Um acordo pela governabilidade foi selado entre os poderes para evitar mais crises. As rajadas de críticas de parlamentares ao Supremo Tribunal Federal (STF) causaram um tremendo mal-estar no tribunal. O presidente Jair Bolsonaro (PSL), que estava entre a cruz e a espada, tentava observar à distância a guerra entre os poderes da República. A solução foi buscada, bem ao estilo gaúcho, com um churrasco com a presença de todos: de Jair Bolsonaro; do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ); do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP); e do STF, Dias Toffoli. Presentes também alguns ministros e parlamentares. Com os ânimos apaziguados, o Parlamento começa a semana indo fundo na reforma da Previdência, que é prioridade absoluta do governo, que quer ficar bem longe do conflito entre Legislativo e Judiciário. O Palácio do Planalto não quer nem pensar em perder o apoio do Supremo às vésperas da discussão da reforma da Previdência e muito menos se indispor com deputados e senadores.
Relação com bancadas
O deputado federal gaúcho Jerônimo Goergen (PP) avalia que o encontro pela governabilidade busca a relação política com as bancadas e os partidos. Disse que é um passo fundamental para o projeto da Previdência poder andar. O parlamentar destaca que a relação com os partidos não é nenhum ato criminoso que o governo venha a ter. É uma relação do processo democrático que traz consequências no processo legislativo.
Enquanto isso, no Senado
O jurista Modesto Carvalhosa se reuniu com vários senadores para explicar o pedido de impeachment do ministro Gilmar Mendes, que elenca 32 crimes de responsabilidade, e foi protocolado na última quinta-feira. Entre eles estava o senador gaúcho Lasier Martins (Pode), autor de projeto que agiliza o rito dos processos de impedimentos de membros da Suprema Corte no Senado. Caso seja aprovado, o presidente do Senado tem 15 dias úteis para verificar a existência dos requisitos formais da denúncia e comunicará ao plenário o seu recebimento ou indeferimento.
A maldição das pontes
A promessa da campanha de reeleição da então candidata Dilma Rousseff (PT) à população da metade Sul do Estado e de Porto Alegre, a segunda ponte sobre o Guaíba, será inaugurada por seu arquirrival, Bolsonaro. Não bastasse ser o algoz das esquerdas então comandadas pela ex-presidente, no seu tempo de parlamentar, o capitão não destinou nem um centavo de suas emendas parlamentares para o complexo rodoviário gaúcho. Mas será ele a cortar a fita simbólica da ponte Paixão Cortes, nome sugerido pelo senador gaúcho Luis Carlos Heinze (PP).