que teria a oportunidade de realizar um grande trabalho, que é lidar com um tema tão delicado, de uma maneira sutil, buscando valorizar o que há de mais humano na relação com a filha e com os próximos", comenta.
Segundo Stefanini, o fato de o personagem ser idoso ajuda a compreender as dificuldades de se encontrar um papel na dramaturgia para quem é mais velho. "Os problemas típicos da vida (filhos, dinheiro etc.) acontecem na faixa etária dos 30 a 50 anos, e são estes os atores que recebem mais oportunidades de grandes papéis, pois as dramaturgias adaptam com mais frequências esses conceitos", esclarece. "Mas é ótimo haver personagens de mais idade como o André: instigante, complexo, divertido e comovente. Quando fiz 60 anos de carreira, ganhei de presente O pai", finaliza.
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