A notícia da venda da Bling, startup de Bento Gonçalves (RS), para a Locaweb, por quase R$ 525 milhões, fez muita gente olhar com mais atenção para a startup gaúcha, que há muito tempo já vinha despertando interesse do mercado. A empresa, que tem 180 colaboradores, vem apresentando forte crescimento. Nos últimos 12 meses, a base de clientes pagantes da companhia aumentou 62% e o ARR (Receita Anual Recorrente) atingiu R$ 60 milhões, um crescimento anual de 79%. Passado uma semana do anúncio, conversei com o fundador e CEO da operação, Antônio Nodari, sobre as estratégias acertadas da empresa em um mercado altamente pulverizado, que é o de sistemas de gestão, e sobre os próximos passos.
O que vem pela frente
O negócio fechado com a Locaweb está em fase de aprovação pelo Cade, então, é um período ainda de stand-by, no qual não estamos trabalhando juntos ainda. Mas, acredito que vai dar tudo certo, pois não existe nenhuma questão que possa impedir. A nossa expectativa é poder acelerar o nosso crescimento e manter a autonomia da operação. Claro que agora passamos a fazer parte de um grupo empresarial, e vamos ter algumas adequações às regras corporativas, mas seguimos com os mesmos gestores, o mesmo time e na mesma direção, porém, mais acelerados que nunca. Não achávamos que seríamos tão grandes, mas hoje somos.
Qual o diferencial da Bling?
Quando criamos a empresa, queríamos oferecer uma solução de gestão de massa. Optamos por preços acessíveis, com planos que começavam por R$ 50,00. Aliás, ainda temos essa opção até hoje. Fomos tendo uma evolução contínua, oferecendo mais recursos e mais integrações com plataformas, com da Amazon e Magalu. Ter um sistema de gestão que atende o micro e pequeno empresário, já com integrações nativas se transformou no nosso ponto forte.
O que despertou interesse do mercado para o Bling?
A Bling chegou nessa valorização pelo volume de clientes, mas também em função de outros números. Todo mês, nossos clientes emitem 8 milhões de notas fiscais. Cerca de R$ 5 bilhões passam pelos nossos sistemas, o que representa um alto volume sendo transacionado. Chamamos atenção de algumas empresas de tecnologia, como a própria Locaweb. Toda semana recebíamos abordagens de fundos e parceiros estratégicos querendo saber se a gente tinha interesse em vender a operação. Em 2020 tivemos crescimento importante. Analisamos a proposta da Locaweb, achamos que era o momento para unir forças e fizemos esse movimento.