Dia de Sobrecarga da Terra volta a regredir e chega em 29 de julho

O "Dia da Sobrecarga da Terra" de 2021 chegou em 29 de julho. Esse é um cálculo feito pela Global Footprint Network, que considera nossos hábitos de consumo e de exploração da natureza por diversos dados e, a partir disso, define quando no ano entramos em déficit com a natureza. Essa é a nossa "pegada ecológica", a marca que a humanidade deixa no planeta. Ainda pelo cálculo, há cinco décadas o ser humano consome mais do planeta em um ano que a capacidade que a Terra tem de regenerar os recursos naturais nesse mesmo período. Por essa lógica, no cenário atual é como se a humanidade usasse em um ano o equivalente a 1,7 Planeta Terra.

Como alerta à gravidade da situação, foi criado o "dia da sobrecarga da terra". Chegando mais cedo ano após ano, em 2020 o marco foi postergado para 22 de agosto, retornando ao patamar do início do milênio. Contudo, análises de especialistas indicam que a mudança se deu em consequência da pandemia de covid-19, essencialmente por ter se restringido a circulação de pessoas e de mercadorias em todo o mundo. Por não ser diretamente fruto de planejamento doa governos e consciência da sociedade como um todo, e sim uma resposta à emergência sanitária, o 'ganho' de 2020 não se manteve em 2021, quando a data novamente regrediu e está muito próxima da registrada em 2019 (27 de julho).

De acordo com o material de divulgação da Global Footprint Network e da Agência Escocesa de Proteção do Ambiente, que trabalham no cálculo, o Brasil tem papel central no resultado. "Os fatores críticos deste pior resultado são o aumento da pegada de carbono de 6,6% em comparação com o ano passado, bem como a redução de 0,5% na biocapacidade florestal global devido, em grande medida, a um aumento do desmatamento na Amazônia – só no Brasil, 1,1 milhão de hectares foram perdidos em 2020 e estimativas para 2021 indicam um aumento de até 43% no desmatamento com relação ao ano anterior", informa o documento.

Uma das propostas para reverter o cenário é o movimento "mude a data" - a ideia é postergar a sobrecarga da Terra em pelo menos cinco dias a cada ano, buscando uma situação de equilíbrio até 2050. E como são as cidades que mais exploram os recursos naturais que causam o desequilíbrio ambiental, é nos mesmos centros urbanos que a principal mudança em favor do planeta deve acontecer. "Através das suas infraestruturas e dos seus poderes regulatórios, as cidades têm oportunidades significativas para gerir a eficiência dos recursos e, com isso, o seu futuro", diz o material de divulgação sobre o Dia de Sobrecarga da Terra.