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Mercado Digital

- Publicada em 10 de Fevereiro de 2020 às 17:36

Algoritmo da Vida ajuda no combate ao suicídio no Brasil

Luciana conta que robô já leu mais de 30 mil perfis

Luciana conta que robô já leu mais de 30 mil perfis


SAP/DIVULGAÇÃO/JC
Algoritmo da Vida é o nome da ferramenta de Inteligência Artificial inédita do mercado que está ajudando a identificar potenciais casos de suicídio no Brasil por meio das interações das pessoas realizadas no Twitter.
Algoritmo da Vida é o nome da ferramenta de Inteligência Artificial inédita do mercado que está ajudando a identificar potenciais casos de suicídio no Brasil por meio das interações das pessoas realizadas no Twitter.
A iniciativa liderada pela Africa, a SAP Brasil e a Amazon Web Services (AWS) foi lançada há alguns meses e endereça um problema social importante. Cerca de 800 mil pessoas morrem por suicídio todos os anos – no Brasil, são mais de 11 mil. Essa é a segunda principal causa de morte entre jovens com idade entre 15 e 29 anos, segundo dados globais da Organização Mundial da Saúde (OMS).
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O robô, desenvolvido pela software house Bizsys, funciona plugado full time na plataforma do Twitter no Brasil, parceiro do projeto, e segue a lógica teórica de um trabalho acadêmico realizado pela Universidade de Harvard, chamado a Gramática da Depressão. O estudo mostrou que as pessoas com depressão profunda ou ideação suicida forte davam sinais ao usar frases e palavras chaves como ´to cansado´, ´quero morrer´. Inclusive, o diário de vida do Kurt Cobain, cantor que acabou se suicidando, foi um dos documentos usados na análise.
“Alimentamos o robô com a Gramática da Depressão com abreviações de mídias sociais e, rapidamente, ele começou a associar uma palavra a outra usada pela mesma pessoa, como: estou cansado + morte”, explica a diretora de Global Corporate Affairs (GCA) da SAP Brasil, Luciana Coen.
A ferramenta classifica o risco dos usuários de acordo com a frequência com que esses termos são usados. As respostas vão para um funil até serem disponibilizadas em um dashboard que mostra perfis em graus de risco de 0 a 100. A partir deste momento, uma equipe de mediadores, de ONGs e psicólogos, avalia tudo e reclassifica o funil criado pelos algoritmos. Eles limpam os falsos positivos – de frases como ´vou morrer com esse corte de cabelo´ e o robô vai aprendendo.
“Em cinco meses, o algoritmo leu mais de 30 mil perfis e, destes, quase 1 mil foram para a intervenção dos mediadores”, conta Luciana. Para os casos considerados graves, os mediadores enviam uma mensagem aprovada pelo Centro de Valorização da Vida (CVV). As informações usadas são públicas, publicadas pelas pessoas nos seus perfis, e não são usados cookies.
Luciana comenta que o próximo passo deverá ser a incorporação de um novo parceiro, a Vittude, startup que conecta psicólogos e pacientes em poucos cliques. A perspectiva é que eles ofereçam horas pro bono de profissionais para atenderem os casos mais graves detectados pelo Algoritmo da Vida.
Além disso, os dados vão entrar com base de dados SAP HANA (plataforma de dados in-memory da multinacional) para, em algum momento, poderem ser disponibilizá-los para pesquisa e para as universidades. Depois de alguns anos avaliando o que acontece no Twitter em relação a esse tema, a perspectiva é ter um material ainda mais valioso. “A ideia é que o algoritmo caminhe para ser mais robusto e que a gente pessoa ajudar mais pessoas”, projeta Luciana.
Ao mesmo tempo em que a tecnologia é considerada uma das principais causas de ansiedade entre os jovens – estão aí as redes sociais e as suas exigências implícitas por uma vida perfeita que comprovam isso – a ideia é que também possa ser usada como uma ferramenta social importante. “Esse projeto sempre vai ser sobre tecnologia e humanos. Mesmo tendo um super robô, a interação e a decisão é de um ser humano com capacidade de empatia”, finaliza.
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