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Olhar da Fé

- Publicada em 05 de Fevereiro de 2020 às 20:41

O poder da Palavra

Dom Aparecido Donizeti de Souza – Bispo Auxiliar de Porto Alegre.
Dom Aparecido Donizeti de Souza – Bispo Auxiliar de Porto Alegre.
Vivemos em um contexto cultural onde a liberdade de expressão é defendida como um direito fundamental do ser humano. De fato, poder se exprimir na liberdade de pensamento é, sem dúvida, algo fabuloso, mas supõe discernimento e responsabilidade pessoal, pois aquilo que se diz pode afetar positivamente ou negativamente a vida de outros. E um bom discernimento supõe também uma boa educação.
Não precisamos fazer muito esforço para percebermos o quanto discursos de algumas lideranças, sobretudo religiosas e políticas têm influenciado pessoas em nosso tempo. Conforme o conteúdo dos discursos e a forma com a qual são feitos, os impactos são profundos e vão gerando ou fortalecendo comportamentos diversos em muitos. Quando a pessoa tem um conhecimento fundamentado numa sã antropologia cristã e filosófica certamente saberá fazer juízos e formulará ideias em vista da construção de um mundo melhor onde todas as pessoas tenham uma vida mais digna. Mas se um líder “falar coisas aos ventos” sem discernimento adequado poderá favorecer o contrário. Poderá com suas palavras fomentar o ódio, a violência, a indiferença para com os mais necessitados, enfim o desrespeito para com a vida humana e também a vida do planeta.
O fato é que todos nós somos corresponsáveis para que o mundo seja melhor. Vale se perguntar o que queremos com aquilo que expressamos por meio das palavras ditas no cotidiano. Assim, se desejamos de fato que situações como desigualdade social, ganância, preconceito, discriminação, racismo, indiferentismo, individualismo, violência e todo tipo de guerra, bem como a perda de sentido da vida, deem espaço para um mundo melhor, mais humano, solidário e justo, onde as pessoas sejam respeitadas em seus direitos de uma vida digna e a paz possa predominar em nosso meio, precisamos cuidar bem do que falamos e como falamos. Conhecemos bem a expressão: “quem semeia vento, colherá tempestade” e, certamente, quem semeia coisas boas, bons frutos colherá.
Até o que lemos na Sagrada Escritura se não soubermos interpretar à luz de Cristo, que veio ao mundo para salvar e não condenar (cf. Jo 3,17), poderia sofrer interpretações fundamentalistas que não favoreçam a vida digna e plena para todos, pois Cristo veio também “para que todos tenham vida e tenham em abundância” (Jo 10, 10).
Assim, que o amor a Cristo que deu a vida pela salvação da humanidade leve todos a viver a vida com responsabilidade e saber se comunicar seja na família ou na sociedade em vista do bem de todos e da restauração do meio ambiente que é nossa Casa Comum.
Formação Gratuita - Neste primeiro semestre de 2020, a Cáritas de Porto Alegre promove dois momentos de formação gratuita. O primeiro curso “Coordenador de Projetos Sociais” será realizado de 16 a 20 de março, das 13h às 17h, na Av. Ipiranga 1145, Bairro Azenha. São 80 vagas com o objetivo de qualificar a rede socioassistencial. São 25h/aula sobre temas como gestão de pessoas e sustentabilidade e as inscrições já estão abertas. No mesmo local, sede da Cáritas Arquidiocesana, também será promovido o curso de “Educador Social (Turma I)”, de 5 a 28 de maio, 70h/aula. Serão realizados oito encontros, nos quais, os participantes terão aulas sobre mediação de conflitos, metodologia do trabalho social e a Lei 13.019, sobre a Política Nacional de Assistência Social, entre outros temas. As inscrições iniciam em 1º de abril. Mais detalhes acesse: http://www.caritasportoalegre.org/cursos.asp ou ligue: (51) 3223.2555.
Vida Consagrada - O Papa Francisco presidiu, na tarde do dia 1° de fevereiro, na Basílica de São Pedro, a missa para o XXIV Dia Mundial da Vida Consagrada celebrado no domingo (2). No início da missa, as luzes da Basílica Vaticana foram apagadas e por alguns instantes o templo foi iluminado pelas velas acesas que os consagrados seguravam em suas mãos. Uma pequena chama semelhante à luz do chamado que um dia Jesus acendeu em seus corações. O pontífice iniciou sua homilia com a seguinte passagem bíblica: ‘“Meus olhos viram a Salvação”: são as palavras de Simeão, que o Evangelho apresenta como um homem simples, um homem “justo e piedoso”. Mas, dentre todos os homens que estavam no templo naquele dia, só ele viu, em Jesus, o Salvador. Um menino; um pequenino, frágil e simples menino. Nele viu a Salvação, porque o Espírito Santo lhe fez reconhecer, naquele terno recém-nascido, “o Messias do Senhor”’. A fim de ter um olhar justo sobre a vida, Francisco convidou os consagrados a pedirem para “saber ver, como Simeão, a graça de Deus que veio para nós. O Evangelho repete três vezes que Simeão tinha familiaridade com o Espírito Santo, que estava nele, o inspirava e impelia. Tinha familiaridade com o Espírito Santo, com o amor de Deus". Seguiu o Papa: “A vida consagrada, se permanecer firme no amor do Senhor, vê a beleza. Vê que a pobreza não é um esforço titânico, mas uma liberdade superior, que nos presenteia como verdadeiras riquezas Deus e os outros. Vê que a castidade não é uma esterilidade austera, mas o caminho para amar sem se apoderar. Vê que a obediência não é disciplina, mas a vitória, no estilo de Jesus, sobre a nossa anarquia.”
Missa de Oração Contra o Tráfico de Pessoas - Porto Alegre vai participar da Jornada Mundial de Oração e Reflexão contra o Tráfico de Pessoas. O evento é convocação do Papa Francisco para a Igreja Católica. Na capital gaúcha, será celebrada uma Missa na sexta-feira (7), às 16h, na Igreja do Rosário (Rua Vigário José Inácio, 402 - Centro), presidida por Dom Adilson Pedro Busin, bispo integrante da Comissão Episcopal Pastoral Especial para o Enfrentamento ao Tráfico Humano da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e bispo auxiliar da Arquidiocese de Porto Alegre. A jornada de Porto Alegre é organizada pela Rede Um Grito pela Vida, da Conferência dos Religiosos do Brasil. O grupo reúne diversas congregações religiosas e grupos sociais que defendem a causa da erradicação do tráfico. Além disso, conta com o apoio do Regional Sul 3 da CNBB. O objetivo é o de rezar, conscientizar e pedir políticas públicas para a erradicação desse crime que o Papa chamou de “fenômeno global” e “chaga vergonhosa”. Irmã Maria Bernardete Macarini, secretária nacional da Rede, afirma que este é um crime muito presente na sociedade. As vítimas, de crianças a adultos, em sua maioria, são pessoas pobres, especialmente adolescentes e mulheres. Atraídas por propostas de emprego e ganhos volumosos, acabam sendo abusadas ou exploradas sexualmente. O tráfico humano também acontece para fins de trabalho doméstico, trabalho escravo no campo ou na cidade, tráfico de drogas, adoção ilegal e venda de órgãos.
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