Quando se trata da retomada das aulas, os prefeitos da Região Metropolitana de Porto Alegre possuem algumas divergências. No entanto, um consenso une os gestores: o receio de que não haja estrutura adequada para voltar agora. Em algumas cidades, nem mesmo as escolas particulares se sentem preparadas. Para a presidente da Granpal e prefeita de Nova Santa Rita, Margarete Ferretti, a complexidade vai muito além da sala de aula. "Envolve o transporte escolar, a visão dos pais e diversos fatores. Alguns voltam e outros não? O que fazer com quem não quer voltar?" Com essas brechas, diz ela, o principal debate a ser feito não é a hora de voltar mas sim o jeito certo de voltar.
Clamor ao Congresso
Outro assunto que preocupa os gestores municipais são as despesas, mínimas e máximas, previstas em lei para serem gastas nos orçamentos. A lei diz que o investimento mínimo em educação é de 25% mas será difícil chegar ao índice com as escolas fechadas nos últimos seis meses. E, conforme a legislação, o teto na saúde é 25% percentual que, em um ano de pandemia, avançará para muito mais. "A Câmara precisa estudar essa nova realidade com celeridade, para que não tenhamos de responder administrativamente. Num ano atípico, a conta não fecha", defende Margarete.
Aumento de mensalidades
A presidente da Associação Nacional das Universidades Particulares, Elizabeth Guedes, que é irmã do ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que está preocupa com a proposta do governo que unifica apenas PIS e Cofins. Afirmou que é um entrave para o Prouni - Programa Universidade para Todos -, caso não haja uma solução. Na opinião dela, alíquota de 12% aumentaria as mensalidades.
Alunos do Prouni
Elizabeth Guedes explica que os alunos do Prouni "trabalham de dia e estudam de noite, usam transporte público, moram em casas com mais de sete pessoas, estudam mais meia hora que os alunos das universidades públicas e eles são, não raro, a primeira pessoa da família a ter acesso ao nível superior". Botou o irmão para pensar.
Teto de gastos
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), voltou a afirmar que o governo e o Congresso precisam enfrentar o desafio de regulamentar o teto de gastos. Na avaliação do presidente da Câmara, a falta dessa regulamentação pode provocar mais uma crise que vai impactar a vida dos brasileiros. A consequência: adiar ainda mais a recuperação econômica.
Campanha nacionalizada
A campanha à Prefeitura de São Paulo, iniciada, graças a postura do presidente Bolsonaro, já em campanha, está atrelada à eleição presidencial de 2022. Está "nacionalizada", ou seja, turbinados pelas redes sociais, muitos eleitores agora irão às urnas para votar numa espécie de plebiscito informal sobre o governo Bolsonaro.