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Olhar da Fé

- Publicada em 12 de Fevereiro de 2020 às 19:10

Enfermidade e solidariedade

Dom Adilson Pedro Busin, Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Porto Alegre.
Dom Adilson Pedro Busin, Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Porto Alegre.
Na celebração de N. Sra. de Lourdes, em 11 de fevereiro, celebra-se o Dia Mundial do Enfermo. Este santuário mariano, na França, é marcado por sinais milagrosos de tantas curas e graças alcançadas. Quem já esteve lá, sobretudo na procissão dos enfermos, percebe que além da fé de cada peregrino, há um grande “milagre” entre as pessoas: a solidariedade. São gestos de pessoas movidas pela fé e mais ainda pelo amor. São Paulo dirá: “a maior delas é a caridade”. Na dor da humanidade brota a solidariedade como uma força capaz de superar barreiras, que nossa prepotência nos impede em outros momentos. Em Lourdes, é possível ver que o ser humano, criatura do amor de Deus, é capaz, pelo sofrimento, de ser irmão, de ser bom, generoso, solidário. Como um paradoxo, no sofrimento, é possível ser mais humano.
O mundo vive, no momento presente, o surgir de mais uma nova doença assustadora: o coronavírus. Os olhos da humanidade e das mídias estão voltados para a China. A globalização que tornou o mundo uma aldeia global, faz tudo chegar ao nosso quintal. E tem o lado bom disso tudo. A preocupação e a busca de soluções também se tornam globais. Parece não mais valer o dito: “ é problema deles” ou “ é problema seu”. O sofrimento dos chineses, e dos estrangeiros que lá estão, é sofrimento da humanidade. E neste momento nos tornamos mais solidários, mesmo quem vê a China sob o olhar ideológico reflete e toma uma postura humanitária e solidária. A comunidade científica e centros de pesquisa, trocam informações para juntos encontrar os remédios e soluções que façam frente ao desafiador coronavírus. Na dor e no sofrimento, a humanidade é capaz de ser solidária. A doença e a dor global evocam na humanidade o senso amplo de família, para além das divisões, preconceitos e muros erguidos pela pseudo-segurança que a prepotência e o egoísmo, continuamente, tentam nos iludir.
As atitudes de Jesus Cristo no evangelho é um chamado a olhar o enfermo mais do que a enfermidade. Os doentes foram as pessoas de quem mais Ele se aproximou. “Onde ele chegava [...] colocavam os doentes nas praças e pediam que pudessem ao menos tocar na barra da roupa de Jesus. E os que tocaram, ficaram curados” (Mc 6, 56). O Papa Francisco fala repetidamente da cultura do cuidado e da proximidade ao irmão. No Dia Internacional do Enfermo erguemos a voz aos céus. Que o Espírito dê sabedoria aos pesquisadores na busca da solução das doenças. Aos que legislam e governam, que promovam leis e decisões para a saúde da população. Um obrigado aos profissionais que se dedicam ao cuidado dos enfermos. Uma oração a todos os que sofrem nas enfermidades. E que Nossa Senhora de Lourdes nos conceda saúde espiritual, psíquica e do corpo. Nos recorde sempre a solidariedade na enfermidade.
Doutor em Direito Canônico na Arquidiocese - Na segunda-feira (10), o padre Maikel Herold, presbítero da Arquidiocese de Porto Alegre, apresentou sua defesa de tese junto à Pontifícia Universidade Lateranense de Roma em vista o grau de doutorado em Direito Canônico. Com o título “O princípio de Subsidiariedade na organização social da Igreja e sua aplicação na relação autoridade eclesiástica e christifideles (fiéis cristãos)”, Pe. Maikel arguiu que o Princípio de Subsidiariedade se trata de um conceito pelo qual um ente maior (o Estado ou uma organização de caráter internacional) deve respeitar a justa autonomia de entes menores (as pessoas de modo singular, as famílias, associações etc.). Apesar de ser um pressuposto de caráter sociológico, a subsidiariedade, desde o período anterior ao Concílio Vaticano II, vem sendo apresentada como um princípio a ser aplicado também na Igreja, em vista o reconhecimento à justa autonomia e responsabilidade por parte dos fiéis no que diz respeito ao seu próprio apostolado, bem como das realidades locais onde a Igreja está presente, proporcionando com isto um caminho de desconcentração do poder, seja à nível universal, seja a nível diocesano. Neste sentido, apresenta a necessidade que as Conferências Episcopais sejam reconhecidas com uma autonomia ao modo como acontece com os Sínodos das Igrejas Orientais; do mesmo modo que fossem implantados tribunais administrativos canônicos a nível local.
Exortação “Querida Amazônia” - Foi apresentada, no Vaticano, nesta quarta-feira (12) a Exortação Apostólica Pós-Sinodal do Papa Francisco, em cerimônia transmitida ao vivo para todo o mundo. O documento “Querida Amazônia” era muito aguardado, em especial pelos fiéis da Igreja Católica, desde a realização do Sínodo para a Amazônia, realizado em outubro do ano passado. Francisco destaca que deseja “expressar as ressonâncias” que o Sínodo provocou nele. E esclarece que não pretende substituir nem repetir o Documento final, que convida a ler “integralmente”, fazendo votos de que toda a Igreja se deixe “enriquecer e interpelar” por este trabalho e que a Igreja na Amazônia se empenhe “na sua aplicação”. O Papa compartilha os seus “Sonhos para a Amazônia” (5-7), cujo destino deve preocupar a todos, porque esta terra também é “nossa”. Assim, formula “quatro grandes sonhos”: que a Amazônia “que lute pelos direitos dos mais pobres”, “que preserve a riqueza cultural”, que “guarde zelosamente a sedutora beleza natural”, que, por fim, as comunidades cristãs sejam “capazes de se devotar e encarnar na Amazônia”. Outros pontos também fazem parte da Exortação como: os cristãos devem lutar juntos para defender os pobres da Amazônia; novos espaços às mulheres, mas sem clericalizações; favorecer um protagonismo dos leigos nas comunidades; Bispos latino-americanos devem enviar missionários à Amazônia; o sonho ecológico: unir cuidado com o meio ambiente e cuidado com as pessoas.
Repercussão em Roma - A iniciativa pioneira da Arquidiocese de Porto Alegre com a criação de uma comissão responsável por acolher denúncias, executar ações punitivas e dar tratamento a crianças, adolescentes e pessoas vulneráveis, vítimas de abuso, foi notícia na edição de 28 de janeiro do Jornal L’Osservatore Romano, principal publicação do Vaticano, de propriedade da Santa Sé. O veículo foi publicado pela primeira vez em 1º de julho de 1861. Jornal diário político-religioso, como recita o subtítulo do cabeçalho, enfrentou ao longo do tempo profundas transformações para responder melhor às expectativas dos Pontífices que se seguiram. A dimensão universal, o encontro entre fé e razão, a amizade com as mulheres e os homens de hoje são as directrizes que o jornal exprime ao apresentar, com carácter documentário e ao mesmo tempo jornalístico, todos os textos pontifícios e os documentos da Santa Sé, e acompanhando a vida internacional, os debates culturais, as vicissitudes da Igreja em todos os continentes com particular atenção ao ecumenismo e ao diálogo com as religiões. A edição diária (em italiano) é publicada seis vezes por semana (excluída a segunda-feira) e pode ser encontrada nos quiosques das principais cidades italianas ou requerida por assinatura. Semanalmente publicado em outros idiomas, incluindo o português, é assinado por parte do clero. Para mais informações, acesse: http://www.osservatoreromano.va/pt
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