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Mercado Digital

- Publicada em 29 de Abril de 2021 às 18:00

TJRS sofre ataque de hackers e comarcas do interior podem ser afetadas

Instituição não confirmou se as comarcas do interior foram atingidas

Instituição não confirmou se as comarcas do interior foram atingidas


JOYCE ROCHA/JC
O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS) foi alvo de um ataque cibernético sem precedentes, fazendo com que vários sistemas de informática ficassem indisponíveis. Nessa quinta-feira (29), diversas informações começaram a surgir, como a de que declarações de imposto de renda e contas bancárias de servidores da Justiça poderiam estar sendo acessadas por hackers que atacaram a rede.
O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS) foi alvo de um ataque cibernético sem precedentes, fazendo com que vários sistemas de informática ficassem indisponíveis. Nessa quinta-feira (29), diversas informações começaram a surgir, como a de que declarações de imposto de renda e contas bancárias de servidores da Justiça poderiam estar sendo acessadas por hackers que atacaram a rede.
Há informações de que as comarcas do interior também foram atingidas. Escritórios de advocacia, que se conectam ao sistema do TJRS, também teriam sido infectados. O TJRS não confirmou e disse que tudo ainda está em análise. 
No final da tarde desta quinta-feira (29), a instituição divulgou na sua página do Facebook que, a partir das atividades de recuperação efetuadas pela equipe técnica, alguns sistemas foram liberados, entre eles o eproc - sistema de processo eletrônico. Foi mantida a recomendação para que os usuários internos efetuem acesso ao sistema apenas de fora das redes do TJ e que ainda não havia previsão de restabelecimento completo dos sistemas.
O ataque foi de um ransomware, um golpe on-line usado por criminosos para extorquir dinheiro das vítimas. Utilizando criptografia – a mesma tecnologia que protege a privacidade das conversas nos apps de mensagem – e um programa malicioso, os criminosos bloqueiam os arquivos em um dispositivo da vítima, impedindo sua utilização. Para realizar o desbloqueio das informações, exigem o pagamento de uma quantia como resgate.
Um profissional de Tecnologia da Informação (TI) que já atuou junto ao TJRS comenta que a instituição sempre teve um sistema de segurança robusto, mas que o grande desafio sempre foi manter tudo atualizado. “O fato desse vírus ter conseguido se disseminar na rede dá indícios de que, talvez, os sistemas não estivessem usando as ferramentas mais modernas para combater esse tipo de ameaça”, aponta.
Ele explica que os ransomwares tem a propriedade de criptografar os arquivos de computador, que as pessoas têm na sua estação de trabalho, como documentos de texto, fotos, PDFs e, inclusive, arquivos do imposto de renda. Com isso, tornam esses sistemas inacessíveis e os criminosos passam a fazer algum tipo de chantagem e a pedir resgate.
À princípio, isso não envolveria o banco de dados, onde, no caso do TJRS, ficam os documentos dos magistrados, como acórdãos e sentenças. “Isso geralmente não é mantido na rede, portanto, em tese, estariam protegidos”, aponta o especialista.
Mas, o analista da Kaspersky, Fabio Assolini, comenta que, tecnicamente, um ataque de ransomware pode cifrar qualquer tipo de arquivo que o atacante desejar. Pode ser apenas arquivos de Word ou Excel, por exemplo, porém, dependendo da família do vírus, até banco de dados, onde podem estar documentos dos desembargadores. Isso poderia significar milhares de processos das pessoas disponíveis na internet.
“O ransomware pode fazer qualquer coisa. Os criminosos, por agilidade, muitas vezes focam, para não dar tempo da área de segurança bloquear. Mas, a maioria não desperdiça oportunidade e afeta sistemas críticos”, comenta.
Uma pesquisa global realizada pela Kaspersky recentemente com mais de 15 mil consumidores mostrou que mais da metade dos brasileiros (56%) vítimas de ransomware em 2020 pagou resgate para restaurar o acesso a seus dados. Porém, somente cerca de três em cada dez pessoas obtiveram a devolução dos dados roubados.
Pagando ou não, apenas 16% das vítimas brasileiras conseguiram recuperar todos os arquivos criptografados ou bloqueados após um ataque. Mas 80% das vítimas sofreram perdas: 44% dos brasileiros não conseguiram recuperar uma quantidade significativa, 20% perderam uma quantidade pequena e outros 16% perderam todos os seus arquivos.
“O objetivo desse tipo de ataque é causar maior dano possível. Os pedidos de resgates são altos, e não recomendamos a pagar, sob pena de incentivar criminoso a continuar ataques. Além disso, você esta negociando com bandido, não tem garantia de que receberá seus arquivos”, comenta Assolini. Como recomendação para quem foi atacado, ele cita que é preciso encontrar a brecha por onde criminoso acessou o sistema, identificar a família do ransomware e restaurar backups.
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