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Repórter Brasília

- Publicada em 10 de Agosto de 2020 às 03:00

Rodrigo Maia passa a boiada

Reforma tributária vai ser o prato da semana em Brasília. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ, foto), está disposto a botar sua tropa na água, enquanto as piranhas se deliciam com outros gados rio abaixo. Os holofotes estarão assentados nos grandes escândalos e na saia justa do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, consumido pelas labaredas dos incêndios e queimadas. No plenário virtual, deputados e senadores poderão votar algumas legislações de alta sensibilidade, sem muito alarde, pois os políticos, que têm o botão do voto no dedo, também mergulham nas urgências das eleições municipais de novembro.
Reforma tributária vai ser o prato da semana em Brasília. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ, foto), está disposto a botar sua tropa na água, enquanto as piranhas se deliciam com outros gados rio abaixo. Os holofotes estarão assentados nos grandes escândalos e na saia justa do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, consumido pelas labaredas dos incêndios e queimadas. No plenário virtual, deputados e senadores poderão votar algumas legislações de alta sensibilidade, sem muito alarde, pois os políticos, que têm o botão do voto no dedo, também mergulham nas urgências das eleições municipais de novembro.
Manobras parlamentares
A metáfora da tropa cruzando rio acima enquanto as piranhas devoram o boi do sacrifício. Essa expressão não faz parte do repertório do tropeiro gaúcho, mas cabe bem no Centro-Oeste, onde não só existem os temíveis peixes devoradores, como a comparação bem se aplica às artimanhas das manobras parlamentares.
Legislações regressivas
Essa imagem entrou na moda para exasperar o ministro, pego no contrapé pelo gravador do presidente Jair Bolsonaro, na malfadada reunião do gabinete, em abril, escancarada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Celso de Mello. Salles usou essa figura da pecuária para sugerir que, tal qual o boiadeiro do Cerrado, o governo se aproveitasse da pandemia para aprovar, no Parlamento, medidas de difícil consenso, como é o caso das legislações regressivas nos conflitos amazônicos e ambientais. Enquanto a piranha desavisada comesse o boi velho sangrado na margem, a tropa passaria ilesa.
Difícil travessia
Rodrigo Maia ganhou de luz, pois está passando seu gado enquanto a tropa do ministro, ardendo nas queimadas, atrai ativistas e alarmistas, embolada com outros efeitos diversionistas, como as pedras nos sapatos dos filhos do presidente Jair Bolsonaro (rachadinha do senador Flávio e fake news do vereador Carlos); a luta interna no Ministério Público; a guerra das vacinas (Oxford ou chinesa?); Lula e Moro; ataque frontal a governadores (Wilson Witzel e, agora, João Doria), e assim por diante. Conseguindo a difícil travessia desse rio fora da caixa, o presidente da Câmara terá conseguido um objetivo que foi o Waterloo de todos os governos da Nova República, que botou na lona outros presidentes da casa, gênios parlamentares consagrados, como Luís Eduardo Magalhães, Aécio Neves, Aldo Rebelo, Michel Temer; só para citar alguns tidos como gigantes dos plenários. Maia pavimenta a sua estrada para o outro lado da Praça dos Três Poderes? Nova estrela no firmamento.
Paralelas se encontram
Esquerda e direita convergindo no horizonte. Na sexta-feira, realizou-se uma live sobre Amazônia, entre o vice-presidente da República, Hamilton Mourão (PRTB), e o ex-ministro Aldo Rebelo (ex-PCdoB). Esperava-se um debate ácido entre os dois expoentes de ideologias antagônicas. Entretanto, ao contrário, houve total concordância entre eles. Ambos apresentaram propostas quase idênticas para a solução dos impasses no extremo-Norte do País, como necessidades de regularização fundiária, investimento em infraestrutura, desenvolvimento sustentável e garantia da soberania brasileira sobre aqueles territórios.
 
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