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Mercado Digital

- Publicada em 09 de Abril de 2021 às 15:16

Vendas de memes e até de tweets como NFTs é a nova onda da internet

Para Diniz, estamos vivendo uma nova era no que diz respeito à posse de itens digitais

Para Diniz, estamos vivendo uma nova era no que diz respeito à posse de itens digitais


FDATA/Divulgação/JC
Algumas transações estão chamando muita atenção do mundo recentemente. Uma delas foi a venda do primeiro tweet feito pelo fundador do Twitter, Jack Dorsey, por US$ 2,9 milhões como um NFT - Non-Fungible Tokens, ou tecnologia de tokens não fungíveis. E o que dizer da comercialização de um vídeo de uma jogada do jogador de basquete LeBron James, por US$ 208 mil, e de um projeto 3D de uma casa, adquirido por US$ 500 mil. Neste caso, o comprador poderá aproveitar a residência como se fosse real, sentando do sofá, caminhando pela sala e interagindo por meio de dispositivos de realidade virtual.
Algumas transações estão chamando muita atenção do mundo recentemente. Uma delas foi a venda do primeiro tweet feito pelo fundador do Twitter, Jack Dorsey, por US$ 2,9 milhões como um NFT - Non-Fungible Tokens, ou tecnologia de tokens não fungíveis. E o que dizer da comercialização de um vídeo de uma jogada do jogador de basquete LeBron James, por US$ 208 mil, e de um projeto 3D de uma casa, adquirido por US$ 500 mil. Neste caso, o comprador poderá aproveitar a residência como se fosse real, sentando do sofá, caminhando pela sala e interagindo por meio de dispositivos de realidade virtual.
Pela lógica, qualquer coisa digital pode ser transformada em um NFT com sua propriedade registrada em rede blockchain, de uma obra de arte passando por música, objetos de moda, um desenho digital e até memes. Ao contrário das criptomoedas, como Bitcoin, os NFTs não são intercambiáveis, ou seja, são exclusivos.
"Ao longo do tempo, já vimos à atribuição de valor a itens digitais, como no caso do Bitcoin, que é um ativo escasso. O que vemos agora é uma expansão deste conceito para outros segmentos, como a arte e os itens colecionáveis diversos”, comenta Bruno Diniz, especialista em Fintech e Head América do Sul na Financial Data & Technology Association (FDATA), associação que surgiu no Reino Unido para dar voz às fintechs no processo de Open Banking.
Considerado a 9ª pessoa mais influente de Fintech na Iberoamérica pela consultoria internacional Finnovating, Diniz observa que, o que aconteceu com o tweet de Dorsey, poderia ser comparável à versão digital, por exemplo, do arremate de manuscritos de algum empreendedor ou artista famoso, estejam eles localizados em um caderno ou um guardanapo. “Sem dúvida, isso se tornará algo normal no futuro, assim como outras novidades que pareciam sem sentido para algumas pessoas tempos atrás", projeta.
O pico das vendas de NFT aconteceu em fevereiro deste ano, quando a negociação semanal atingiu US$ 196,4 milhões, segundo dados compilados pelo The Block. Desde lá, vem caindo. Mas, o movimento das empresas em torno dessa tecnologia só aumenta, como no caso de marcas de luxo que estariam prestes a lançar NFTs. É esperar para ver se essa novidade vai se consolidar.
Mercado Digital – O que são tokens não fungíveis e quais as aplicações que deveremos ver surgir nos próximos anos?
Bruno Diniz – Os tokens não fungíveis (NFTs) são parte de uma representação de um objeto físico ou digital no blockchain. Ao contrário das criptomoedas, onde todos os tokens são criados igualmente e possuem um valor igual de sua unidade, os tokens não fungíveis são únicos e têm uma quantidade limitada. Por essa razão, também são conhecidos como cripto-colecionáveis e podem ter aplicação muito ampla, na qual conseguimos abarcar praticamente qualquer item com diferentes características.
Mercado Digital – Qual a origem do NTF e porque só agora tem se falado tanto nessa tecnologia?
Diniz – A origem das NFTs vem desde meados de 2012, por meio de um ativo digital conhecido como "colored coins" que possuíam atributos colecionáveis. Mais tarde, em 2017, os cryptokitties (gatos digitais únicos colecionáveis) se tornaram uma febre e tiveram casos nos quais foram vendidos por mais de US$ 100 mil. A tecnologia já estava pronta, mas agora está ganhando popularidade. Existem plataformas especializadas em criar NFTs. O custo para isso hoje entre US$ 50 e US$ 70. A tendência é que mais plataformas surjam e esses valores caiam ao longo dos anos. Não há limites para a criação de NFTs, dependendo apenas da demanda de pessoas que enxerguem valor nesses itens, assim como já acontece no mercado de colecionáveis tradicional do mundo físico.
Mercado Digital – O que a venda de um tweet nos diz sobre o futuro das transações na internet?
Diniz – A venda do tweet do Jack Dorsey inaugura um novo momento em relação a percebermos como conseguimos, nos dias de hoje, lidar com a percepção de posse de itens digitais diversos. Essa possibilidade se tornou tangível graças à evolução da tecnologia blockchain, que emula esse atributo único para ativos digitais, e a uma mudança cultural calcada em uma realidade digital cada vez mais presente. Vivemos em uma sociedade cada vez mais digital e esse componente faz ainda mais parte da nossa vida após a pandemia. A arte digital seja ela uma ilustração ou maquete 3D, por exemplo, são manifestações artísticas tão genuínas quanto um quadro pintado ou uma escultura, mas não tinham o mesmo status financeiro até então. Enxergarmos valor em tais itens dá um novo fôlego para o setor artístico, inserindo-o nesse novo momento da sociedade. É algo que abre uma série de possibilidades daqui para frente.
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