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Olhar da Fé

- Publicada em 19 de Março de 2020 às 16:16

O sentido da vida

Por Dom Jaime Spengler, arcebispo metropolitano de Porto Alegre e primeiro vice-presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
Por Dom Jaime Spengler, arcebispo metropolitano de Porto Alegre e primeiro vice-presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
O tempo presente requer de todos disposição e determinação para aprofundar a compreensão do sentido da vida. Ela é dom e compromisso, que se traduz em relações de mútuo cuidado entre as pessoas, na família, na comunidade, na sociedade e no planeta, a Casa Comum.
Entre as muitas conquistas e realizações da técnica e da ciência, que proporcionam melhores condições de vida, constatam-se também situações escandalosas que necessitam de vigilância e cuidado.
Saltam aos olhos os índices de suicídio, automutilação, drogadição e depressão na sociedade. O que dizer da viabilidade do acesso à saúde e educação com qualidade; de tanta violência, da degradação dos espaços de decisão democrática?
A agressividade, a violência e a corrupção – expressões de falta de sensibilidade humana, educação e cultura – que se manifestam em gestos, palavras e ações, são sinais de que algo não está bem em nossa sociedade. Tal situação, porém, não pode nos roubar a convicção de que é possível cuidar da vida e promover a convivência em todos os âmbitos da existência.
A tradição judaico-cristã ensina que no caminho das origens de todo o universo havia harmonia (Gn 1,25); mais ainda: “tudo era muito bom” (Gn 1,31). Na origem de tudo havia reverência, senso de pertença e acolhimento. Somos, pois, convocados a reconstruir a harmonia das origens. Como? Através da reconciliação e da misericórdia.
Os tradicionais exercícios da quaresma são um caminho privilegiado para reencontrar o vigor das origens. O jejum abre nossa pessoa para a receptividade, para a liberdade da vida em Cristo. A esmola nasce da alegria de ter encontrado o tesouro escondido (Mt 13,44). O amor, a misericórdia e o cuidado buscam o outro! A oração é reconhecimento da experiência pessoal do cuidado amoroso de Deus em Jesus Cristo. Ela é silêncio e palavras de gratidão e súplica.
A quaresma é um tempo vivido especialmente pelos fiéis católicos, sabemos. Ela, incluindo o contexto de pandemia do coronavírus (COVID-19), quer ser um caminho para conduzir a todos ao encontro da Vida. Chamo “caminho” porque é um processo existencial, mudança de vida, transformação da pessoa que se deixa atingir pela pessoa de Jesus Cristo e que, assim, encontra um sentido para a própria existência.
Prevenção contra o coronavírus - Na segunda-feira (16), o arcebispo metropolitano, Dom Jaime Spengler, determinou, por meio de Nota Oficial, a suspensão das missas públicas, do início da catequese e de novenas, tríduos e procissões programadas, seguindo as recomendações das autoridades sanitárias e de saúde para o combate à disseminação da CONAVID-19 (coronavírus). A determinação diz respeito a todo o território da Arquidiocese, que abrange 29 municípios. Na nota oficial, a Arquidiocese incentiva que, neste período: os fiéis promovam a Leitura Orante da Palavra e a oração do terço em família; que os padres ampliem os horários de atendimento no templo, respeitando a distância física recomendada e que, assim como os diáconos levem, pessoalmente, aos idosos e doentes que solicitarem a Sagrada Comunhão Eucarística; e que as igrejas permaneçam abertas, higienizadas e bem arejadas; entre outras orientações. As ações sociais e culturais da Arquidiocese também receberam determinações a fim de enfrentar o período contribuindo no combate à disseminação do vírus, entre elas: Mensageiro da Caridade:,Centro Social de Cultura e Arte Padre Irineu Brand:Casa Santa Clara:Casa Madre Madalena, Centro Social Padre Pedro Leonard. Acesse as notas na íntegra no site https://www.arquidiocesepoa.org.br/
Nota CNBB sobre o coronavírus - Em decorrência do complexo quadro de pandemia da CONAVID-19 (coronavírus) no mundo e em território brasileiro, a presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) emitiu nota no dia 14: “Tempos de Esperança e Solidariedade”. No documento, organizado em 7 parágrafos, a presidência da CNBB informa que as indicações práticas de cuidado estão sendo emitidas em cada diocese, considerando e respeitando a realidade. A mensagem recomenda atenção e consideração irrestrita às orientações dos especialistas de saúde e autoridades competentes. “Os cuidados com higienização pessoal e do ambiente, bem como evitar aglomerações são regras que precisam ser seguidas por todos, com irrestrita atenção e cuidados, a partir da própria consciência, regida pelo bom senso e pela fraternidade”, diz o texto. A mensagem reconhece que algumas restrições mexem com o jeito dos católicos conviverem e celebrarem, contudo pede que as orientações sanitárias e de saúde sejam acolhidas como uma contribuição tendo em vista o bem de todos. O tempo, segundo o documento, é de intensificar a oração, elevando os corações ao Deus da vida, no acolhimento de sua Palavra e por uma vivência de renúncias neste tempo Quaresmal. Em tempos de celebração da Campanha da Fraternidade 2020, cujo tema é “Fraternidade e vida: dom e compromisso” e o lema fala do cuidado, a presidência da CNBB pede disciplina e obediência às orientações e decisões para o “nosso bem”. Conheça a íntegra do documento no link: http://bit.ly/3d7pTsl
Mensagem do Papa pelos idosos - Francisco dedicou a Missa na Casa Santa Marta, na manhã de terça-feira (17), aos anciãos que em tempo de restrições devido ao coronavírus estão entre aqueles que mais do que outros sofrem a distância dos entes queridos. “Gostaria que hoje rezássemos pelos anciãos que sofrem este momento de modo particular, com uma solidão interna (interior) muito grande e por vezes com tanto medo. Peçamos ao Senhor que esteja próximo dos nossos avôs, nossas avós, de todos os anciãos e lhes dê a força. Eles nos deram a sabedoria, a vida, a história. Também nós nos fazemos próximos deles com a oração”, disse o Santo Padre. A homilia é inspirada no Evangelho e no tema do perdão que leva Pedro a perguntar a Jesus quantas vezes é lícito perdoar os outros. Não é fácil, reconheceu Francisco, que recordou que tem “pessoas que vivem condenando pessoas”. Mas aquilo que Deus almeja, afirmou, é a “ser magnânimos” a “perdoar, perdoar de coração”. No link é possível acessar o texto da homilia: http://bit.ly/2wg799E
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