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Repórter Brasília

- Publicada em 26 de Julho de 2021 às 03:00

Bolsonaro passa a boiada

No Rio Grande do Sul, o foco é no Palácio Piratini

No Rio Grande do Sul, o foco é no Palácio Piratini


MARCELO G. RIBEIRO/ARQUIVO/JC
Passa a boiada, expressão que ganhou protagonismo nos últimos tempos, uma metáfora sobre a artimanha dos tropeiros do Cerrado para atravessar rios infestados por piranhas, sem que o gado seja devorado. Em algum outro ponto do vau, abate-se um boi velho, atraindo os famintos characídeos. No caso, a piranhas enganadas são a mídia, as redes sociais e os indefectíveis observadores (em alguns casos chamados de cientistas políticos), que se amontoam para comer as iscas enquanto o bolão do orçamento passa liso.
Passa a boiada, expressão que ganhou protagonismo nos últimos tempos, uma metáfora sobre a artimanha dos tropeiros do Cerrado para atravessar rios infestados por piranhas, sem que o gado seja devorado. Em algum outro ponto do vau, abate-se um boi velho, atraindo os famintos characídeos. No caso, a piranhas enganadas são a mídia, as redes sociais e os indefectíveis observadores (em alguns casos chamados de cientistas políticos), que se amontoam para comer as iscas enquanto o bolão do orçamento passa liso.
Sem CPI, muda o foco
O presidente Jair Bolsonaro está cavando trincheiras pelo País afora. No Rio Grande, foco no Palácio Piratini (foto). Nesta semana, com o recesso da CPI da Covid, muda o foco. Ela parecia uma vaca suculenta oferecida às piranhas. Agora, o tiroteio vai ficar em cima de uma notícia desmentida, ou seja uma fake news que nem chegou a ser configurada. O golpe militar, prato preferido da histeria midiática, vai ocupar todo o espaço, atraindo declarações, ameaças, e até absurdos como a proposta de prisão do ministro da Defesa, Braga Netto, pivô da crise, quando ele não é mais oficial da ativa, sujeito à disciplina dos quartéis, mas um simples general de pijama. Confundiram alhos com bugalhos.
Desviar fúria dos senadores
A verdade é que o presidente consegue com isso desviar os efeitos da fúria dos senadores da CPI, a maioria de pequena estatura política, mas que vinham causando um estrago nas hostes presidenciais. Ao lançar suspeitas e apresentar denúncias contundentes, a CPI vem desbastando, dia a dia, o fiel eleitorado do capitão, como mostram as pesquisas.
Golpe militar
O golpe militar é a falácia mais em evidência, pois atiça todos os segmentos a se insurgirem contra o governo, dando credibilidade às denúncias, algo tão concreto que já chegou ao mundo, abalando a credibilidade do País nos mercados e nos meios formadores de opinião. Se chegar a qualquer lugar do planeta e perguntar a um transeunte o que acontece no Brasil, sempre ouvirá que o País vive sob uma ditadura militar. Em contrapartida, o governo não responde, apenas dá a entender que, a qualquer momento, poderá baixar a bainha do facão.
Impedir o canto da sereia
É o que interessa ao Palácio do Planalto. No estreito corredor político em que o governo opera, o importante é impedir que parlamentares gulosos ouçam o canto da seria e destituam Bolsonaro, como ocorreu com outros mandatários que perderam apoio político e levantaram contra si o clamor das ruas.
Esquema eleitoral
Enquanto isso, o presidente vai montando seu esquema eleitoral, cavando trincheiras pelo País afora. No Rio Grande do Sul, conta com duas candidaturas de nomes fortes, como o deputado Onyx Lorenzoni (DEM), o mais votado nas últimas eleições, e o senador Luis Carlos Heinze (PP), seu defensor mais efetivo na CPI, no caso da vilã cloroquina. Qual dos dois será o nome para o Palácio Piratini? Como se fosse Getúlio Vargas, Bolsonaro botou os dois parelheiros a correr, dando um ministério com visibilidade para o veterinário Lorenzoni e uma posição efetiva na CPI para o agrônomo Heinze.
 
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