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Pensar a Cidade

- Publicada em 17 de Agosto de 2021 às 21:41

Projeto leva placas solares a duas escolas do Morro da Cruz, na Capital

Escola Judith Macedo de Araújo é uma das contempladas com as placas para geração de energia solar

Escola Judith Macedo de Araújo é uma das contempladas com as placas para geração de energia solar


Bruna Suptitz/ESPECIAL/JC
Duas escolas municipais no Morro da Cruz, em Porto Alegre, receberam em julho placas fotovoltaicas que captam a luz solar para a produção de energia elétrica. Dados preliminares indicam que a mudança pode gerar economia de 70% na conta de luz. Nos próximos meses, será apresentado um relatório e a expectativa é alcançar a prova de conceito de que investir na implantação de energia solar representa economia financeira.
Duas escolas municipais no Morro da Cruz, em Porto Alegre, receberam em julho placas fotovoltaicas que captam a luz solar para a produção de energia elétrica. Dados preliminares indicam que a mudança pode gerar economia de 70% na conta de luz. Nos próximos meses, será apresentado um relatório e a expectativa é alcançar a prova de conceito de que investir na implantação de energia solar representa economia financeira.
A iniciativa integra o projeto Morro da Cruz Circular, contemplado em outubro passado com recurso internacional do Action Fund, uma colaboração entre a Rede de Governos Locais pela Sustentabilidade (Iclei) e o Google.org, braço filantrópico da empresa de tecnologia.
Um dos méritos do projeto é "trabalhar a emergência climática no local", destaca Tânia Pires, do Centro de Inteligência Urbana de Porto Alegre (CIUPOA), ONG à frente do trabalho. Os estudos utilizam os dados e colaboram com a ferramenta online Environmental Insights Explorer (EIE), do Google, que mapeia a emissão de gases de efeito estufa de transportes e de edificações e o potencial dos imóveis para captar energia solar.
Para cumprir com a proposta, a ONG conta com parceiros como a empresa ViaVerde Energia, que instalou as placas solares e também biodigestores (equipamento que transforma matéria orgânica, como restos de alimentos, em biogás de cozinha e em fertilizante líquido para o jardim) nas escolas Judith Macedo de Araújo e Morro da Cruz e no CTG local.
O aproveitamento dos dados ficará na comunidade, aponta Daniely Votto, uma das consultoras à frente do projeto. Essa "replicabilidade" também é destacada por Rodrigo Corradi, secretário-executivo adjunto do Iclei América do Sul, como um dos objetivos com o financiamento. Até o fim do ano serão apresentados dados sobre os investimentos e o impacto ambiental gerado, com recomendação para que a ação seja reproduzida, pelo poder público, em outras escolas.
Aliás, está entre as propostas do financiamento do Google.org convencer os tomadores de decisão a estabelecer metas de gestão relacionadas ao planejamento climático. Para servirem de exemplo, as escolas e o CTG serão transformados em "hubs de economia circular e zero emissão".
Na semana passada, representantes do Iclei e da prefeitura de Porto Alegre visitaram as instalações das placas e dos biodigestores. O município não tem participação direta no projeto, mas, por ser associado do Iclei, foi responsável por incluir Porto Alegre como uma das duas cidades aptas a candidatar propostas, por entidades sem relação com o governo. A outra cidade brasileira contemplada é Curitiba.
Ainda assim, a prefeitura participou da escolha das duas iniciativas que receberam o recurso. O outro projeto em andamento é desenvolvido pelo Centro Brasil no Clima, que se vale dos dados disponíveis na plataforma EIE e levanta novos indicadores para apontar para a transição energética do transporte público.
Gabriel Pabst, um dos pesquisadores envolvidos, explica que o estudo inclui mapear as externalidades do combustível fóssil, utilizado hoje nos ônibus, em outras políticas públicas. Um exemplo é na saúde, já que a poluição é associada a casos de problemas respiratórios. Neste exemplo, o tratamento de saúde gera custos ao município que podem ser evitados num cenário com menos poluição. Ao fim do estudo, a proposta é mostrar que compensa aos cofres públicos - e também à qualidade de vida - eletrificar a frota de ônibus.

Setor de transporte é o maior emissor de gases de efeito estufa

O setor de transporte é, aliás, o maior emissor de gases de efeito estufa, em Porto Alegre, responsável por 67,7% das emissões em 2019. Em segundo lugar, com 23% das emissões, aparecem as fontes de energia estacionária (queima de combustíveis em edifícios residenciais, comerciais e institucionais). Na sequência aparecem o setor de resíduos, com 8,8%, e agricultura, florestas e uso do solo, com 0,5%.
Os dados fazem parte do 2º Inventário de Emissões de Gases de Efeito Estufa de Porto Alegre, desenvolvido pela empresa WayCarbon em parceria com a Ecofinance Negócios e a rede de Governos Locais pela Sustentabilidade (Iclei). O relatório aponta que as emissões diminuíram em média 5% entre os anos 2016 (1º Inventário) e 2019. Apresentado no dia 12, o estudo é considerado a primeira entrega técnica do Plano Diretor, já que foi produzido a partir de um edital por meio da parceria entre a prefeitura e o PNUD para a revisão da lei.