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Mercado Digital

- Publicada em 01 de Julho de 2020 às 19:53

Sem a cultura digital não vamos sobreviver, alerta Luiza Trajano

Luiza lidera o grupo Mulheres do Brasil, que conta com 45 mil participantes e está em 15 países

Luiza lidera o grupo Mulheres do Brasil, que conta com 45 mil participantes e está em 15 países


MAGAZINE LUIZA/DIVULGAÇÃO/JC
“Somos uma startup, estamos sempre criando e melhorando”, comenta Luiza Helena Trajano, presidente do Conselho de Administração da Magazine Luiza durante LIVE realizada essa semana pelo Mentes  Transformadoras do Jornal do Comércio. Sim, a empresa que registou R$ 7,7 bilhões em vendas no primeiro trimestre de 2020, crescimento de 34%, pensa e age como uma startup. "Nunca tivemos medo de ousar", diz. O digital, como a empresária comenta, deve fazer parte da cultura das organizações que olham para o futuro.
“Somos uma startup, estamos sempre criando e melhorando”, comenta Luiza Helena Trajano, presidente do Conselho de Administração da Magazine Luiza durante LIVE realizada essa semana pelo Mentes  Transformadoras do Jornal do Comércio. Sim, a empresa que registou R$ 7,7 bilhões em vendas no primeiro trimestre de 2020, crescimento de 34%, pensa e age como uma startup. "Nunca tivemos medo de ousar", diz. O digital, como a empresária comenta, deve fazer parte da cultura das organizações que olham para o futuro.

Assista à íntegra da live com Luiza Trajano: 

Neste bate papo, Luiza mostra mais do que a sua visão para os negócios. Ela reforça a ideia da líder cidadã, destacando a importância de se envolver em temas como o desenvolvimento do Brasil, o apoio ao ecossistema empresarial e a mulher. Em 2013, fundou e hoje preside o grupo Mulheres do Brasil, que conta com 45 mil participantes e está presente em 15 países. Você pode conferir a entrevista completa no Instagram do Jornal do Comércio (@jornaldocomercio).
Mercado Digital - Como tem sido para você lidar com os desafios pessoais e profissionais da pandemia?
Luiza Helena Trajano - Esse momento que o mundo está atravessando é muito sério. Fechou a Disney, o Vaticano, as Olimpíadas foram adiadas. Isso não é brincadeira. Sabíamos do inimigo, o vírus, pelo que já estava acontecendo em outros países, mas foi difícil vivenciar isso. Esse cenário mexeu com todo mundo, especialmente no começo, quando nos deparamos com a nossa impotência. Foi algo que nunca vivemos. De repente estávamos com mil lojas fechadas. Me assustei, claro, mas depois me refiz e descobri meu papel como líder cidadã. Estou passando a quarentena em Franca (SP), onde nasceu a Magazine Luiza. Não parei, e nem vi esses 90 dias passarem, porque trabalho das 8 às 22 horas em reuniões do conselho, no grupo Mulheres do Brasil e em outras atividades que me envolvo. Comecei a viver cada dia, sem tentar fazer previsões porque não sabemos o que vai acontecer. Daqui dois ou três anos que vamos saber os reais efeitos disso tudo no mundo. Se a gente só pensa no futuro, não consegue viver o presente.
Mercado Digital - Como você tem visto o papel das líderes mulheres neste cenário da pandemia?
Luiza - As chefes de estado estão tendo grandes resultados no combate ao coronavírus. As mulheres sempre foram mais preparadas para serem orgânicas, lidar com várias coisas ao mesmo tempo, como filhos, trabalho. Mas as crenças limitantes não as deixavam ver isso. Eu lembro que antes, quando eu falava que estava intuindo algo, ninguém dava muita atenção, mas hoje as pessoas querem saber o que estou intuindo. No passado a gestão era algo mecânico, as pessoas tinham que entrar na empresa e esquecer a vida lá fora. Era essencial focar em resultados acima de tudo. Isso começou a mudar e a pandemia acelerou isso. Temos evoluções na participação das mulheres em posições de liderança, mas ainda precisamos avançar muito.
Mercado Digital - Que aprendizados, na sua visão, vão ficar para as pessoas e empresas no pós-pandemia?
Luiza - Um deles é que o digital é uma cultura, um modo de vida, e que sem isso não vamos sobreviver. Muita gente estava fora do mundo digital, mas a epidemia está nos mostrando a importância disso para as vendas, para o home office. O Brasil foi rápido ao se adaptar. Outra coisa que vai ficar é a cultura da doação e da solidariedade das pessoas. A tempestade atingiu todos, mas não dá para dizer que todos estavam no mesmo barco, porque a desigualdade social veio à tona. O Brasil nunca esteve tão solidário como hoje, não acho que isso será passageiro, pois esse momento está elevando o nível de consciência e da responsabilidade coletiva.
Mercado Digital - Como se aplica uma cultura de startup em uma gigante como a Magazine Luiza?
Luiza - Sempre fomos uma startup. Estamos sempre criando e melhorando. Nunca tivemos medo de ousar. Em 1991, tiramos todas as mesas fechadas das salas dos escritórios – as pessoas acharam que eu estava doida. Logo em seguida criamos três lojas eletrônicas. Somos um dos únicos cases do mundo de varejista que nasceu analógico, com loja física, e foi para o digital. Nossos grandes concorrentes são a Amazon e Alibaba, que nasceram digitais, e aí depois o mercado nos deu razão, pois eles passaram a adquirir lojas físicas, que de fato ajudam muito na venda.
Mercado Digital - Dados apontam que a cada minuto surgiu um novo e-commerce no Brasil durante a pandemia. Você percebe essa aceleração da transformação digital no varejo?
Luiza - Isso está acontecendo em vários setores da economia. O que antes levaria 15 anos para acontecer, levou 10 dias. Mas, temos 50 milhões de varejistas e a digitalização deve atingir no máximo 12 ou 13 milhões. Ainda tem muito a ser feito. A loja física não vai acabar, mas sem digital ninguém vai para frente. O cliente que navega na internet ou que vai até a loja tem que ser visto como um só, de forma integrada. Antes da pandemia 57% das pessoas compravam na internet e iam buscar nas nossas lojas físicas, onde temos centros de distribuição, o que elimina o custo do frete.
Mercado Digital - O cenário de Covis-19 afetou muito as receitas da Magazine Luiza?
Luiza- A gente já vinha com crescimento de 50% nas vendas no digital e 20% a 30% nas lojas físicas. Em maio deste ano, com 90% das lojas fechadas, conseguimos vender 46% a mais que no ano passado nos dois canais. Isso aconteceu porque estávamos muito preparados. Alguns segmentos estão tendo melhores resultados, como produtos para casa como aspirador, panelas. E outros sofrem mais, como roupas e calçados. Como as pessoas quase não estão saindo de casa, isso deixa de ser prioridade. Logo no início da pandemia demos férias para os nossos colaboradores, mas já retomamos com a maior parte das pessoas. Não só não demitimos, como agora estamos contratando 200 pessoas, especialmente para as áreas de SAC e tecnologia. Nunca esperávamos admitir pessoas neste momento, mas está acontecendo.
Mercado Digital - Como tem sido a retomada da abertura das lojas em algumas regiões?
Luiza - Um Big brother, com muita fiscalização para garantir a segurança, como uso de máscaras, álcool gel entre outros cuidados. E, claro, não podemos criar campanhas agressivas. Adoramos uma liquidação e filas, mas agora mão estamos fazendo nada disso.
Mercado Digital - Mesmo já sendo digital, a empresa precisou fazer ajustes? E como tem procurado apoiar os pequenos varejistas?
Luiza - A Magazine Luiza entrou muito bem na pandemia. Já éramos digitais e tínhamos caixa, mas ainda agíamos de forma burocrática em algumas coisas. Hoje simplificamos diversos processos. A nossa equipe criou algumas iniciativas muito interessantes. Uma delas foi o Parceiros Magalu, em que profissionais autônomos se cadastram, fazem um treinamento e, se indicam alguém para comprar algo na loja, ganham uma comissão. Mais de 200 mil pessoas se tornaram parceiros e mais de 30 mil todo dia vendem algo.
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