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Repórter Brasília

- Publicada em 11 de Abril de 2021 às 21:42

CPI da Pandemia paralisa reformas

Um dos proponentes da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) é o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE)

Um dos proponentes da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) é o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE)


PEDRO FRANÇA/AGÊNCIA SENADO/JC
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mandada instalar no Senado pelo ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, vai ser o assunto a botar por terra as questões espinhosas que estavam mexendo com as duas casas do Parlamento, tais como as reformas estruturais e o orçamento deste ano, ainda em suspenso. Um dos proponentes é Alessandro Vieira (Cidadania-SE, foto).
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mandada instalar no Senado pelo ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, vai ser o assunto a botar por terra as questões espinhosas que estavam mexendo com as duas casas do Parlamento, tais como as reformas estruturais e o orçamento deste ano, ainda em suspenso. Um dos proponentes é Alessandro Vieira (Cidadania-SE, foto).

CPI pode levar a política à UTI

A mídia e os parlamentares vão mergulhar nas mazelas da pandemia e atribuir todas as culpas ao presidente da República. Com isso, num ano de pré-eleição, espicaçando o único candidato efetivamente em campanha, as oposições estarão ganhando tempo até conseguirem um nome para oferecer aos partidos, um projeto de governo para animar o eleitorado e uma articulação política para juntar as forças dispersas. Seria o caso de dizer que o coronavírus, no caso da CPI, pode levar a política à UTI, onde esperará intubada pelos impasses da oposição.

Tese sem materialidade

De fato, quem ganha com isso é o próprio presidente Jair Bolsonaro, que terá o foco de seus adversários em filigranas, pois, por mais que se lhe acuse de ser responsável pelas mortes causadas pela pandemia, é uma tese "juridicamente estapafúrdia" sem materialidade, como se fosse prender governantes japoneses pelos estragos do grande tsunami.

Irrigando o eleitorado

Enquanto os senadores dos pequenos partidos desarticulados e a oposição de centro-esquerda se descabelam para encontrar um fato concreto de morte de infectado pelo coronavírus causada pelo presidente da República, o Palácio do Planalto vai irrigando seu jardim, distribuindo verbas pelo Brasil inteiro para seus aliados afagarem o eleitorado e, principalmente, os formadores de opinião nos mais longínquos rincões do País.

Emendas parlamentares

As tão demonizadas emendas parlamentares serão, de fato, um respirador de oxigênio puro em meio às agruras administrativas da pandemia, levando pequenas verbas de grande visibilidade que, pelo levantamento dos especialistas, vão beneficiar justamente os segmentos mais atingidos pela crise, que são os sistemas de saúde municipais, onde se firmam os deputados do tal Centrão. A trapalhada política da chamada CPI da Pandemia não poderia ser maior. Foi baseada em requerimento confuso (pois o documento não foi devidamente registrado na Mesa Diretora do Senado Federal, nem verificado nos moldes regimentais, tampouco negociado com todos os signatários), mandada criar numa interferência claríssima do Judiciário nas minúcias do Legislativo, pelo, às vezes, controvertido ministro Barroso, do Supremo Tribunal Federal, atendendo a uma reclamação do histriônico senador goiano Jorge Kajuru e do gaúcho Alessandro Vieira, senador pelo estado do Sergipe, ambos do partido Cidadania, integrantes do bloco Senado Independente, ou seja, "um agrupamento do chamado baixo-clero" da Câmara Alta. Evidentemente que o grupo proponente, integrado basicamente por senadores conservadores e antipetistas, perderá o controle da CPI da Pandemia e ficará à mercê da esquerda militante, justamente seus grandes adversários no plenário. Ou seja: um tiro que sai pela culatra.
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