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Opinião Econômica

- Publicada em 10 de Setembro de 2018 às 22:41

Fogo não pode destruir o futuro

Opinião Econômica: Nizan Guanaes

Opinião Econômica: Nizan Guanaes


/Arquivo/JC
Todo momento é importante, como nos lembram a filosofia oriental e o consumismo ocidental. Mas este momento é ainda mais importante para a democracia brasileira.
Todo momento é importante, como nos lembram a filosofia oriental e o consumismo ocidental. Mas este momento é ainda mais importante para a democracia brasileira.
O País vive sua pior crise política, econômica e de confiança desde a redemocratização. O investimento, motor do progresso, parou. A economia sofre mais uma década perdida.
Mas, daqui a um mês, teremos a mãe de todas as chances para resolver, ou começar a resolver, essa crise monstro: eleições livres e democráticas.
O melhor - o único - caminho para estabilizar o País são as eleições gerais de outubro. Essa é a beleza e a função da democracia, arbitrar e canalizar periodicamente as demandas da sociedade da forma mais justa e harmoniosa possível.
Por isso, qualquer ato de força ou violência que possa ameaçar a democracia deve ser condenado sempre e por todos. É isso o que vem acontecendo desde o atentado contra Jair Bolsonaro. Todos os candidatos, de todos os tons, foram rápidos e unânimes em condenar a violência, que foi, como muitos apontaram, um ataque contra a democracia.
Eleições devem servir para um país resolver suas questões políticas, não exacerbá-las.
O calor da luta política é inevitável, ainda mais em tempos como este, mas, quando a temperatura aumenta demais, é preciso chamar os bombeiros para controlar as chamas.
O fogo natural e necessário da paixão política precisa de limites para não incendiar o país. Parte importante de nosso passado foi destruído pelo incêndio do Museu Nacional. Não vamos deixar o fogo político destruir também o nosso futuro.
A polarização e a necessidade de deslegitimar opositores não são novas. Mas, desde o processo de impeachment, essa temperatura só aumenta. As dificuldades econômicas foram aprofundadas pelas dificuldades políticas, e caímos numa dupla crise profunda, que tem uma terceira perna social e talvez uma quarta, a institucional. Mas não podemos ficar de quatro. Precisamos levantar e caminhar à frente, para as urnas, dentro da legalidade e da democracia, o único caminho viável.
O progresso não vem só de um lado. A democracia permite a contribuição de diferentes visões e grupos - ao mesmo tempo, por meio de coligações políticas, e/ou em sucessão, como tivemos governos tucanos e petistas dando contribuições diferentes e em alguma medida complementares à administração do País.
O Brasil deve registrar entre 2011 e 2020 expansão média anual do PIB inferior a 1%. Será mais uma década perdida num país que não pode perder um dia na busca de melhores condições para sua população.
O Brasil está entre os dez países mais ricos do mundo há décadas, apesar das décadas perdidas. Isso mostra que, sim, nós podemos.
É preciso foco e trabalho. O próximo governo - de direita, de esquerda, de centro - não pode dar errado. O próximo governo não pode ser sabotado. Se ele falhar, falharemos todos.
Uma eleição como nenhuma outra ficou ainda mais diferente depois do atentado contra Bolsonaro.
O primeiro debate presidencial depois do ataque, no domingo, mostrou candidatos mais cordatos e mais propositivos. É muito melhor votar pensando nas propostas dos candidatos do que nos ataques contra eles.
Estamos há quatro anos em guerra política. Os escombros estão aí, espalhados pelos declinantes índices econômicos e sociais. Precisamos de bombeiros, não de lança-chamas. Precisamos de engenheiros, não de demolidores.
Chegou a hora de votar e aceitar o resultado das urnas, seja quem for o vencedor ou vencedora. Chegou a hora da paz.
Publicitário, fundador do Grupo ABC
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