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Mercado Digital

- Publicada em 03 de Agosto de 2021 às 22:33

VTEX debuta na NYSE e pavimenta estrada para outras empresas

Mariano Gomide e Geraldo Thomaz, cofundadores da VTEX, em Nova Iorque

Mariano Gomide e Geraldo Thomaz, cofundadores da VTEX, em Nova Iorque


NYSE/Divulgação/JC
Provedora de plataforma de comércio digital de software como serviço (SaaS) para empresas e varejistas com mais de 2 mil clientes, a brasileira VTEX marcou posição como grande player global de e-commerce ao debutar na Bolsa de Valores de Nova Iorque (NYSE), no início de julho. Algo que já era planejado, como conta o cofundador e co-CEO da VTEX, Mariano Gomide, mas que nem por isso deixou de ser um momento de fortes emoções. O ponto alto, segundo o empreendedor, foi receber em New York, cidade na qual ele mora e onde aconteceu a Oferta Pública Inicial, alguns clientes e parceiros. “Foi muito tocante pensar que essas pessoas saíram das suas cidades para participar do nosso IPO”, relembra. No dia seguinte à cerimônia, ele acordou e, das 8 até às 16 horas, falou com mais de 70 clientes ao telefone. “Eu queria agradecer a eles, e chorei igual criança em cada ligação. Fizemos a VTEX sob esse valor, e vamos ir até onde houver mar com esse mesmo valor. Meu time está renovado depois de tudo isso que vivemos”, relata.
Provedora de plataforma de comércio digital de software como serviço (SaaS) para empresas e varejistas com mais de 2 mil clientes, a brasileira VTEX marcou posição como grande player global de e-commerce ao debutar na Bolsa de Valores de Nova Iorque (NYSE), no início de julho. Algo que já era planejado, como conta o cofundador e co-CEO da VTEX, Mariano Gomide, mas que nem por isso deixou de ser um momento de fortes emoções. O ponto alto, segundo o empreendedor, foi receber em New York, cidade na qual ele mora e onde aconteceu a Oferta Pública Inicial, alguns clientes e parceiros. “Foi muito tocante pensar que essas pessoas saíram das suas cidades para participar do nosso IPO”, relembra. No dia seguinte à cerimônia, ele acordou e, das 8 até às 16 horas, falou com mais de 70 clientes ao telefone. “Eu queria agradecer a eles, e chorei igual criança em cada ligação. Fizemos a VTEX sob esse valor, e vamos ir até onde houver mar com esse mesmo valor. Meu time está renovado depois de tudo isso que vivemos”, relata.
Mercado Digital – Como foi a experiência de fazer o IPO na NYSE?
Mariano Gomide – Estamos nos preparando para o IPO há cinco anos. A VTEX já tem mais da metade da sua receita vinda de fora do Brasil, tem atuação em 32 países e atende clientes como Eletrolux, Carrefour e Motorola. O passo natural para a nossa empresa era debutar na Bolsa de Valores e, por sermos uma empresa global, na Bolsa de Valores de Nova Iorque (NYSE). Optamos por esse passo e a demanda dos investidores foi surpreendente. Fizemos um booking de 20 vezes o tamanho da oferta. Foi bastante expressiva e atraímos fundos soberanos que geralmente não apostam muito na América Latina.
Mercado Digital – A que você atribui esse interesse dos investidores?
Gomide – Eles enxergaram a gente como um ícone global, que representa o Brasil e a América Latina como o maior ecossistema de digital commerce do mundo. A tese que fez o nosso papel estar em nível superior na abertura é a nossa visão de longo prazo e o fato de a América Latina crescer 36% ano a ano, fazendo da VTEX a plataforma de digital commerce mundial que mais cresce no mundo, segundo projeções da IDC. E sem falar que a região tem apenas 6% de penetração de digital commerce. Se chegarmos à média mundial de 35% a 40%, em cinco anos, chegaremos a uma penetração de 20% a 25% e, em dez anos, de 45% a 50%. O mercado que a gente atua vai crescer dez vezes em dez anos e a VTEX, como líder, vai ser catapultada.
Mercado Digital – Você acredita que mais empresas brasileiras seguirão esse caminho do IPO?
Gomide – Sim, acredito que esse nosso ato será como a ponta de um iceberg, e dezenas de outras empresas brasileiras virão, abrindo capital. A verdade é que o Brasil passa a ocupar espaço de referência em digital commerce mundial. Fazer o IPO foi um pequeno passo, já era planejado, mas um passo gigante para a região da América Latina. Somos a primeira empresa de produto de software com origem na região a se tornar líder global e estrear na Bolsa de Valores de Nova Iorque. Isso pode pavimentar a estrada para muitas outras empresas seguirem o mesmo caminho.
Mercado Digital – Qual o diferencial da VTEX que a fez chegar até aqui?
Gomide – A VTEX entrega algo único para as empresas. Antes da gente, ou as grandes corporações compravam software que era uma caixa com a qual elas faziam o que quisessem – e muitas vezes virava um Frankenstein – ou adquiriram um software empacotado, e não conseguiam customizar. Ao servir as grandes organizações, desde sempre optamos por uma solução com a qual pudessem criar as suas próprias tecnologias na nossa plataforma, oferecendo uma velocidade de go to market sem precedentes. Foi o caso da Whirlpool. Atendemos eles no Brasil e depois América Latina. Depois o CEO da empresa nos solicitou para servi-los globalmente. Uma história que eu lembro foi que eles queriam lançar o e-commerce na Rússia, um país complexo. O prazo que nos foi dado era de 12 a 18 meses. A VTEX colocou no ar em três meses. Fazemos tudo integrado, uma junção que traz equilíbrio entre a área de TI e a de negócios.
Mercado Digital – O que tem guiado esse crescimento tão acelerado?
Gomide – Esse crescimento é uma consequência de novos produtos, novos clientes e novas verticais de atuação. E também da expansão geográfica. Temos um centro de operação e mais três escritórios nos Estados Unidos, quatro na Europa e vamos expandir muito ainda nessas duas regiões. Aprendemos a fazer uma empresa que, de 0 a US$ 100 milhões, consumiu zero capital de investimentos. Não fizemos algo diferente porque quisemos, mas porque a gente precisava, e essa é a realidade de muitos empreendedores na América Latina. Isso nos tornou uma empresa com muita responsabilidade no uso do dinheiro. A gente cresce bastante, criamos uma metodologia própria e atuamos em cada País de acordo com a maturidade de cada um, traduzindo a mentalidade de startups nos países ‘discovery’ e chegando com a mentalidade de empresa grande quando tem potencial de escalar. Não temos mentalidade de escala em países nos quais somos pequenos.
Mercado Digital – Quando uma empresa atinge uma posição de tanto destaque, é natural olharmos para o segmento no qual ela está inserida. O que explica esse potencial todo do nosso e-commerce?
Gomide – A combinação entre um ambiente muito hostil ao varejo e às marcas – é muito complexo operar no varejo – e os 250 mil engenheiros que se formam todos os anos. Isso fez com que a América Latina se tornasse o ambiente perfeito para a formação de talentos digitais. O Brasil exportava soja, frango e, agora, está debutando no e-commerce do mundo.
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