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Repórter Brasília

- Publicada em 05 de Julho de 2020 às 20:59

Quarto escuro da Lava Jato

Sérgio Moro chegou ao governo com missão de combater a corrupção

Sérgio Moro chegou ao governo com missão de combater a corrupção


/MARIANA CARLESSO/JC
As espiadelas no quarto escuro da Lava Jato pelo titular da Procuradoria-Geral da República (PGR), Augusto Aras, e suas olheiras estão deixando algumas lideranças do empresariado de cabelo em pé: as evidências de ligações clandestinas dos investigadores paranaenses com organismos policiais estrangeiros podem esconder concorrência desleal. Esta ilegalidade seria uma das razões de tamanho esparramo provocado pela inspeção do braço-direito do PGR, a procuradora Lindôra Araújo, nos arquivos de Curitiba.
As espiadelas no quarto escuro da Lava Jato pelo titular da Procuradoria-Geral da República (PGR), Augusto Aras, e suas olheiras estão deixando algumas lideranças do empresariado de cabelo em pé: as evidências de ligações clandestinas dos investigadores paranaenses com organismos policiais estrangeiros podem esconder concorrência desleal. Esta ilegalidade seria uma das razões de tamanho esparramo provocado pela inspeção do braço-direito do PGR, a procuradora Lindôra Araújo, nos arquivos de Curitiba.
Empresas bloqueadas
Se fossem verdadeiras, essas ligações perigosas teriam influenciado negativamente no Rio Grande do Sul, onde foram prejudicados grandes projetos de empresas bloqueadas nos mercados financeiros internacionais, que pretendiam captar recursos externos para seus investimentos no Estado. Neste caso, perderam fôlego o Polo Petroquímico, controlado pela Braskem, e os estaleiros de Rio Grande, subvencionados pela Petrobras, no conjunto de desenvolvimento do pré-sal.
Novos embaraços
Essas ilações alimentam suspeitas de que essas ligações clandestinas podem ter ido muito além da simples troca de informações policiais, mas servido para objetivos estratégicos de concorrentes desleais das empresas brasileiras envolvidas nas denúncias. Este ponto, que agora emerge em meio às névoas, cria novos embaraços para a força-tarefa que desbaratou aquele sistema de corrupção, venda de influência e malversação de dinheiro público.
Formidável conspiração
Do ponto de vista negocial, a se confirmar essa cooperação com os estrangeiros, especialmente com os norte-americanos, esses fatos novos desvendariam uma formidável conspiração para afastar dos mercados de serviço e de capitais as grandes empresas brasileiras de engenharia e outras ativas nas bolsas internacionais como fonte de captação de recursos para seus investimentos no Brasil. O desmonte desses empreendimentos seria um efeito colateral da exposição e desmoralização pessoal dos empreendedores brasileiros, abrindo mercado para seus competidores, que haviam sido batidos em concorrências empresarialmente legítimas. Esta é uma questão que não está considerada nos processos judiciais, pois não é legal, mas negocial.
Interferência de Brasília
Isto explicaria tamanho furor dos procuradores curitibanos, demitindo-se e denunciando a interferência de Brasília nos seus segredos (legais, é verdade). À boca pequena, pergunta-se, não se deveria à sofreguidão desses investigadores para alcançarem as conexões internacionais das corrupções, até então inatingíveis? Outra seria a ingenuidade dos delegados e procuradores, deixando-se manipular pelos espertos agentes do "imperialismo". Uma terceira, que está causando pânico em Brasília, seria uma delação premiada de um advogado hispano-brasileiro, Rodrigo Tecla Durán, refugiado em Madrid. Ele teria elementos para incriminar os investigadores da Lava Jato com denúncias de propinas. Isto atingiria o próprio juiz Sérgio Moro (foto), pelo princípio do domínio do fato. Então se pergunta: tal delação premiada anularia as sentenças do ex-ministro? Nesse caso, empresários e políticos poderiam retirar suas tornozeleiras imediatamente.
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