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- Publicada em 02 de Dezembro de 2020 às 15:01

MedRoom, startup líder em Realidade Virtual, é adquirida pela Inspirali

Empresa oferece soluções em tecnologias como Realidade Virtual

Empresa oferece soluções em tecnologias como Realidade Virtual


MedRoom/Divulgação/JC
Foram meses de negociações e de expectativa, até que, definitivamente, o ano de 2020 trouxe bons ventos para Sandro Nhaia e Vinícius Gusmão, os empreendedores à frente da MedRoom.
Foram meses de negociações e de expectativa, até que, definitivamente, o ano de 2020 trouxe bons ventos para Sandro Nhaia e Vinícius Gusmão, os empreendedores à frente da MedRoom.
A startup líder no Brasil na oferta de soluções em tecnologias imersivas como Realidade Virtual (RV) e Aumentada (RA), para a área da saúde, acaba de ser adquirida pela Inspirali, uma vertical da Ânima Educação, uma das maiores organizações educacionais privadas de ensino superior do País com cerca de 140 mil estudantes em diversos estados. Foi uma aquisição milionária, mas os números não podem ser divulgados.
A MedRoom tem hoje o mais completo modelo do corpo humano em 3D do mundo, e usa a Realidade Virtual para possibilitar uma experiência mais profunda e interativa do aprendizado. São mais de 24 mil horas de desenvolvimento, dois corpos completos (masculino e feminino), 12 sistemas completos e mais de 8 mil estruturas construídas.
No laboratório de anatomia virtual criado pela startup, os alunos podem estudar livremente o corpo humano, explorar cada estrutura e isolar órgãos e sistemas de uma maneira nunca antes vista no mercado. E é esse expertise que a Inspirali pretende explorar. O ensino de Anatomia em 3D estará disponível na plataforma da empresa muito em breve: a partir do início das aulas em 2021.
“Esse é um momento muito importante para a MedRoom. Sempre nos focamos em poder fazer mais e entregar produtos que sejam, realmente, relevantes na vida do estudante de saúde e na carreira dos profissionais”, afirma Nhaia. Segundo ele, como startup, havia o desafio de fazer muito, com pouco recurso. Agora, tudo muda de perspectiva. “Fazer parte de um grupo tão relevante como o Ânima, poderemos colocar em prática nossas ideias de produtos e melhorias para nossos clientes com recursos para produzir com mais velocidade”, projeta.
O professor e doutor José Lúcio Martins Machado, diretor dos Cursos de Medicina da Ânima Educação e líder da concepção e desenvolvimento da Inspirali, destaca essa nova relação. “Ter a MedRoom em nosso portfólio eleva os padrões de qualidade e educação da Inspirali. A partir de agora os alunos terão aulas ainda mais interativas e próxima a realidade de suas áreas, por meio de recursos tecnológicos de última geração. Estamos ansiosos para iniciarmos os próximos passos”, aponta.

A história do primeiro investimento

Nhaia e Gusmão quase perderam o pitch em Porto Alegre, que rendeu primeiro investimento

Nhaia e Gusmão quase perderam o pitch em Porto Alegre, que rendeu primeiro investimento


MedRoom/Divulgação/JC
A MedRoom começa agora em dezembro um novo capítulo na sua história com o aporte recebido da Ânima Educação. Mas, Sandro Nhaia recorda com carinho do primeiro investimento recebido – e dos momentos tensos que antecederam a vitória.
No dia anterior ao Demoday, apresentação final da startup para os 40 investidores do fundo gerido pela Grow+, ele o seu sócio estavam em um cliente no interior de São Paulo, com voo marcado para sair para Porto Alegre às 16 horas. Mas, alguns contratempos aconteceram e eles perderam o voo.
“Não tínhamos dinheiro para conseguir comprar outras passagens, pois o valor era proibitivo. Depois de um tempo, conseguimos ajuda para voltar. Embalamos o computador e o óculos de Realidade Virtual que usaríamos na apresentação e pedimos para a companhia aérea colocar o adesivo de frágil”, relembra.
Eles chegaram ao local da apresentação em cima da hora, abriram a mala e qual não foi a surpresa ao descobrir que o computador estava quebrado, com as peças soltas. “Entramos em pânico, era o único computador que a gente tinha para a apresentação. O Gusmão já estava fazendo o pitch para os investidores e eu lá, tentando fazer funcionar. Até hoje não sei como isso aconteceu, mas deu certo, o computador funcionou e conseguimos o investimento”, relembra.

Jornada dos empreendedores tem a marca do ecossistema gaúcho de inovação

Beck conta que empreendedores passaram por imersão de aceleração durante nove meses

Beck conta que empreendedores passaram por imersão de aceleração durante nove meses


MARCELO G. RIBEIRO/JC
A jornada da MedRoom tem uma conexão estreita com o ecossistema de inovação gaúcho. A startup foi acelerada pela Grow+, aceleradora de startups e gestora de investimentos que nasceu no Rio Grande do Sul e hoje atua em todo Brasil, e investida pelo seu cluster de saúde, o HealthPlus, instalado no Tecnopuc.
O CEO da Grow+, Paulo Beck, lembra que a aproximação com a MedRoom aconteceu há quatro anos, justamente quando ele conduzia uma mudança no foco de atuação da empresa, que passaria a focar mais nas scale-ups, as startups que já estão com produto pronto, monetizando e crescendo no mercado.
“A MedRoom tinha apenas uma ideia e um power point as mãos, mas olhamos muito para a força dos empreendedores e decidimos investir. Foi uma das últimas startups em estágio mais inicial que trouxemos para o nosso portfólio”, relembra.
Até chegar a esse estágio, Sandro Nhaia e Vinícius Gusmão participaram de uma seleção que começou com 238 startups de saúde. Ficaram entre as 80 selecionadas, e nas etapas seguintes entre as 40 e 20, até entrarem para o programa como uma das investidas. A startup recebeu R$ 250 mil e pode participar de uma imersão de nove meses no programa de aceleração de startups da Grow+.
“A parceria com a Grow+ foi muito importante para a MedRoom. Foi a nossa primeira investidora. Conseguimos dar os primeiros passos na contratação de time, espaço físico e equipamentos e vivenciamos muitas dinâmicas que ajudaram na estruturação do nosso modelos de negócio”, comenta Nhaia. Na mesma época, a startup recebeu um aporte também do Hospital Albert Einsten. Um ano depois, já tinham contrato fechado com a GE HealthCare.
“Foi um trabalho muito bonito e dá uma dor tirá-los das nossas asas. Participei de 11 exits desde 2000, e esse foi o que mais chamou atenção pela conjunção de tudo. Quando eles começaram, não tinham nada, e agora espero que tenham braços grandes para agarrar esse mundão que se abre para eles. Os empreendedores são os verdadeiros heróis desta história”, destaca Paulo Beck.