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Opinião Econômica

- Publicada em 07 de Agosto de 2018 às 01:00

Olho nos candidatos e nos assessores

Opinião Econômica: Benjamin Steinbruch

Opinião Econômica: Benjamin Steinbruch


Arquivo/JC
Na próxima semana, a partir do dia 16, começa a propaganda eleitoral para os pleitos de 7 de outubro, que vão escolher deputados estaduais e federais, governadores, senadores e o presidente da República. Ficam permitidos comícios, carreatas, distribuição de folhetos impressos e propaganda não paga na internet.
Na próxima semana, a partir do dia 16, começa a propaganda eleitoral para os pleitos de 7 de outubro, que vão escolher deputados estaduais e federais, governadores, senadores e o presidente da República. Ficam permitidos comícios, carreatas, distribuição de folhetos impressos e propaganda não paga na internet.
A propaganda eleitoral gratuita no rádio e na TV começará em 31 de agosto, 37 dias antes das eleições, e irá até 4 de outubro. Desta vez, haverá 35 dias de programas, em vez dos 45 dias de pleitos anteriores.
Vem aí, portanto, um momento importantíssimo para o País. Vamos direto ao ponto: o que se espera dos candidatos em todos os níveis, principalmente dos que postulam a presidência, é transparência e honestidade em suas mensagens.
Em 2014, a candidata eleita tinha na campanha um discurso voltado para a promoção do crescimento da economia. A atividade já estava praticamente parada, e a população votou na esperança de que houvesse efetivamente um programa para colocar o País de volta à rota da expansão da economia e do emprego.
Não foi o que ocorreu. A começar pela nomeação do ministro da Fazenda, o governo reeleito mostrou que não seguiria o caminho prometido.
As convicções do ministro nomeado, homem sério e correto, eram muito diferentes daquelas propaladas na campanha. Seu receituário foi unicamente no sentido da contenção de gastos e ajuste fiscal, necessários, mas não suficientes, sem nenhuma atenção para a promessa de busca do crescimento feita na campanha.
O crédito foi contido de forma brusca, os juros foram mantidos em nível elevado nos bancos, e os investimentos públicos, cortados sem nenhum cuidado. A confiança e o consumo desabaram, e a produção caiu. Deu no que deu.
O País entrou em recessão profunda, a maior de sua história, aspecto que certamente pesou na decisão do impeachment de 2016. Milhões de empregos foram destruídos em velocidade nunca vista.
O que aconteceu com a indústria é um retrato fiel do desastre brasileiro. Segundo dados da CNI (Confederação Nacional da Indústria), a produção de manufaturados brasileiros caiu para apenas 1,98% do total produzido no mundo em 2017. A tendência de perda de participação já vinha desde 1990, quando Brasil e China tinham cerca de 3,5% da produção manufatureira mundial - hoje, a China tem 25%. Nos últimos três anos, porém, a perda se acentuou até chegar ao nível atual, inferior a 2%.
Curiosa e tristemente, tudo isso se deu em um período de expansão da economia mundial pós-crise, não aproveitado pelo Brasil. O PIB global cresceu 2,8% em 2015, 2,4% em 2016, 3,1% em 2017 e deve crescer mais de 3% em 2018. O PIB brasileiro caiu 3,5% em 2015, outra vez 3,5% em 2016 e cresceu apenas 1% em 2017.
Cabe ao eleitor escolher aquela que considera ser a melhor proposta para o País. Mas vamos novamente direto ao ponto: ele não pode ser enganado. Não bastam palavras e textos. Os candidatos precisam deixar claro quem serão os condutores de suas políticas nas várias áreas, especialmente na economia, mas também em saúde, educação, segurança.
Ao examinar opiniões e comportamentos passados desses condutores, fica clara a tendência do governo que virá. Se apoiam o encolhimento do Bndes, se abominam a palavra desenvolvimento, se flertam com a política de juros elevados, se desprezam o incentivo à indústria brasileira, se pregam a desnacionalização do capital, não podem fazer o discurso vazio de apoio ao crescimento econômico. São falsos.
Olho nos candidatos, mas também em seus assessores.
Diretor-presidente da Companhia Siderúrgica Nacional, vice-presidente da Fiesp
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