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Opinião Econômica

- Publicada em 04 de Abril de 2019 às 22:16

E o tempo passa...


/Arquivo/JC
Embora não representem a visão de futuro de que o País tanto necessita, as linhas gerais do governo Bolsonaro no campo econômico sinalizam uma lógica com início, meio e fim - partem de um cenário de estagnação, passam por um importante elenco de reformas e, se tudo correr bem, desembocam na retomada do crescimento em patamares razoáveis para a atual realidade.
Embora não representem a visão de futuro de que o País tanto necessita, as linhas gerais do governo Bolsonaro no campo econômico sinalizam uma lógica com início, meio e fim - partem de um cenário de estagnação, passam por um importante elenco de reformas e, se tudo correr bem, desembocam na retomada do crescimento em patamares razoáveis para a atual realidade.
A reforma da Previdência poderá funcionar como ponto de partida, com forte conteúdo simbólico de um processo mais amplo de ajustes nas contas públicas. O programa de concessões e privatizações pode colocar em curso um movimento de enxugamento do Estado, dotando-o de eficiência e criando oportunidades para a iniciativa privada.
Já a reforma tributária implicará o necessário aumento da produtividade e da competitividade das empresas, complementada pela abertura da economia e pela aproximação ao fluxo de comércio global.
Somando a esse quadro propostas consistentes para demandas críticas da sociedade nas áreas de saúde, segurança e educação, até agora desconhecidas ou não formuladas, estará estabelecido o rumo que alicerça o otimismo e, por consequência, a expansão econômica.
Tal cenário já seria promissor. Mas, passados três meses da posse de Jair Bolsonaro, algumas fissuras começam a aparecer no quadro de expectativas positivas formadas a partir das eleições presidenciais, gerando dúvidas sobre a integridade da reforma da Previdência e a capacidade de articulação política do governo.
Seria prematuro tomar esses sinais como prenúncio de reversão dessa agenda. Mas, sem demonstrações cabais sobre o propósito de levar as reformas adiante, a vacilante recuperação da economia pode dar lugar a outro ciclo de retração.
Esse é um risco efetivo, devido ao vazio de lideranças que parece se ampliar a cada dia, ameaçando as esperanças dos brasileiros por um futuro mais promissor.
Seria um fator adicional à crise institucional formada em passado recente e que ganhou vigor no início da atual gestão.
Alimentado por declarações ociosas, embates dispensáveis e polêmicas sem sentido, o mal-estar entre o Executivo e o Congresso trava decisões importantes e cria um sentimento de insegurança no empresariado, reprimindo os já tímidos níveis de investimentos no Brasil.
É justamente do que não precisamos. Afinal, com a fragilidade das contas públicas, não se pode esperar que o Estado invista o capital necessário para recuperar a infraestrutura, fomentar a inovação e modernizar nossa indústria, entre outras dezenas de demandas urgentes.
O protagonismo caberá ao setor privado, que, por definição, só desempenha tal papel em um ambiente de negócios que reconheça e valorize o risco e o empreendedorismo, impelidos por uma visão de futuro que não se evapore ao primeiro sinal de crise.
Cabe ao governo preservar as linhas gerais que pareciam orientar sua atuação na economia e colocar ordem na confusão em áreas críticas como educação e relações exteriores.
O que menos se quer é que outra vez se confirme o vaticínio do brilhante economista, diplomata e político Roberto Campos, segundo o qual "o Brasil nunca perde uma oportunidade de perder oportunidades".
Empresário, conselheiro da Natura
 
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