O presidente Jair Bolsonaro - que, no fim de semana, recebeu uma saraivada de críticas por ter participado de ato, em frente ao Quartel General do Exército, contra o Congresso e o Supremo Tribunal Federal, na tarde de domingo, o que provocou um "enorme desconforto" na cúpula militar -, cedo, na segunda-feira, mudou o discurso e defendeu o Supremo e o Congresso "abertos e transparentes".
Volta ao trabalho
O presidente afirmou, ainda, que a pauta do ato do domingo era a volta ao trabalho e a ida do povo para a rua. Bolsonaro defende o relaxamento das medidas de isolamento social contra o coronavírus.
Mandando mensagens
Para o deputado federal gaúcho Alceu Moreira (MDB), o presidente só estava mandando mensagens, como sempre faz. "Não significa que ele concorde com o ato, mas ele acaba utilizando-se do ato para mandar mensagem para quem ele quer que tenha alguma compreensão dos fatos."
Analisar com prudência
O parlamentar afirmou que prefere analisar o fato com mais prudência e não trabalhar nem um ato de voluntarismo. "Nós, por princípio, somos frontalmente contra, profundamente contra qualquer ato que motive a interrupção do Estado de Direito no País", acentuou Alceu Moreira. Acrescentando: "No nosso País, já lutamos muito por democracia, eu já tenho quase 66 anos, estive no período de exceção, o meu município não tinha eleição para prefeito. Eu tenho marcas desse processo, e, portanto, não contem comigo para qualquer tipo de manifestação que venha a macular a nossa democracia".
Relacionamento com o Congresso
Na avaliação do senador Alessandro Vieira (PPS-TO), "a ação do presidente da República não só atrapalha o relacionamento com o Congresso, atrapalha o Brasil". Segundo Vieira, "você não vai comandar a nação da carroceria de uma camionete, mentindo para as pessoas. Quando o presidente grita, de uma caçamba, que não quer negociar nada e que quer acabar com a velha política, esse é o mesmo presidente que passa a semana inteira conversando com os líderes do chamado centrão, fazendo negociação de espaços políticos".
Farroupilha combate a Covid-19
Gestores municipais enfrentam os riscos da Covid-19. O prefeito de Farroupilha, o médico Claiton Gonçalves (PDT, foto), está em Brasília nesta semana, buscando recursos para a cidade, que já tem seis casos de coronavírus. O prefeito esteve com o secretário nacional de Atenção Especializada à Saúde, Francisco de Assis Figueiredo. A prefeitura recebeu R$ 1,3 milhão para aquisição de testes do coronavírus. "Estamos unidos no combate à pandemia. Em Brasília, tratamos da liberação de recursos para compra de respiradores, garantimos a reabertura da Unidade de Pronto Atendimento e avançamos na pauta da instalação de telemedicina para dermatologia oncológica."