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Repórter Brasília

- Publicada em 25 de Abril de 2021 às 20:50

CPI é briga de cachorro grande

Pela manhã, CCJ avalia o parecer com emendas de Tasso Jereissati

Pela manhã, CCJ avalia o parecer com emendas de Tasso Jereissati


/MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL/JC
A Comissão Parlamentar de Inquérito da Pandemia, como está sendo chamada a CPI do Senado instalada para botar o presidente Jair Bolsonaro na defensiva, vai abrir seus trabalhos nesta semana. Ninguém espere nada muito bombástico, pois a disposição dos senadores que integram a maioria é de ir levando em fogo lento, até chegar ao ápice nos dias finais, para que o chefe do Executivo fique exposto às críticas sobre sua atuação nesse ano e meio do vai e vem da Covid-19. Este é o sentido político do processo, enfraquecer a pré-candidatura à reeleição do presidente da República.
A Comissão Parlamentar de Inquérito da Pandemia, como está sendo chamada a CPI do Senado instalada para botar o presidente Jair Bolsonaro na defensiva, vai abrir seus trabalhos nesta semana. Ninguém espere nada muito bombástico, pois a disposição dos senadores que integram a maioria é de ir levando em fogo lento, até chegar ao ápice nos dias finais, para que o chefe do Executivo fique exposto às críticas sobre sua atuação nesse ano e meio do vai e vem da Covid-19. Este é o sentido político do processo, enfraquecer a pré-candidatura à reeleição do presidente da República.
Do limbo à ameaça
Nos primeiros momentos, esperava-se que a CPI ficasse no limbo das iniciativas parlamentares do chamado baixo clero, devido à sua introdução inadequada no cenário parlamentar. Entretanto, supreendentemente, para os observadores, o tema virou repentinamente, como uma tempestade de verão, adquirindo um aspecto ameaçador: inesperadamente, a formação oposicionista ganhou outra dimensão, com figuras de grande peso político do chamado centro, fora da configuração esperada pelo governo. Esse rápido movimento pegou o governo de calças curtas, perdendo o "timing". Resultado, a oposição está com 11 membros contra apenas quatro governistas entre os titulares. Desastre à vista.
Perigo por inexperiência
É o primeiro desafio real do presidente. Até então, Jair Bolsonaro se enfrentara com votações polêmicas, perdendo uma ganhando outras, mas nenhuma que produzisse sangue, como uma CPI voltada diretamente contra sua pessoa política. Atribui-se à inexperiência a perda do controle, pois o governo teria condições efetivas de ter barrado esta configuração que se formou na CPI.
Não usou as armas que tinha
Com seus aliados do Centrão, sua ascendência sobre o presidente do Senado teria as armas para barrar uma bancada majoritária e hostil. Seria um momento favorável, pois o governo estava acertando as contas com as bancadas para a liberação das verbas das emendas parlamentares. Entretanto, enrolado em suas brigas menores, deixou essa de lado, justamente a mais decisiva, que, como dizem as raposas do Congresso, é uma briga de cachorro grande. Bolsonaro ficou a olhar os pequineses se mordendo, quando a seu lado abriam-se as dentadas dos rottweilers.
Pesos pesados no controle
A expectativa dos estrategistas do governo seria de que a oposição poria em campo sua bancada de esquerdistas, que se perderiam nas acusações costumeiras, nos estereótipos gastos que, mesmo repetidos diariamente nas tribunas e nas mídias, não causam nenhum estrago. Entretanto, o que se viu foi assumirem os lugares de atacantes senadores do porte de Renan Calheiros (MDB-AL), ex-governador de Alagoas; Omar Aziz (PSD-AM), ex-governador do Amazonas; Tasso Jereissati (PSDB-CE, foto), ex-governador do Ceará, e assim por diante, todos os pesos pesados, tão densos que estão esmagando a resistência governista.
Dificuldades para 2022
Com tanta pressão, os marqueteiros políticos já admitem que o nome do presidente poderá cair ainda no primeiro turno das eleições de 2022. Com tamanha novidade, o que se especula é quem será o adversário do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno no ano que vem. Como as nuvens do céu, a política movimenta-se rapidamente.
 
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