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Teatro

- Publicada em 27 de Novembro de 2020 às 03:00

Precioso livro digital sobre teatro de bonecos

Antonio Hohlfeldt
A pandemia, que volta a crescer, tem nos causado inúmeros problemas, dissabores e tristezas. No entanto, também tem permitido a expansão da criatividade e, com um pouco de organização, iniciativa e apoio, alguns produtos culturais inesperados têm surgido entre nós. É o caso do livro digital Imagens marionetáveis. O teatro de bonecos na televisão do Rio Grande do Sul, da jornalista, artista plástica e ilustradora Yara Baungarten, através da empresa Imagina Conteúdo Criativo. O trabalho a que me refiro resulta de pesquisas realizadas em curso sobre Poéticas visuais, em 2008, na Feevale, e um mestrado no Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social, na Famecos (2014).
A pandemia, que volta a crescer, tem nos causado inúmeros problemas, dissabores e tristezas. No entanto, também tem permitido a expansão da criatividade e, com um pouco de organização, iniciativa e apoio, alguns produtos culturais inesperados têm surgido entre nós. É o caso do livro digital Imagens marionetáveis. O teatro de bonecos na televisão do Rio Grande do Sul, da jornalista, artista plástica e ilustradora Yara Baungarten, através da empresa Imagina Conteúdo Criativo. O trabalho a que me refiro resulta de pesquisas realizadas em curso sobre Poéticas visuais, em 2008, na Feevale, e um mestrado no Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social, na Famecos (2014).
Com financiamento do FAC Digital, da Secretaria de Estado da Cultura do Rio Grande do Sul (Sedac), a obra ganhou versão digital em dois formatos, o da plataforma ISSU (folheável) e o do PDF (imprimível). A diagramação da obra é do premiado Rodrigo dMart. O endereço para se chegar ao livro gratuito é imaginaconteudo.com. O leitor interessado entra na página da empresa e depois procura a obra em questão, clicando sobre sua imagem. Pode acessar o volume por completo (24 páginas) ou por capítulos, segundo preferir.
Yara Baungarten propõe um amplo espectro de reflexões e análises, ainda que de maneira concentrada e sintética, conforme evidenciam os títulos dos capítulos: Para uma breve história do teatro de bonecos, que começa na Grécia mas passa até pela África; Sobre as técnicas de manipulação, em que se distinguem os diferentes tipos de bonecos; A estética e os enredos das narrativas dos bonecos, em que a autora examina os temas e figuras mais tradicionais destas encenações; O teatro de bonecos no Rio Grande do Sul, mas que abrange também o Brasil. Aqui, ela recorda o surgimento do TIM - Teatro Infantil de Marionetes, de Antonio Carlos Senna, na década de 1950; a constituição da Associação Gaúcha de Teatro de Bonecos, nos anos 1960, a que se segue a chegada do teatro de bonecos na televisão, com seu desdobramento na década seguinte; a criação do Festival Internacional de Teatro de Bonecos, em Caxias do Sul, em 1980, que passa depois para a Fundação Cultural de Canela, onde ocorre até hoje, completando em 2020, nada menos que 31 anos de existência; Para uma breve história da televisão, seguido de Programas de televisão com teatro de bonecos no Brasil - em que se relembram programas como Vila Sésamo, Sítio do Pica-pau Amarelo, Balão mágico, Bambalalão, Castelo Rá-Tim-Bum, chegando-se ao capítulo Teatro de bonecos na TVE-RS: O programa Pandorga: neste caso, são justamente recuperados nomes como os do artista plástico Elton Manganelli, o ator e diretor Roberto Oliveira, o ator Oscar Simch e a atriz Maria Inês Falcão, que o apresentava, além de Gelson Oliveira, que assinava sua trilha sonora. Também são mencionados grupos como o porto-alegrense Cem Modos, que se tornaria referência nacional, além do grupo Casa do Elefante, de Paulo Balardin e Mario de Ballenti. O livro se encerra com dois capítulos mais teóricos, Considerações sobre o audiovisual expandido: A animação cinematográfica com bonecos e Apontamentos finais para bonecos, televisão e formatos múltiplos.
Para mim, que sou testemunha ocular de quase tudo isso que o livro refere, foi uma alegria, um passeio pela imaginação e pela memória. Quanto o Brasil tem a contar a respeito do tema. Quanto o Brasil tem criado nesta área, com especial destaque para nosso Estado. O programa Pandorga ficou décadas na tela da TV Educativa do Rio Grande do Sul, e me lembro muito, como se ela cochichasse nos meus ouvidos, Maria Inês preocupada com o futuro do programa, que chegou a ter episódios especialmente produzidos para a TV Brasil.
O trabalho de Yara Baumgarten é brilhante, oportuno, verdadeiro esforço de historiadora e de artista. Precisa ser valorizado. Deve ser conhecido. Felizmente, a equipe da Sedac, através do edital do FAC Digital, compreendeu a proposta e acolheu o projeto, viabilizando-o. Importante dizer que, pela via digital, ele se torna disponível para um imenso universo de potenciais leitores. Mais que isso, com o financiamento estatal, ele chega de maneira gratuita a todos os que assim o desejarem. Parabéns à equipe da Sedac, mas, sobretudo, o reconhecimento à Yara, pela sensibilidade e dedicação.
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