Saques do FGTS e Dia das Mães embalam apostas de vendas do varejo

Dirigentes do comércio acreditam que as pessoas estão motivadas a comprar presentes

Por Patrícia Comunello

Minuto Varejo - dirigentes de comércio e supermercados -- Marcas de Quem Decide - (esquerda para direita) - Arcione Piva, presidente Sindilojas-POA, Irio Piva, presidente CDL Porto Alegre (CDL-POA) e Antonio Cesa Longo, presidente da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas) - vendas - Rio Grande do Sul montagem
Dois fatos mobilizam o varejo pós-Páscoa e que devem ditar o ritmo das vendas até a virada do primeiro para o segundo semestre de 2022. Nesta quarta-feira (20), começam a ser liberados os saques de até R$ 1 mil do FGTS para injetar renda extra à economia em meio à alta inflacionária, e, em poucas semanas, entra em cena a segunda data promocional mais importante do ano para o varejo, que é o Dia das Mães, que fica atrás apenas do Natal.
Durante o evento de revelação e entrega da premiação do Marcas de Quem Decide, iniciativa do Jornal do Comércio, no espaço Multiverso, no Cais Embarcadero, Piva e outros dirigentes do setor conversaram com a coluna sobre impactos também do endividamento e da alta de preços.
O Dia das Mães deve ativar diferentes segmentos, aposta o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Porto Alegre (CDL-POA), Irio Piva, citando a medida recente do governo federal de revogar a emergência sanitária da Covid-19. Para Piva, isso também vai movimentar a economia. 
"A data vai ser bem melhor do que a de 2019, mesmo que tenhamos inflação alta, pois as pessoas valorizam muito hoje se encontrar, o que ajuda o varejo a vender mais", associa o presidente da CDL-POA. Já os saques do FGTS, por exemplo, serão um dinheiro novo, ressalta Piva.
"Muitas pessoas só acessariam esses valores em 10 ou 20 anos", pontua ele. 
A assessoria econômica da CDL-POA fez um cálculo sobre o potencial de ingresso via FGTS e ainda da antecipação do 13º das aposentadorias e pensões do INSS, que ocorre no fim de maio. São projetados R$ 4,792 bilhões com o 13º e mais R$ 2,072 bilhões com o fundo de garantia no Rio Grande do Sul. No Brasil, o Ministério da Economia projeta R$ 56,7 bilhões adiantados. Os saques das contas do fundo somam até R$ 30 bilhões.