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South summit

- Publicada em 04 de Maio de 2022 às 21:32

Inflação é a grande concorrente da inovação

Carolina Strobel, da Redpoint, diz que faltava capital de crescimento

Carolina Strobel, da Redpoint, diz que faltava capital de crescimento


/Roberto Furtado/ Agência Preview/jc
Patricia Knebel
Bom para os investidores, desafiador para os empreendedores. Depois de receberem recordes de investimentos em 2021, cerca de US$ 9,43 bilhões segundo dados do Inside Venture Capital, relatório produzido pelo Distrito, em 2022 os fundadores enfrentarão um ritmo mais cadenciado.
Bom para os investidores, desafiador para os empreendedores. Depois de receberem recordes de investimentos em 2021, cerca de US$ 9,43 bilhões segundo dados do Inside Venture Capital, relatório produzido pelo Distrito, em 2022 os fundadores enfrentarão um ritmo mais cadenciado.
O motivo? Alta dos preços e dos juros, o que dificulta o funding para as empresas. "A inflação é uma grande concorrente da inovação", aponta Carolina Strobel, Operating Partner da Redpoint Ventures, fundo de venture capital brasileiro cofundador do Cubo, maior hub de inovação da América Latina. Ela participou nesta quarta-feira de um dos painéis do South Summit Brazil, ao lado de Marisol Menendez, Head de Inovação Aberta do South Summit.
Nos últimos cinco a seis anos o venture capital foi uma das modalidades que mais teve retorno no mundo, ultrapassando até private equity em valores investidos e resultados. "No Brasil, esse movimento ainda é recente. Faz pouco tempo que temos o nosso ecossistema mais desenvolvido, mas os resultados têm sido excelentes", avalia Carolina.
Um ponto importante é que o mercado nacional está avançando. De 2000 a 2010, o ecossistema de investimento brasileiro era muito focado no seed, séries A e B, fase em que a startup começa a escalar e demonstra que o seu produto pode ter aceitação de um mercado com tamanho considerável para crescer. Neste cenário, a saída do investidor (que é quando ele consegue o retorno do aporte feito) era via IPO ou venda da startup para uma grande corporação local ou estrangeira. E isso, muitas vezes, acontecia cedo demais, antes de a startup atingir a sua vocação total.
"Existia um problema grave na cadeia de investimento brasileira que era a ausência de capital de crescimento, o chamado growth capital. Isso começou a mudar a partir de 2018, com a chegada do Softbank a América Latina", relembra Carolina.
Ao cobrir essa lacuna, tudo começou a acontecer mais rapidamente, e os fundadores e fundadoras foram se tornando melhor preparados. "Isso fechou um ciclo importante e fez o Brasil ser visto como um dos maiores mercados para crescimento do venture capital. O investidor quer poder investir durante o período de crescimento da empresa", exemplifica.
O growth capital diz respeito às séries E, F e G, quando os fundos fazem investimentos acima dos R$ 400 milhões. "Agora as empresas têm a oportunidade nunca antes vivenciada de desenvolver e escalar soluções. É um perfil de recurso que viabiliza o crescimento", analisa.
Quando isso acontece, os empreendedores passam a ter mais tempo para conseguir provar que o seu produto ou solução têm escalabilidade e, no futuro, podem vender a operação a um valor muito superior, pois estarão criando valor futuro. "O growth investment possibilita ao fundador comprovar suas hipóteses e atingir a sua máxima vocação, pois tem funding para isso", arremata. Prova disso é que o número de startups que ultrapassaram o valor de mercado de US$ 1 bilhão já é superior a 40 no País. "Isso não é pouco, especialmente se compararmos com a realidade da América Latina", analisa Carolina, que foi diretora da Intel Capital para a América Latina, com foco em Venture Capital, Private Equity e Mergers and Acquisitions por mais de uma década.
 
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