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Repórter Brasília

- Publicada em 18 de Abril de 2021 às 21:28

Pedalada, palavra maldita

Palácio do Planalto, local de trabalho do presidente da República

Palácio do Planalto, local de trabalho do presidente da República


Eduardo Coutinho/Divulgação/JC
A palavra maldita "pedalada" petrifica o presidente Jair Bolsonaro. Mais feia que o demônio, que terrifica os evangélicos de tanta influência no gabinete presidencial. Os meandros da contabilidade são o terror de Bolsonaro, que temendo, politicamente, a própria sombra, com boas razões, suspeita dos números. Com certa razão, pois, nesta semana, ele estará envolvido nessa teia, incompreensível para leigos, do ajuste entre orçamento e legislações. Não é fácil, pois quando opera no limite do cobertor curto, como neste momento, dar o passo maior do que a perna é fatal: aí está a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) a lhe mostrar onde fica a porta da rua no Palácio do Planalto.
A palavra maldita "pedalada" petrifica o presidente Jair Bolsonaro. Mais feia que o demônio, que terrifica os evangélicos de tanta influência no gabinete presidencial. Os meandros da contabilidade são o terror de Bolsonaro, que temendo, politicamente, a própria sombra, com boas razões, suspeita dos números. Com certa razão, pois, nesta semana, ele estará envolvido nessa teia, incompreensível para leigos, do ajuste entre orçamento e legislações. Não é fácil, pois quando opera no limite do cobertor curto, como neste momento, dar o passo maior do que a perna é fatal: aí está a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) a lhe mostrar onde fica a porta da rua no Palácio do Planalto.
Dilema do cobertor curto
Nesta semana, o presidente enfrentará o dilema do cobertor curto em manhã de geada, cobre os pés ou a cabeça? Não bastassem todos os dissabores da pandemia, agora ele está envolvido noutra trapalhada de seus assessores. Na peste, convenceram-no que era uma "gripezinha" passageira, como tantas outras ameaças mortais que andaram por aí (Ebola, H1N1 etc) e se foram assim como vieram, amarrando-o a uma narrativa negacionista sem volta. Terá que sustentar, até morrer, que a Covid-19 foi mais susto do que mal, pois a estatística apontará que menos de 1,0% da população terá perecido. Jogo de números, pois um milhão de mortos, estimativa dos cientistas, é um placar assustador em quaisquer situações. Mas aí está e não há solução, senão esperar que a vacina o tire dessa enrascada. As máscaras já estão caindo em Israel. A memória é curta. Conta com isso.
Crime de responsabilidade
O problema real é o perigo de pisar na bola, ou melhor, acionar o pedal das finanças públicas e se ver, de repente, enrolado numa configuração de crime de responsabilidade. Seria um prato feito para a oposição, que ainda não sabe como capitular o presidente no crime de genocídio, que é objetivo da CPI da Pandemia, que começa a se formar no Senado.
Desafio das reeleições
O problema é sair da armadilha que foi armada por seus próprios auxiliares. Como isso ocorreu? Simples. Uma ala do governo negociou com as bancadas do Centrão uma proposta orçamentária para contemplar a liberação das verbas das emendas parlamentares que abririam as portas do eleitorado para os deputados federais que, no ano que vem, terão de enfrentar os desafios de suas reeleições, diante de uma concorrência sanguinária de milhares de candidatos. É aterrorizante.
Políticos passaram da conta
Na outra ponta do cobertor há uma legislação esquizofrênica de despesas obrigatórias constitucionalmente. Ou seja, não podem ser negadas. Então, a conta não fecha. Aí está o problema, Bolsonaro estava certo de que não haveria problema. Disseram-lhe que os números estavam reajustados, quando chegaram os técnicos dizendo que os políticos passaram da conta. Que fazer? Pedalando, abre-se a gaveta dos pedidos de impeachment (mais de 100 até o momento) no birô do presidente da Câmara; vetando as emendas, única fórmula para estancar a sangria de um orçamento já votado, se estará tirando o pirulito da boca do menino. O Centrão já disse: retaliação imediata. Não há para onde correr. Brasília promete uma semana movimentada e com muitas emoções.
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