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Repórter Brasília

- Publicada em 21 de Abril de 2021 às 23:02

Anomalias do Orçamento

"Em vez de o Executivo executar o orçamento, quem executa é o Parlamento. Isso é uma anomalia", opina Alceu Moreira

"Em vez de o Executivo executar o orçamento, quem executa é o Parlamento. Isso é uma anomalia", opina Alceu Moreira


LUIZA PRADO/JC
O deputado federal Efraim Filho (DEM-PB), líder do DEM na Câmara, e relator da emenda que altera a Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2021, afirmou que o acordo fechado na segunda-feira com o Executivo, "tem o objetivo de garantir dinheiro para salvar vidas, além de manter empreendimentos afetados pela pandemia". O relator destacou a verba, de aproximadamente R$ 35 bilhões, em caráter extraordinário para cumprir esses objetivos. Defendeu a disponibilidade de R$ 16 bilhões em emendas parlamentares.
O deputado federal Efraim Filho (DEM-PB), líder do DEM na Câmara, e relator da emenda que altera a Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2021, afirmou que o acordo fechado na segunda-feira com o Executivo, "tem o objetivo de garantir dinheiro para salvar vidas, além de manter empreendimentos afetados pela pandemia". O relator destacou a verba, de aproximadamente R$ 35 bilhões, em caráter extraordinário para cumprir esses objetivos. Defendeu a disponibilidade de R$ 16 bilhões em emendas parlamentares.

Abrir mão das emendas

Perguntado ao líder do DEM se os parlamentares não poderiam abrir mão dos valores das emendas, ele disse que "já abriram mão de mais de R$ 20 bilhões para que se pudesse fazer essa composição. Essas emendas parlamentares, que são tão comentadas, chegam lá na ponta", argumentou. "Se a gente deixar só na mão dos burocratas engravatados dos gabinetes em Brasília, muitas vezes não se olha para a ponta. Se se fosse ir só pelas liberações dos ministérios, muitas vezes, o recurso iria para recapear uma rua que já existe, para ficar mais bonita; enquanto há outras que não tem nem calçamento", avalia.

R$ 16 bi não fazem a diferença

Na opinião do líder do DEM, "quem conhece a realidade lá na ponta são os parlamentares que também podem apontar recursos para as prioridades, para beneficiar a vida das pessoas com postos de saúde e escolas, por exemplo". Segundo o deputado, "dentro de um orçamento de R$ 1,5 trilhão, não são R$ 16 bilhões que iriam fazer a diferença".

Executivo executa o Orçamento

O que acontece com a peça orçamentária, antecipou o deputado federal gaúcho Alceu Moreira (MDB, foto), "antes mesmo do acordo feito entre governo e Parlamento, é que quando se tira R$ 48 bilhões e se coloca nas emendas parlamentares, esse recurso não some. Mas há quem interprete desta forma. Na negociação, as partes chegam a um acordo. O que vai acontecer é que o relator do orçamento fica com poder político o ano inteiro. Em vez de o Executivo executar o orçamento, quem executa é o Parlamento. Isso é uma anomalia. Não pode ser assim", argumenta.

Lei do Teto

Na avaliação do congressista, "com a Lei do Teto, para tirar desse orçamento R$ 48 bilhões, tiraram as despesas obrigatórias. Tem que devolver para o orçamento", aconselhou Alceu Moreira. "Com a aprovação do orçamento extraordinário, foi o que acabou acontecendo."

Impacto para negociação

"Essa conversa de que não passaria nada na Câmara se o orçamento fosse mudado, e o (ministro da Economia) Paulo Guedes ameaçando sair, caso não fosse ajustado o orçamento, só serve para produzir um impacto, no máximo, para negociação", avaliou.

Quem executa é o governo

"Se é que há execução orçamentária, tem que ser como no ano passado; dentro das conveniências do Congresso. Certamente, o presidente Arthur Lira (PP-AL) e as pessoas que ele queira beneficiar terão gordas emendas", estimou Alceu Moreira. Para o congressista, "enquanto nós vamos trabalhar com R$ 15 milhões, eles vão trabalhar com R$ 300 milhões a R$ 500 milhões, cada um, para cada coisa. É claro que eles vão dispor do orçamento. Mas também é lógico que quem executa o orçamento é o governo".
 
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