O deputado federal gaúcho Henrique Fontana (PT), coordenador do grupo de oposição que quer a inclusão, na reforma tributária, do imposto sobre grandes fortunas, diz sobre a votação da proposta: "Vamos votar a simplificação tributária, que é positiva, desde que nos 320 votos anunciados pelo presidente Rodrigo Maia (DEM-RJ) esteja incluído o compromisso de votar um imposto sobre lucros e dividendos, por exemplo, um dos impostos para criar justiça fiscal no enfrentamento da crise financeira e econômica que nós estamos vivendo".
Tributação para os super ricos
O parlamentar argumenta que "o Chile votou recentemente, a Argentina também votou recentemente o imposto de grandes fortunas; está sendo defendida no mundo inteiro uma tributação para os super ricos, aqui, no nosso caso, me parece que o mais eficaz pode ser qualquer um desses".
Zero de imposto de renda
Henrique Fontana defende uma negociação aberta. Pontua que "o mais eficaz seria reintroduzir o imposto sobre lucros e dividendos, imposto de renda sobre lucros e dividendos. É aquilo que nós já falamos outras vezes, o camarada hoje investe no mercado de ações, recebe um milhão de dividendos e ele paga zero de imposto de renda".
Imposto sobre o salário
Fontana explica que "recebe um salário que é privilegiado, que é o salário de deputado, mas paga 27% de imposto de renda sobre o salário. Então, ou este ou o imposto sobre grandes fortunas. Nós vamos votar a simplificação tributária, que é positiva, vai melhorar o sistema tributário do País, mas tem que ter um imposto para agregar à arrecadação". Com isso, acredita o parlamentar petista, "a reforma será aprovada na Câmara dos Deputados".
Fake news
Para Henrique Fontana, "a eleição que acabou de se encerrar comprova definitivamente que se nós não votarmos uma lei para coibir as fakes news, não teremos mais democracia no País". Enfatizou o parlamentar: "democracia no sentido republicano, justo".
Distorção da democracia
"Antigamente nós tínhamos o abuso do poder econômico como um dos fatores de distorção da democracia", afirma Henrique Fontana. "Sempre defendi, quando fui relator da reforma política, a equalização, o financiamento público, tetos cada vez mais baixos, para evitar o abuso do poder econômico em eleições. Agora mudou."
Exemplo de Porto Alegre
"Antes era o abuso do poder econômico. Só que, agora, tem outra ferramenta que distorce completamente a eleição", assinala Fontana. Disse que o volume de fake news contra Manuela d'Ávila (PCdoB), na eleição de Porto Alegre, "foi um negócio absurdo, enlouquecedor".