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Minuto Varejo

- Publicada em 10 de Janeiro de 2022 às 21:39

Comércio da Azenha aponta prejuízo com roubos e pode rever operações

Silva abriu loja em meados de dezembro e sofreu dois roubos com custos de R$ 20 mil

Silva abriu loja em meados de dezembro e sofreu dois roubos com custos de R$ 20 mil


ANDRESSA PUFAL/JC
A insegurança relatada por comerciantes alvos de roubos a estabelecimentos em um dos principais redutos do varejo de rua de Porto Alegre vem acompanhada de dois efeitos colaterais. Os ataques registrados na avenida Azenha, na porção com maior concentração do comércio, entre as avenidas Ipiranga e Carlos Barbosa, elevam custos do negócio e fazem algumas vítimas cogitarem reavaliar o funcionamento na região.   
A insegurança relatada por comerciantes alvos de roubos a estabelecimentos em um dos principais redutos do varejo de rua de Porto Alegre vem acompanhada de dois efeitos colaterais. Os ataques registrados na avenida Azenha, na porção com maior concentração do comércio, entre as avenidas Ipiranga e Carlos Barbosa, elevam custos do negócio e fazem algumas vítimas cogitarem reavaliar o funcionamento na região.   
A coluna mostrou nessa segunda-feira (10) que a região vive uma retomada, com mais de dez novas empresas que abriram desde 2021, com mais da metade desde outubro passado. A violência é foco de frustração devido aos impactos para as operações e mesmo para quem circula no trecho. 
Entre lojas que fecharam e alegam a falta de segurança como um dos motivos está a rede Benoit, que tinha filial no bairro. No imóvel onde ficava a Benoit, a rede de moda Monjuá abriu em 1º de dezembro e já sofreu dois arrombamentos.   
O dono da Suprint, Esequiel Ricardo da Silva, que estreou em meados de dezembro com a primeira loja de venda de itens de informática e celulares e manutenção de equipamentos fora de Viamão e onde investiu R$ 200 mil, virou mais um registro da violência, apenas uma semana após começar a funcionar.
Silva relata que, primeiro, os assaltantes levaram os tubos do ar condicionado, e depois foi o equipamento, com 36 mil BTUs. "Eles escalaram uma altura de sete metros para acessar o equipamento. É incrível, não sei como conseguiram", apavora-se Silva. O gasto para repor o aparelho e ter a refrigeração será de R$ 20 mil. A loja havia sido alvo de um assalto de dia, quando levaram notebooks.
"Vai ser mais que o que tive de receita aqui até agora. Se continuar assim vou reavaliar a operação aqui", admite o empreendedor, que decidiu se instalar na Azenha pela atratividade do fluxo e pelas referências de retomada da atividade no pós-pandemia. Outros gastos vieram com câmeras de vídeo e mais arame para cercar a construção.
Os alvos dos criminosos não param. Antes, uma loja de uma franquia teve arrombamento em novembro. Como as construções são baixas e antigas, os ladrões conseguem dar um jeito de acessar os telhados onde ficam as instalações dos equipamentos. Até fim de dezembro, toda a semana e até diariamente foram relatados roubos pelo grupo de WhatsApp que os donos e gerentes dos negócios mantêm na região.
"Depois de meses fechados (em 2020) e sem deixar de pagar IPTU, temos de enfrentar estas situações. É muito desgastante. Aqui entraram de madrugada, pelo telhado", descreve o dono de uma franquia, que, por questões de contrato, não pode aparecer. O alvo foi o ar condicionado e fios elétricos. "O prejuízo é enorme, tive de refazer parte do telhado e forro de gesso. Foram mais de R$ 5 mil em gastos", contabiliza o franqueado, há 12 anos na Azenha.
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A loja da Vital, desde 2019 na avenida, foi alvo duas vezes em menos de três dias, antes do Natal. Os ladrões entraram nas duas ações pelo telhado, em uma arrebentaram o forro e em outra escolheram a caixa d'água. Em um dos episódios, os assaltantes levaram dinheiro do caixa e, em outro, consumiram itens no local. Os funcionários admitem medo de atuar na unidade.
"A gente fica inseguro, não sabe se não pode acontecer de novo", desabafa o gerente Dylan Rodrigues Troviscal. Os prejuízos incluíram caixa, produtos e estragos em porta e forro. Na véspera do Ano Novo, Troviscal recorda outra situação tensa: a loja do Ponto (ex-Ponto Frio) teve assalto à mão armada ao meio-dia. "Decidimos fechar mais cedo porque estava tudo deserto", conta o gerente.  
O presidente da Vital, que tem indústria de panificação, Paulo Paulo Wasielewski, admite que não sabe "mais o que fazer para coibir esses arrombamentos". "Eles entram pelo telhado, arrombam portas, arrancam janelas, apesar de termos alarmes, sensores de presença, câmeras, cerca elétrica no telhado", lista o empresário. 
"Estamos avaliando a operação nesta área. À noite, a região fica deserta com andarilhos circulando e atuando! Lamentável!", reage Wasielewski.

Brigada Militar não teve solicitação de posto permanente na região

Uma das medidas que os comerciantes vítimas e os que temem virar alvos da ação de criminosos consideram que seria efetiva para elevar a segurança na região da Azenha é a instalação de um posto permanente da Brigada Militar (BM) na avenida. Eles até indicam um imóvel no número 1018 da avenida que seria da União e que está desocupado, com sinais de abandono e deterioração.
A coluna Minuto Varejo buscou o comando do 1º Batalhão da Polícia Militar (BPM) que atende a área para saber se o posto 24 horas seria viável. O comandante das duas companhias de policiamento do BPM, o capitão Maurício Costa Pacheco, diz que não recebeu até hoje o pedido. mas adianta que a unidade "tem de ser muito bem avaliada no poder de alcance e prestação de serviço". Também é preciso ter policiais para ficar na unidade. Hoje apenas a Tristeza e Ipanema têm postos avançados (PAs) na região do 1º BPM, que abrange 27 bairros e 340 mil habitantes. Na Azenha, estão 13 mil moradores.    
O capitão destaca que, mesmo sem um PA, houve reforço do policiamento de rua durante o dia, com posto fixo na praça situada na avenida Princesa Isabel. "O policiamento será mantido, pois tivemos reforços", adianta o comandante.
Na semana passada, houve operação integrada com órgãos municipais em ferros velhos e estabelecimentos que atuam com sucata na região para verificar material ilegal, como fios que podem ter sido roubados dos comércios. "É fruto de um trabalho de inteligência", diz o capitão.
A Guarda Municipal e a Secretaria de Segurança Pública da Capital acompanham a situação, já estiveram em reuniões com o setor comercial, BM, Polícia Civil e vereadores. Os órgãos alegam que a tarefa de segurança pública cabe ao Estado e que busca usar o monitoramento de 12 câmeras de vídeo na área para coibir a ação de assaltantes.
"Quando os flagrantes são captados, as imagens são compartilhadas com os demais órgãos de segurança", disse a pasta municipal, em nota. O secretário de Desenvolvimento Econômico da Capital, Rodrigo Lorenzoni, diz que a operação centralizada da fiscalização com a Guarda Municipal busca promover ações em situações como os relatados na Azenha e admite que a segurança é elemento essencial para a atividade comercial.
O vereador Márcio Bins Ely, que promoveu uma das reuniões para tratar da violência em novembro, fez ofício que circula no varejo para coleta de assinatura solicitando que a iluminação seja melhorada na região, antecipando a instalação de novo sistema previsto na parceria público-privada. Também reforça necessidade de ações da segurança pública.