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Pensar a Cidade

- Publicada em 14 de Abril de 2021 às 18:33

Engenheiros defendem manter o Muro da Mauá

Estrutura de concreto integra sistema de controle das cheias do Guaíba

Estrutura de concreto integra sistema de controle das cheias do Guaíba


TONICO ALVARES/CMPA/JC
“É bem clara a necessidade de tecnicamente manter o sistema de proteção” contra cheias do Guaíba, resumiu sobre o Muro da Mauá Cezar Henrique Ferreira, presidente do Sindicato dos Engenheiros (Senge-RS). Essa é a conclusão do evento promovido pela entidade na tarde desta quarta-feira, dia 14. O debate voltou à pauta com a intenção manifestada pela prefeitura de Porto Alegre de remover parcialmente o muro para recuperar a relação da cidade com o Guaíba. Uma carta elaborada a partir do evento será entregue ao prefeito Sebastião Melo (MDB) e ao governador Eduardo Leite (PSDB).
“É bem clara a necessidade de tecnicamente manter o sistema de proteção” contra cheias do Guaíba, resumiu sobre o Muro da Mauá Cezar Henrique Ferreira, presidente do Sindicato dos Engenheiros (Senge-RS). Essa é a conclusão do evento promovido pela entidade na tarde desta quarta-feira, dia 14. O debate voltou à pauta com a intenção manifestada pela prefeitura de Porto Alegre de remover parcialmente o muro para recuperar a relação da cidade com o Guaíba. Uma carta elaborada a partir do evento será entregue ao prefeito Sebastião Melo (MDB) e ao governador Eduardo Leite (PSDB).
Em construção paralela ao Cais, de tempos em tempos o Muro da Mauá volta à discussão pública. A estrutura foi construída na década de 1970, a partir de projeto pensado após a enchente de 1941, que inundou o Centro da Capital. No momento, não está na pauta a retirada total do muro, mas a prefeitura fala em buscar uma solução arquitetônica diferente da atual - rebaixar, adotar uma estrutura móvel ou implantar uma parede verde, por exemplo.
Parte de um sistema de controle das cheias do Guaíba, a estrutura de concreto - o muro - se estende por 2,6km pela avenida Mauá e tem três metros de altura acima do solo e outros três metros abaixo. Parte dessa extensão divide espaço, hoje, com a área de manobra dos trens da Trensurb. Mas o sistema todo é muito maior, com 68km de diques de proteção, 14 comportas com sistema de acionamento hidráulico e 20 estações de bombeamento com 86 bombas.
Os dados foram apresentados na live pelo engenheiro Joel Avruch Goldenfum, do Departamento de Hidromecânica e Hidrologia (IPH) da UFRGS. Ele mostrou outros modelos de comportas móveis usadas em países como a Alemanha, mas ponderou que, além do investimento que a mudança pode demandar, “é preciso garantir que o mesmo grau de segurança e eficiência que tem hoje seja mantido” na operação e na manutenção do sistema. Ainda assim, sustenta a manutenção. “Podemos até pensar em modificar alguma parte (do muro), mas não retirar”, defendeu Goldenfum.
No evento online, o arquiteto e urbanista Oscar Escher apresentou propostas de conexão do Centro da cidade com o Guaíba com a manutenção do Muro da Mauá, estimulando a conexão da orla com as atividades no seu entorno. Um exemplo seria a construção de passarelas partindo dos imóveis na avenida Mauá, como o Centro Popular de Compras ou outros prédios de acesso públicos. “Tem solução paisagística para recompor a cidade com o rio. Mas antes de trabalhar o projeto, tem que trabalhar as premissas e um grande acordo social”, alertou.
Para Luís Roberto Ponte, presidente da Sociedade de Engenharia, falar na derrubada do muro “virou quase um clichê”: “a cidade tem quilômetros de Guaíba para olhar, não é por um quilômetro que vamos tirar segurança”. Ele alerta ainda que qualquer projeto de embelezamento, o que justificaria a mudança do sistema atual que o muro integra, precisa ter compatibilidade com a situação financeira do município.
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