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Livros

- Publicada em 17 de Setembro de 2021 às 03:00

A origem e o comportamento da classe ociosa


FARO EDITORIAL/DIVULGAÇÃO/JC
O Impacto Econômico da Classe Ociosa (Avis Rara - Faro Editorial, 304 páginas, R$ 49,90, tradução de Leonardo Castilhone), do grande professor norte-americano, descendente de noruegueses, Thorstein Veblen, que estudou nas universidades John Hopkins, Yale e Cornell e lecionou nas universidades de Chicago, Missouri e Stanford, acima de tudo é um amplo estudo sobre as relações de consumo acerca das relações de consumo numa abordagem multidisciplinar que alcançou grande reputação, que se estendeu muito além da esfera econômica e do mundo acadêmico.
O Impacto Econômico da Classe Ociosa (Avis Rara - Faro Editorial, 304 páginas, R$ 49,90, tradução de Leonardo Castilhone), do grande professor norte-americano, descendente de noruegueses, Thorstein Veblen, que estudou nas universidades John Hopkins, Yale e Cornell e lecionou nas universidades de Chicago, Missouri e Stanford, acima de tudo é um amplo estudo sobre as relações de consumo acerca das relações de consumo numa abordagem multidisciplinar que alcançou grande reputação, que se estendeu muito além da esfera econômica e do mundo acadêmico.
Veblen adotou uma abordagem darwinista para o estudo das instituições econômicas, com ênfase nos usos e nos costumes sociais, tornando-se, assim, um dos fundadores da Escola Institucional. Com uma prosa ágil e um humor sutil, o autor analisa a origem e o comportamento da classe ociosa, buscando evidências em dimensões culturais, crenças, hábitos e até instintos para investigar o lugar e o valor dessa classe como fator importante da sociedade de consumo.
A obra foi publicada em 1899, mas é incrivelmente atual, criticando de forma satírica os mecanismos que levam uma classe não produtiva - a classe ociosa, a aristocracia do século XIX na Europa - a ter padrões de vida calcados em rendimentos sem trabalho, na ócio, nos prazeres e na riqueza. O autor trata do consumo exacerbado, da ostentação, do esnobismo e do status social, temas que estão presentes na atualidade.
Vida de luxo e extravagâncias, casas suntuosas, roupas caríssimas, sem emprego ou renda financeira tradicional, são coisas que ainda vemos atualmente, quando muitas celebridades, bons vivants e influenciadores digitais estão aí bombando nas redes sociais. Eles utilizam o poder das redes sociais para direcionar o consumo, criar e matar marcas e disseminar a ostentação. Tudo bastante parecido com a aristocracia europeia do século XIX analisada na obra, que pela primeira vez é publicada no Brasil.

Qual a canção do teu funeral?

Pois digam aí, queridos leitores: que canção ou canções que gostariam que fossem tocadas nos seus funerais? Se vão ouvir as músicas escolhidas eu não sei, ninguém sabe ao certo, mas não deixa de ser uma pergunta interessante, dessas instigantes para fazer a lista das melodias mais apreciadas. Música e amor são as coisas mais próximas de Deus. Poucas criações dos humanos são tão universais e bonitas como a música.
Para meu funeral, se algum dia eu morrer, já escolhi. Em países de língua inglesa, em funerais, é comum o uso de canções não religiosas. Candle in the Wind e Skyline Pigeon, de Elton John; Stairway to Heaven, do Led Zeppelin; My Way e What a Wonderful World são algumas das melodias mais solicitadas pela turma que foi para a andar de cima.
No Brasil, especialmente em crematórios, começamos, há alguns anos, a ter trilha sonora na hora do adeus. Muitas vezes até com música ao vivo. Leonel Brizola se foi, no caixão, saído do Piratini, sob chuva, ao som de Querência amada, hino rio-grandense extraoficial do Teixeirinha, interpretado pelo grande Luiz Carlos Borges.
A lenta agonia de Tancredo Neves ficou em nossa memória colada a Coração de Estudante, de Milton Nascimento. Acho que Carinhoso, As rosas não falam, Aquarela do Brasil, Como uma onda, Travessia e Deixa a vida me levar figuram entre as canções que os brasileiros gostariam de ver executadas em seus velórios.
Quanto a mim, como disse antes, já escolhi faz tempo minhas últimas canções e não pretendo mudar nem morto. Bem, amigos da Rede Jaime, se acontecer de eu esquecer de respirar, gostaria muito que tocassem, várias vezes, Águas de março, do Tom Jobim, enquanto comerem e beberem algo em minha simples homenagem.
Sim, claro, tem que ser a gravação antológica de Águas de março que o Tom fez com Elis Regina, nos Estados Unidos, no famoso disco, que foi o presente de quarenta anos para a Pimentinha. É pau, é pedra, é o fim do caminho... gostaria que cantassem enquanto estivessem olhando para minha cara de contrariado com a pretensa morte.
Os versos finais da maior canção brasileira, em minha modesta opinião, irão me animar: "São as águas de março fechando o verão/ é promessa de vida no teu coração." Tomara que depois que eu for não sei para onde, eu fique como promessa de vida alguns corações. A sempre só morre total, talvez, depois que nenhum coração lembrar mais da gente.
Ah, no apito final quero ouvir também Travessia, My Way, Youve got a friend, Azul da cor do mar, Torna a Suriento, Eu e a Brisa, Laura, Marina, I left my heart in San Francisco, Lamento, Nada além, Je ne regrette rien, Volare, I've got you under my skin e muitas do Tony Bennett, meu cantor favorito. Melodias que sempre me ajudaram a viver. Quem sabe na outra vida vou voltar com uma voz com extensão maior, mas com a que tenho hoje já canto por aí... 

A propósito...

Estar vivo, poder ouvir, sentir e cantar já é muito. De vez em quando canto Volare com minha mãe, italiana de 93 anos. Sem poesia, sem sonho, sem música, não dá, não é? E se der, de repente aí não vale muito a pena. A música com sua linguagem universal quase sempre está associada com bons sentimentos e não dá para imaginar um planeta sem ela. Na barriga da mãe a audição é nosso primeiro e único sentido. Pense aí no que você quer que toquem na sua reta final e deixe o recado. Melhor mesmo é a gente pensar no que quer ouvir aqui e agora, enquanto segue esta nossa barca, mesmo quando o mar não está para peixe e o céu fica enfarruscado. Smile... sorria, sempre, nos disse Charlie Chaplin, na canção imortal que, parece, era a preferida de Michael Jackson.

Lançamentos

  • Paisagem Marinha (Memorabilia, R$ 40,00, 64 páginas), novo livro do consagrado professor universitário, cronista e escritor Vitor Biasoli, apresenta poemas sobre vida, morte, amor, sexo, praia, lua, sol, infância, pai, mãe e outras essências. Versos pungentes como "Enquanto escuto o vento falar/ de uma casa e uma infância/ hoje invadidas por peixes e cobertas de estrelas do mar.
  • Em suas mãos - escolhas e renúncias para viver melhor e com mais saúde (Intrínseca, R$ 42,00, 192 páginas), do cardiologista Cláudio Domênico, é um ótimo guia para saúde física e mental melhores, com base em decisões, renúncias e determinações pessoais e diárias. Prevenção, vilões da saúde, religião e outros temas são abordados, com base em pesquisa de oito anos na Alemanha, em 23.153 pessoas.
  • Além da Ordem (Alta Books, 432 páginas, R$ 51,00), de Jordan B. Peterson, ex-professor de Harvard, um dos mais influentes intelectuais do mundo atual, traz doze princípios para ajudar a resistir ao preço cobrado por nosso desejo de ordenar o mundo. Segurança em excesso é perigosa, diz, alertando para forças culturais, científicas e psicológicas que nos fazem tender para a tirania.