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Minuto Varejo

- Publicada em 01 de Dezembro de 2021 às 13:07

Tramontina ultrapassa vendas de R$ 10 bilhões pela primeira vez na história

"Não sabemos o que é inflação. Crescemos dois dígitos há 20 anos", afirmou Tramontina (à direita)

"Não sabemos o que é inflação. Crescemos dois dígitos há 20 anos", afirmou Tramontina (à direita)


MARIANA ALVES/JC
Patrícia Comunello
Um número mágico que o empresário Clovis Tramontina fez questão de comunicar com um largo sorriso.
Um número mágico que o empresário Clovis Tramontina fez questão de comunicar com um largo sorriso.
"Deu R$ 10,1 bilhões. Fechou ontem (30 de novembro) e temos todo o dezembro ainda. Gostaria que fechasse em 11 (R$ 11 bilhões), mas acho que vai ser difícil", descreveu o presidente do grupo Tramontina, nesta quarta-feira (1), na sede da Federasul em Porto Alegre, sobre até onde deve chegar o faturamento do grupo em 2021.
"É um ano maravilhoso que passamos do faturamento de R$ 10 bilhões. Outra marca é o recorde de exportações", engatou o empresário. O grupo soma mais de 10 mil funcionários, 10 fábricas e 22 mil itens no portfolio. 
Nesta quarta, Tramontina foi o palestrante do evento Tá na Mesa, no qual ele traçou os principais momentos da sua trajetória de vida, maior parte dela atuando no grupo, com sede em Carlos Barbosa, na Serra Gaúcha, que chegou aos 110 anos.
O empreendedor lançou em outubro o livro Clovis Tramontina. Paixão, força e coragem. Ao destacar os segredos para a vitalidade do grupo, o empresário enumerou "equipe e marca". No palco, a conversa foi mediada pelo presidente da entidade, Anderson Trautman Cardoso. 
O desempenho da receita do grupo veio acima da projeção para 2021, que era abaixo de R$ 10 bilhões, disse o presidente, que elencou a demanda de produtos para casa, aquecida pela pandemia, e para jardinagem e setor de ferramentas para o setor do agronegócio como alavancas dos números.
"Nunca vendemos tanta panela", ilustra ele, indicando a popularidade dos produtos. Tramontina acredita que o ano pode alcançar faturamento de R$ 10,7 bilhões. 
Para 2022, o grupo deve ter aumento de 21% na receita bruta com vendas. "Crescimento real", fez questão de realçar Tramontina.
"Não sabemos o que é inflação. Crescemos dois dígitos há duas décadas", lembrou o dirigente.
No front externo, a marca galgou mais espaço na América, puxado pela demanda dos Estados Unidos. O presidente citou que a fabricante vem conseguindo ganhar terreno de exportadores asiáticos, que venderam menos para os países do continente.
A receita com as vendas externas chegou a 35% do faturamento da companhia até novembro - em 2020, o fluxo significava 30%. Do total vendido, 50% foram para os EUA, maior mercado. O mercado da Argentina vem logo depois, mas tem sido afetado pela crise e pelas restrições sanitárias.

"Quero ser uma Coca-Cola. Tem de estar por tudo", diz Tramontina, sobre a marca de panelas

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Empresário apontou avanço externo da marca, com ganho de espaço que era dos asiáticos. Foto: Patrícia Comunello/JC
"A Tramontina está se transformando em um grande fornecedor global. Somos competitivos em preços, com qualidade e marca", enumera o empresário. "Somos alternativa aos produtos asiáticos, que sofrem com a falta de energia. Já nós nos preparamos", garantiu ele, que tem uma expectativa sobre a marca que ajudou a construir:
"Quero ser uma Coca-Cola. Tem de estar por tudo". 
Sobre o ano de eleições (presidenciais e estaduais) à frente e eventual efeito no desempenho das vendas, o presidente admitiu que o quadro eleitoral sempre gera "alguma turbulência", mas com ela "oportunidades". "Vamos atrás das oportunidades", avisou. "Não vejo copo meio cheio, mas como podemos encher o copo."
O empresário também descartou a possibilidade de abertura de capital na bolsa de valores, mesmo admitindo que este movimento pode ocorrer no futuro. 

Expansão no exterior, porcelanas e alternância no grupo

Outras duas novidades envolvem a atuação no exterior. A indústria acaba de abrir escritório na Malásia, na Ásia, e vai estrear representação no Canadá, em janeiro do ano que vem.
Tramontina mostrou entusiasmo com a estreia da fábrica que vai produzir porcelana, que já opera em caráter experimental em Morena, em Pernambuco. Em janeiro e fevereiro, a planta deve entrar em escala comercial.
"Vou dizer uma coisa: é um produto que vai revolucionar o mercado", antecipou, valorizando a coleção. "Se preparem! As pessoas vão querer renovar as porcelanas de casa." Na largada, a produção vai atender segmentos como restaurantes e hotéis.   
O empresário comentou ainda sobre os impactos da alta de matérias-primas, principalmente do aço inoxidável, que dobrou de preço este ano. Sobre algumas elevações, ele chegou a se referir como abusivas.
"Para 2022, falam em aumento de 50%. É terrível, mas temos de administrar. Algumas coisas tivemos de repassar aos preços, não tem mágica", listou Tramontina, citando que esses repasses podem afetar a desenvoltura da receita, caso haja recuo em vendas. 
O empresário deixa a presidência do conglomerado industrial e de varejo, onde atua com 25 unidades da bandeira T stores (14 no Brasil e 11 no exterior) e duas T factory -, até o fim de dezembro. Quem vai assumir o posto é o sócio Eduardo Scomazzon, por quatro anos.
"Meu filho Marcos fica como vice-presidente", explicou ele. O comando terá rodízio a cada quatro anos entre as duas famílias proprietárias.
"Não tinha lógica. As duas famílias têm meio a meio (capital acionário). Um dia disse para o Eduardo: 'Vamos começar a fazer uma alternância. Tive de convencer ele'", contou o ainda presidente, como quem toma uma Coca-Cola com um amigo.
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