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Teatro

- Publicada em 12 de Fevereiro de 2021 às 03:00

A nova Secretaria Municipal de Cultura

Antonio Hohlfeldt
O Decreto 20.924, de 29 de janeiro de 2021, da prefeitura de Porto Alegre, trouxe novidades significativas para a Secretaria Municipal da Cultura (SMC), algumas bastante positivas, outras, nem tanto. O recém-indicado titular da SMC, Gunter Axt, pode festejar o fato de o EPAHC - Equipe de Patrimônio Artístico, Histórico e Cultural ter permanecido em sua área, já que seu deslocamento seria um atestado de estupidez. Mas precisará conversar com o prefeito Sebastião Melo para que haja novas modificações, porque o documento, tal como está, ficou devendo algumas coisas, como o Teatro de Câmara Tulio Piva estar vinculado à Coordenação de Artes Cênicas, Dança e Circo, mas os demais teatros, como o Centro Municipal de Cultura e a Usina do Gasômetro integrarem uma Unidade de Prédios e Centros Culturais, o que parece não ter muita lógica.
O Decreto 20.924, de 29 de janeiro de 2021, da prefeitura de Porto Alegre, trouxe novidades significativas para a Secretaria Municipal da Cultura (SMC), algumas bastante positivas, outras, nem tanto. O recém-indicado titular da SMC, Gunter Axt, pode festejar o fato de o EPAHC - Equipe de Patrimônio Artístico, Histórico e Cultural ter permanecido em sua área, já que seu deslocamento seria um atestado de estupidez. Mas precisará conversar com o prefeito Sebastião Melo para que haja novas modificações, porque o documento, tal como está, ficou devendo algumas coisas, como o Teatro de Câmara Tulio Piva estar vinculado à Coordenação de Artes Cênicas, Dança e Circo, mas os demais teatros, como o Centro Municipal de Cultura e a Usina do Gasômetro integrarem uma Unidade de Prédios e Centros Culturais, o que parece não ter muita lógica.
De qualquer modo, Porto Alegre pode e deve festejar que a SMC, criada na onda de valorização de políticas culturais depois da Constituição de 1988, com a criação do Ministério da Cultura, não afundou diante da absoluta marginalização que sofreu na última administração, cabendo a Luciano Alabarse o papel de uma espécie de capitão que fica na resistência, tentando salvar o navio.
Gunter Axt chega ladeado de Clóvis Silva, que vem da cultura popular. Se Axt traz a experiência de grandes projetos e iniciativas de ponta; Silva, a preocupação com os segmentos populares, nem sempre reconhecidos. Somando as experiências, teremos uma SMC capaz de se organizar pela iniciativa e pela abertura: basta observar a importância que foi dada à Economia Criativa, talvez, neste momento, o aspecto mais fundamental de toda e qualquer política pública para a Cultura. O que deve nos alegrar, sobretudo, é que Axt e Silva nos fazem esperar um pensamento plural, sem o risco de uma Cultura única e autoritária, tipo aquela que o ex-secretário Roberto Alvim pregou, no início do ano passado, e que foi tão fascista que nem a administração federal aguentou... Será, esperemos, uma Cultura no Plural, ou seja, uma Secretaria das Culturas (e, agora, da Economia Criativa). Se somarmos este fato com o trabalho extraordinário que Beatriz Araujo faz à frente da Secretaria da Cultura do Rio Grande do Sul, podemos dizer que o nosso Estado consegue se afastar da barbárie e sinaliza, fortemente, com uma correta compreensão, de um lado, da importância da Cultura enquanto item essencial da civilização humana e, de outro, como um dos segmentos economicamente mais rentáveis e que pode ajudar o País em sua recuperação, com fortes reflexos sociais. Se Beatriz e Axt somarem esforços, será uma alegria...
Gunter Axt tem uma história muito bonita, ao lado de, entre outros, Fernando Schuller, que também sempre foi um visionário. Cercando-se de gente competente, tanto para coordenar os segmentos artísticos em si, quanto a infra-estrutura da Secretaria, Axt poderá, ao lado de Silva, retomar alguns momentos importantes da história da SMC, desde sua criação, na época de Alceu Collares, segundo a idealização do falecido Joaquim Felizardo, ampliando-a, ao mesmo tempo. Ele já começou tendo de resolver problemas urgentes: mas conseguiu. Encaminhou o aditivo para a retomada das obras da Usina do Gasômetro, negociou o encaminhamento da recuperação da estátua do Laçador e incluiu a Economia Criativa: de imediato, faltará colocar esta Economia Criativa no nome da própria Secretaria, o que será altamente simbólico; renegociar com o grupo Opinião as obras do Teatro de Câmara, incluído no pacote do Auditório Araújo Vianna, mas evidentemente prejudicado pela falta de atividades por causa da pandemia, o que gerou dificuldades de capital de giro para as obras do prédio da rua da República. Haverá outros desafios...
No momento, o novo titular está às voltas com a montagem da equipe. Não faz mal que demore. Porque não pode errar. Os debates eleitorais de 2022 e, sobretudo, os da sucessão de Sebastião Melo certamente passarão pela SMC: boas políticas de Cultura mostrarão que o MDB mantém seu vínculo com a administração cultural (lembremos a gestão Pedro Simon - e seu titular da Cultura, Carlos Jorge Appel, gigante inesquecível -, Germano Rigotto e José Ivo Sartori). Mais importante que tudo isso: é fundamental, para Porto Alegre, que a Cultura se torne um dos pontos de identidade da nova administração. A cidade precisa. A cidade merece.
 
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