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Opinião Econômica

- Publicada em 05 de Abril de 2021 às 21:24

Motivação ajuda a poupar

Marcia Dessen
Planejadora financeira CFP (Certified Financial Planner)
Planejadora financeira CFP (Certified Financial Planner)
Suponha que eu te apresente um baralho com 24 cartas. Cada uma delas indica valores pessoais e propósitos de vida. Peço que selecione as 12 que mais te representam, por hipótese: família, poder, saúde, força, conhecimento, autonomia, riqueza, amizade, trabalho, amor, paz, prestígio.
Em seguida, exclua cinco; depois, elimine mais quatro, restando apenas três, às quais você não renuncia em nenhuma hipótese. Agora, verifique se o seu dinheiro está sendo destinado aos valores e propósitos que te movem. Surpreso com a falta de alinhamento? Com frequência, propósitos e despesas caminham em direções opostas.
Muita gente controla as despesas de cabeça, acha que sabe quanto gasta, não faz orçamento por ser um exercício chato e repressivo, cheio de não pode isto, não pode aquilo.
Mas não precisa ser assim. O orçamento é um exercício que vai além de simplesmente anotar as contas a pagar, tudo o que aprisiona o dinheiro que você ganha, por decisões tomadas no passado.
Pense no que você deixou de fazer e queria ter feito se tivesse mais dinheiro. Pense nas três cartas que você escolheu como as mais importantes e avalie se está canalizando o dinheiro corretamente. O que está sendo feito com o dinheiro importa muito mais do que o valor em si.
Julia e João estão desassossegados. A reserva financeira foi usada na última contingência e ainda não foi recomposta. Essa situação deixa o casal intranquilo, mas lamentam que não sobra dinheiro para isso.
Ana e Pedro, um casal jovem, sem filhos, moram em um apartamento pequeno, em um condomínio grande, muita gente, vizinhos que vivem uma fase de vida diferente da deles, poucos amigos.
Há tempos alimentam o sonho de morar em uma cidade menor, em uma casa com jardim e piscina, mas o orçamento não conversa com o sonho do casal. Ganham bem, vivem bem, desfrutam a vida, mas nem uma pequena parte do que ganham está sendo destinada para realizar o sonho que acalentam.
Diana tenta controlar as despesas, mas comete um erro básico na sua planilha, uma linha denominada "cartão de crédito" com o valor total da fatura, que abarca uma série de despesas, algumas importantes e outras tantas supérfluas, perfeitamente evitáveis. Só depois de lançar cada despesa na categoria à qual pertence ela poderá avaliar se está gastando o dinheiro como gostaria.
O argumento de que falta dinheiro não se comprova quando os números são analisados. Os recursos talvez estejam sendo destinados aos prazerosos itens de consumo, comprando presentinhos que nos damos a nós mesmos porque merecemos, e os valores e propósitos de vida, muitas vezes, esquecidos.
Se o orçamento que define quanto dinheiro vai para cada despesa estiver alinhado com os propósitos de vida, realizá-los será uma questão de tempo. Prioridades definidas, escolhas bem-feitas, disciplina e controle se converterão em sonho realizado.
Além da motivação, é importante automatizar, criar um mecanismo para separar o dinheiro assim que for creditado e destiná-lo imediatamente ao que importa. Aplicações programadas para investir 5% do salário para compor ou recompor a reserva financeira. Outros 10% para a primeira fase do projeto da casa no interior ou na praia. Mais 20% para assegurar uma vida longeva, saudável e segura.
O que sobrar, se sobrar, será destinado às despesas básicas de subsistência e ao consumo. Bela inversão na ordem das coisas... Troque o orçamento que te aprisiona pelo que te liberta. Só depende de você.
Marcia Dessen
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