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Opinião Econômica

- Publicada em 17 de Outubro de 2021 às 22:08

Em investimentos, tempo é dinheiro

Marcia Dessen
Planejadora financeira CFP (“Certified Financial Planner”), autora de “Finanças Pessoais: O Que Fazer com Meu Dinheiro”
Planejadora financeira CFP (“Certified Financial Planner”), autora de “Finanças Pessoais: O Que Fazer com Meu Dinheiro”
Não é pequeno o esforço que fazemos para economizar dinheiro, renunciando a coisas e prazeres imediatos para atingir metas futuras. Os resultados tardam, é preciso disciplina e persistência para ver o patrimônio crescer.
 
Disciplina significa investir sempre, não esperar sobrar. Deve ser o primeiro item do orçamento mensal. Persistência, porque leva tempo para acumular quantia relevante de dinheiro.
São três os aceleradores que fazem o capital crescer: 1) valor dos aportes (quanto depositamos mensalmente); 2) o tempo de acumulação (quantidade de aportes feitos); e 3) a rentabilidade das aplicações.
Se o valor das aplicações for elevado, o capital cresce rápido, mas é a variável mais difícil, especialmente para os mais jovens, em fase inicial de carreira e renda ainda baixa.
A rentabilidade acelera o crescimento do capital. Quanto maior for o retorno da carteira de investimentos, maior será o patrimônio acumulado ao longo do tempo. Mas rentabilidade maior pressupõe, necessariamente, maior risco, aspecto que depende do nível de tolerância a risco e da capacidade de assumi-lo.
Parece a mesma coisa, mas não é. O nível de tolerância define a disposição a correr risco. Na prática, essa tolerância se comprova quando aguentamos bem a volatilidade, o sobe e desce dos preços dos ativos de renda variável, cientes de que o retorno esperado precisa de tempo para ser alcançado.
Quem fica olhando a variação da Bolsa todos os dias, sofre quando o Ibovespa cai, fica preocupado, tem alteração do humor e do sono com a perspectiva de perder dinheiro, não tem tolerância ao risco.
A capacidade, por sua vez, define se podemos assumir riscos. Mesmo que a tolerância a risco seja alta, se os rendimentos forem necessários para complementar o orçamento familiar, por exemplo, não temos capacidade para colocar o capital em risco.
Os mais jovens tendem a ter boa capacidade para assumir risco, têm o tempo a seu favor, necessário para atravessar períodos de turbulência e recuperar eventuais perdas.
Finalmente, o tempo. Quanto maior o volume de aportes, maior será o capital acumulado. Ou seja, quanto mais cedo começarmos a investir, melhor. Dos três aceleradores, o mais fácil de ser implementado, depende exclusivamente da nossa vontade e determinação.
Um exemplo numérico para comprovar a teoria, elaborado com taxa nominal de juros, antes de descontar a inflação.
A meta é acumular R$ 1 milhão. Se a rentabilidade nominal estimada for de 6% ao ano, a meta será atingida em 52 anos com uma aplicação mensal de R$ 250; em 41 anos, com depósitos de R$ 500; em 30 anos, aplicando R$ 1.000.
Se a rentabilidade estimada for de 9% ao ano, a meta será atingida em 39 anos com uma aplicação mensal de R$ 250; em 32 anos, investindo R$ 500; em 24 anos, com depósitos de R$ 1.000.
Se a rentabilidade esperada for de 12% ao ano, a meta será atingida em 32 anos com uma aplicação mensal de R$ 250; em 26 anos, investindo R$ 500; em 21 anos, com depósitos de R$ 1.000.
Para demonstrar o forte impacto do tempo para alcançar a meta ambiciosa, e provar que mesmo pequenos valores levam a resultados surpreendentes se houver persistência, vamos considerar rentabilidade de 9% ao ano e aplicação mensal de R$ 100, uma quantia acessível que pode ser poupada com pequeno esforço, a partir dos 20 anos de idade.
Quando tiver 70 anos, haverá R$ 1 milhão na conta bancária deste jovem, agora mais velho, que tomou a sábia decisão de começar a poupar desde muito cedo.
Marcia Dessen
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