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Olhar da Fé

- Publicada em 16 de Outubro de 2019 às 19:58

O anjo da Bahia

Por Dom Jaime Spengler, arcebispo metropolitano de Porto Alegre e primeiro vice-presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
Por Dom Jaime Spengler, arcebispo metropolitano de Porto Alegre e primeiro vice-presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
“As pessoas que espalham amor, não têm tempo nem disposição pra jogar pedras” (Santa Dulce dos Pobres). Foi a disposição de espalhar amor, de fazer o bem que fez de Irmã Dulce uma grande mulher.
No último domingo (13), na Praça de São Pedro, o Papa Francisco inscreveu no catálogo dos santas e santas o “Anjo Bom da Bahia”.
A obra iniciada num galinheiro transformou-se num grande hospital, onde os mais pobres entre os pobres até hoje podem encontrar alívio para suas dores.
Se um fato extraordinário – um milagre – permitiu que ela fosse elevada às honras do altar, foram os fatos ordinários, a ternura, o cuidado da vida, o respeito pelos mais necessitados que foram moldando a vida de Maria Rita de S. B. Lopes – a primeira santa nascida no Brasil.
De constituição física frágil, interiormente forte, incansável na sua determinação de ir ao encontro dos mais frágeis e deixar-se encontrar por eles, ela compreendeu que quando a “gente cuida da dor de alguém, Deus cuida da dor da gente”.
O exemplo de Santa Dulce dos Pobres recorda um modo de ser e de agir em favor do cuidado do ser humano e da vida que expressa uma saudade inata no indivíduo: de um mundo harmonioso e solidário, onde o cuidado de uns pelos outros seja a suprema norma. “A afirmação de que as estruturas justas tornariam supérfluas as obras de caridade esconde uma concepção materialista do homem: o preconceito segundo o qual o homem viveria ‘só de pão’ – convicção que humilha o homem e ignora precisamente aquilo que é mais especificamente humano” (Bento XVI).
O anjo bom da Bahia foi testemunha viva e ambulante de misericórdia – “a mais importante e talvez a única lei da vida da humanidade” (Dostoiévski). Por meio do exercício da misericórdia, ela testemunhou o que significa o verdadeiro amor: cuidado do outro e pelo outro.
Por meio de sua dedicação aos pobres, a primeira mulher brasileira a ser inscrita no catálogo dos santos mostra o quanto é importante a atividade caritativa da Igreja e o empenho de todos em favor de um justo ordenamento do Estado e da sociedade. Recorda que o exercício da caridade é um dever congénito da Igreja, pois o ser humano “além da justiça, tem e terá sempre necessidade de amor” (Bento XVI).
Congresso Missionário
No próximo sábado (19), será realizado em Porto Alegre, o 1º Congresso Missionário Arquidiocesano, com o tema: "Como ser Igreja missionária?". O evento inicia às 8h30 e tem previsão de encerramento às 17h, no Instituto de Educação São Francisco (Av. Baltazar de Oliveira Garcia, 4879, bairro Rubem Berta), na Zona Norte da capital. A programação inclui palestras e dinâmicas, no período da manhã, almoço partilhado e Caminhada Missionária e Celebração Eucarística, à tarde. O 1º Congresso Missionário Arquidiocesano é uma organização do Conselho Missionário Arquidiocesano (COMIDI), Pontifícias Obras Missionárias (POM) e Arquidiocese de Porto Alegre. “Como nós podemos cooperar para tornar nossa Igreja mais missionária? Será um dia impulsionador de nossa consciência e empenho em sermos cada vez mais uma Igreja em Saída!", anuncia a carta convocatória do evento.
Dom Adilson referencial
Dom Adilson Pedro Busin, bispo auxiliar de Porto Alegre, é o novo referencial da Pastoral dos Brasileiros no Exterior (PBE), da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Desde a 57ª Assembleia Geral da CNBB, a PBE está vinculada à Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Missionária e a Cooperação Intereclesial e agora segue com encaminhamentos para continuar os trabalhos iniciados pelo bispo emérito de Caxias do Sul (RS), dom Alessandro Ruffinoni. A Comissão para a Ação Missionária disponibilizou os seguintes contatos: [email protected] e (61) 2103-8300. No endereço eletrônico e também no telefone da sede da CNBB, em Brasília, os brasileiros que residem no exterior, membros de comunidades brasileiras espalhadas pelos cinco continentes e os presbíteros responsáveis por estas comunidades poderão falar diretamente com os assessores.
Violações dos direitos na Amazônia
Um grupo de bispos que participa do Sínodo para a Amazônia, em Roma, recebeu na noite desta segunda-feira, 14, o relatório sobre violação de direitos humanos na Amazônia brasileira. O documento foi elaborado pela Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados e foi entregue durante evento com a participação de parlamentares, lideranças, participantes do Sínodo e membros da Rede Eclesial Pan-Amazônica/REPAM-Brasil. O relatório foi elaborado por deputados de vários partidos a partir de debates, visitas a locais de conflitos e pesquisa de dados. No documento são abordadas questões relacionadas à população e à ocupação da região Amazônica, o desmonte da política ambiental brasileira, bem como das estruturas institucionais de proteção aos povos tradicionais e da biodiversidade amazônica. Desmatamento, queimadas, direito à água e saneamento também estão no relatório. O Sínodo para a Amazônia segue até o dia 27 deste mês, no Vaticano.
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