Está matematicamente provado que o distanciamento social reduz imediatamente o contágio pelo coronavírus. O fato de o Brasil ter uma população mais jovem é um protetor natural para o Covid-19. O pico do Covid-19 será no inverno brasileiro.
Não é chute, nem conclamação alarmista. Esses são alguns dos insights gerados a partir de dados e que podem ser conferidos em um estudo do Cappra Institute for Data Science. Aliás, para o cientista-chefe da empresa, Ricardo Cappra, o foco de profissionais como cientistas de dados, matemáticos, estatísticos e programadores neste momento deve ser o de usar tecnologia e os dados para apoiar o processo de decisão dos especialistas de saúde.
“É uma obrigação e um compromisso de quem trabalha com isso, em um momento de calamidade de saúde como esse, disponibilizar algumas horas para contribuir com a sociedade e até com as empresas, que estão enfrentando uma grande crise econômica”, sugere.
Diante da grande quantidade de dados abertos disponíveis no mundo, é decisivo conseguir transformar isso em uma camada mais fácil de ser compreendida. Ou seja, o dado precisa ser tratado e organizado para se tornar uma ferramenta para tomada de decisão. “O principal problema hoje em relação ao Covid-19 está na informação. A tecnologia tem o seu papel de transformar os bits e bytes em informações qualificadas para que alguém decida”, alerta.
É isso que ele tem feito. O Cappra Institute for Data Science adaptou um modelo preditivo de pesquisadores da Universidade de Harvard para rodar uma simulação do impacto do coronavírus por região e cidade. “Muitos países já estão usando essa modelagem para prever os recursos locais”, conta, destacando que a iniciativa tem o apoio da Organização Mundial da Saúde (OMS).
O cientista de dados destaca que o Rio Grande do Sul tem uma grande oportunidade de mostrar a sua competência nessa área. “A comunidade de tecnologia gaúcha tem competências técnicas diferenciadas, resultado da presença de universidades de referência e talentos que são exportados para o mundo todo”, analisa.
Recomendações com base na ciência de dados sobre o Covid-19
1.Interromper a importação do vírus via fronteiras pode reduzir em 95% o contágio, se realizado no início da proliferação;
2.A exponencialidade da curva da doença pode ser reduzida através de ações que barrem o contágio do vírus;
3.Está matematicamente provado que o distanciamento social reduz imediatamente o contágio;
4.A permanência do vírus em materiais é um agravante no fator de disseminação, pois vai além do contágio social;
5.O fato de o brasil ter uma população mais jovem é um protetor natural para o Covid-19;
6.É preciso atenção redobrada com os hospedeiros silenciosos, testar quem não apresenta sintomas seria o melhor caminho;
7.O pico do covid-19 será no inverno brasileiro.
8.Seguindo a tendência de outras pandemias, a segunda onda será em 70 dias e deverá ser ainda maior que a primeira;
9.A infraestrutura de leitos pode ser um ponto forte do Brasil, se ativada da forma adequada.
10.O pior cenário econômico está por vir, ocorrerá após o pico de contágio. Governantes e empresários precisam se preparar.
Fonte: Cappra Institute for Data Science