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Repórter Brasília

- Publicada em 21 de Março de 2021 às 21:18

As abóboras se acomodam

Brasília: O senador Tasso Jereissati durante sessão da Comissão de Constituição e Justiça do Senado para votação do relatório da Reforma da Previdência.  (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Brasília: O senador Tasso Jereissati durante sessão da Comissão de Constituição e Justiça do Senado para votação do relatório da Reforma da Previdência. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)


/MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL/JC
Procura-se um Zé Alencar. A fórmula vencedora da Nova República está à procura de uma peça para compor a frente de salvação nacional (nome para substituir a desgastada "frente ampla"). Com a volta do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao proscênio e sua atitude de lançar boias de sobrevivência na direção de seus arqui adversários tucanos, há a indicação de que algo de muito grande está articulando os bastidores da política de São Paulo (e do Brasil). PT e PSDB, os filhos da sublegenda MDB-2 de 1978, voltam à ribalta para enfrentar os novos ricos da direita, que estão tomando conta do espaço político no País.
Procura-se um Zé Alencar. A fórmula vencedora da Nova República está à procura de uma peça para compor a frente de salvação nacional (nome para substituir a desgastada "frente ampla"). Com a volta do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao proscênio e sua atitude de lançar boias de sobrevivência na direção de seus arqui adversários tucanos, há a indicação de que algo de muito grande está articulando os bastidores da política de São Paulo (e do Brasil). PT e PSDB, os filhos da sublegenda MDB-2 de 1978, voltam à ribalta para enfrentar os novos ricos da direita, que estão tomando conta do espaço político no País.

Parada dura

Será uma parada muito dura derrotar a reeleição do presidente Jair Bolsonaro, pois o candidato disponível para unir as forças de oposição é o campeão de rejeição, segundo as últimas pesquisas. O que consola é que seu adversário, o capitão, também é refugado por mais de metade do eleitorado brasileiro. Será o pleito mais surrealista da história do Brasil. Na direita não haverá novidade: Bolsonaro deverá compor com algum líder nordestino, talvez o ex-prefeito de Salvador ACM Neto ou algo assim.

Candidato de esquerda

Já na centro-esquerda, as abóboras se movimentam e procuram se acomodar ao andar da carruagem. Aí está a fórmula: um candidato de esquerda com vice de direita: FHC-Marco Maciel; Lula-José Alencar, Dilma-Michel Temer. A chapa Bolsonaro-Mourão é atípica, formada de afogadilho. Não conta nesse raciocínio.

Nomes viáveis

O que têm em comum os vices com suas cabeças-de-chapa? Eram senadores, vencedores de eleições majoritárias ou, no caso de Temer, líder de um grande partido de âmbito nacional. Esse o posicionamento dos nomes viáveis. Lula veio preencher um vazio, pois o centro-esquerda é a única possibilidade. Como mostrar Lula ao eleitorado? O ex-presidente tem a marca provada de estadista: está com 77 anos, portanto já ingressou na rubrica dos velhos sábios. Além disso, ao pegar quase dois anos de cadeia, ele se equipara a outros grandes líderes mundiais que tiraram seus países do buraco, tanto à direita quanto à esquerda, saindo de trás das grades.

FHC e Delfim Neto

Por outro lado, seus parceiros, companheiros de jornada, que poderiam compor nessa frente, "estão muito velhos", como é o caso do ex-presidente FHC ou do ex-ministro Delfim Neto, que abriu seu voto em Lula na última quinta-feira.

Nordestino, líder empresarial

Finalmente, o nome que preencheria todas as demandas do desafio: o senador Tasso Jereissati, ex-governador do Ceará, nordestino e líder empresarial de grande porte, magnata do comércio varejista na América do Sul. Não é pouco. E os outros pretendentes? Esses terão o apoio do PT para suas reeleições, Eduardo Leite e João Doria. Com isso, caem os outros nomes que estariam no fim da chapa de Lula, o general Santos Cruz (ou o vice Hamilton Mourão, por que não?), uma figura da mídia, Luciano Hulk, ou algum outro mago tirado do bolsinho do colete. Não é mais necessário. Jereissati preenche todas os requisitos e, mais ainda, vai obrigar o PT a apoiar fortemente os candidatos Doria e Leite nas reeleições do Rio Grande do Sul e em São Paulo. Se os petistas fizerem corpo mole, os tucanos fritam Lula, e Bolsonaro sobe outra vez a rampa do Palácio do Planalto.
 
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