Recesso parlamentar

Movimento para cancelar o recesso parlamentar, previsto para começar no próximo dia 22 e com término em 1º de fevereiro, ganha força no Congresso. O senador Renan Calheiros (MDB-AL) usou as redes sociais, nesta semana, para defender o cancelamento do recesso. Isso provocou os parlamentares que defendem que o recesso de fim de ano seja cancelado. Lideranças do Parlamento têm comandado um processo de articulação para tentar convencer o presidente do Congresso Nacional, Davi Alcolumbre (DEM-AP), a suspender as férias de deputados e senadores. Mas não há unanimidade sobre isso.

Para o senador gaúcho Lasier Martins (Podemos), houve "uma influência muito grande em questão de pauta de projetos importantes durante a pandemia". Segundo o parlamentar, "agora fica uma coisa meio sem sentido, querendo fazer durante alguns dias de janeiro o que não foi feito durante o ano todo". Na opinião de Lasier, "a impressão que dá, pelos interessados no assunto, são pessoas que, na verdade, querem fazer campanha para os seus candidatos na eleição de 2 de fevereiro para a Câmara e para o Senado".

"Se houver a convocação, estarei presente", acentua o senador gaúcho. O congressista disse que está achando muito estranho, "principalmente porque o maior articulador é Renan Calheiros, que se caracterizou por ausência nas votações remotas durante a pandemia, conforme levantamento que a minha equipe fez". Na opinião de Lasier, "é difícil que a proposta seja efetivada. Davi Alcolumbre, nesta terça-feira, ficou até tarde recebendo elogios e não falou sobre o assunto. O único insistente nisso é Renan Calheiros". Lasier completou: "Votando com urgência propostas que poderiam ter ficado para fevereiro, sem nenhuma urgência". Citou como exemplo "a venda de terras para estrangeiros, que foi colocada a toque de caixa para votação. Dá a impressão que o que era urgente foi colocado".

Na Câmara, a proposta ganhou o respaldo do presidente Rodrigo Maia (DEM-RJ). O deputado federal gaúcho Daniel Trzeciak (PSDB) disse que "é totalmente a favor que o Congresso dê respostas para a população, independentemente do tempo, se for em dezembro, se tiver que ser em janeiro".

"Sou a favor de que a Câmara dos Deputados trabalhe. Trabalhe a todo vapor para poder aprovar projetos, porque o Brasil não vai parar em janeiro", destacou o tucano, acrescentando: "Nós temos que seguir trabalhando para dar respostas a projetos como as reformas". Para o deputado, os parlamentares precisam estar conectados. "Já tivemos um ano tão difícil, um ano de pandemia. Trabalhamos, trabalhamos muito de forma remota, mas eu sou a favor de que a gente possa ver quais são as pautas prioritárias para poder, obviamente, seguir o ritmo."