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Opinião Econômica

- Publicada em 14 de Junho de 2021 às 03:00

Planeje antes de usar crédito

Opinião Econômica: Marcia Dessen

Opinião Econômica: Marcia Dessen


/ARQUIVO/JC
Marcia Dessen
Planejadora financeira CFP (“Certified Financial Planner”), autora de “Finanças Pessoais: O Que Fazer com Meu Dinheiro”.
Planejadora financeira CFP (“Certified Financial Planner”), autora de “Finanças Pessoais: O Que Fazer com Meu Dinheiro”.
É praticamente impossível passarmos a vida toda sem dívidas. A maioria de nós não pode comprar à vista uma casa ou um carro, por exemplo. Entretanto, dívida não planejada provoca estragos em qualquer orçamento e pode elevar os gastos fixos a níveis insustentáveis.
Uma boa gestão de dívidas, utilizar o crédito de forma inteligente, contribui para melhorar o padrão de vida, solucionar emergências financeiras e manter o custo das operações de crédito em níveis razoáveis.
Entretanto, muitas pessoas têm conceitos equivocados sobre crédito e acabam se prejudicando em vez de usá-lo em benefício próprio. Vamos revisar conceitos e crenças. O crédito nos permite dispor de dinheiro extra. Erra quem acredita que a afirmativa é verdadeira. Crédito não é dinheiro extra. O dinheiro emprestado simplesmente nos permite gastar hoje o salário de amanhã, o que nos deixa com menos dinheiro para o futuro.
Com crédito podemos comprar bens que não poderíamos e melhorar nosso padrão de vida. Cuidado! Comprar algo que está fora do nosso alcance prejudica o orçamento e diminui nosso padrão de vida, seja qual for a forma de pagamento. Tudo o que compramos com crédito custa mais caro.
Em caso de necessidade, se faltar dinheiro para pagar coisas imprescindíveis, sempre poderemos utilizar empréstimos. Outra crença perigosa. A possibilidade de um banco ou outra instituição financeira lhe conceder crédito depende de suas informações pessoais e de seu histórico de crédito. Todas as entidades têm acesso ao nosso histórico de crédito, detalhes de empréstimos, atuais e anteriores, e se deixamos de pagar empréstimos e outras faturas.
Quem tem um histórico de crédito ruim não terá acesso a boas condições de crédito. É possível que os únicos dispostos a correr o risco sejam entidades duvidosas que cobram taxas e juros abusivos. Não são soluções recomendáveis, muitos perderam imóveis e bens por terem recorrido a alternativas extremas.
Uma instituição financeira sabe até que nível podemos nos endividar, sendo assim, se nos empresta mais dinheiro do que podemos pagar, assume a responsabilidade.
Errado, a responsabilidade principal é sempre nossa. Muitas vezes somos bombardeados com facilidades para comprar agora e pagar depois. É nossa responsabilidade saber quando convém utilizar crédito e quanto podemos pagar de juros e outros custos.
Se acontecer alguma coisa que nos impeça de quitar os empréstimos, sempre será possível renegociar as condições, trocar o tipo e o montante de juros e alongar os prazos de pagamento. Cuidado, não é bem assim.
Uma operação de crédito não é um jogo em que podemos entrar e sair segundo nos convenha. Quando parcelamos uma compra ou aceitamos um empréstimo, firmamos um contrato segundo o qual nos comprometemos formalmente a devolver todo o dinheiro, mais juros e outras despesas, nas condições especificadas. Em certas situações, é possível renegociar, entretanto, normalmente haverá sérias consequências se não cumprirmos o contratado.
Comprar a crédito é o mesmo que comprar à vista, adiando o desembolso do dinheiro. Não, não é a mesma coisa. Quando uma instituição financeira nos concede crédito, está prestando um serviço que não é de graça. Esse é um serviço pelo qual pagamos, além do custo original do produto. Dependendo da percentagem de juros e prazo de pagamento, o custo do crédito pode ser igual, ou superior, ao preço do produto que compramos.
Em outras palavras, compramos um produto e pagamos o dobro ou o triplo por ele.
Marcia Dessen
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