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livros

- Publicada em 04 de Junho de 2021 às 03:00

A estratégia pós-moderna da esquerda contemporânea

Muito se tem falado e escrito sobre os caminhos da esquerda nestes últimos cento e cinquenta anos e sobre o pós-modernismo, espécie de corrente filosófica de vanguarda, que tem por criadores nomes como Michel Foucault, Jacques Derrida, Jean-François Lyotard e Richard Rorty.
Muito se tem falado e escrito sobre os caminhos da esquerda nestes últimos cento e cinquenta anos e sobre o pós-modernismo, espécie de corrente filosófica de vanguarda, que tem por criadores nomes como Michel Foucault, Jacques Derrida, Jean-François Lyotard e Richard Rorty.
Guerra Cultural - Como o pós-modernismo criou uma narrativa de desconstrução do Ocidente (Avis Rara - Faro Editorial, 240 páginas, R$ 44,90, tradução de Matheus Paccini), de Stephen R.C. Hicks, filósofo e professor canadense-americano, da Rockford University, publicado há poucos dias no Brasil, aborda com profundidade as transformações da esquerda neste último século e meio, desde o socialismo científico até a atual esquerda pós-moderna.
O pós-modernismo, que aponta a falta de referências sólidas e para a ausência de limites de nossos tempos conturbados, tem uma atitude cética, irônica e irônica sobre os estudos consagrados de toda a trajetória humana. O pós-moderno critica a racionalidade do Iluminismo e concentra-se para enfatizar o papel da ideologia na manutenção do poder político e econômico.
Hicks mostra que a esquerda abandonou agendas materialistas (como a socialização dos meios de produção) e, nestas últimas décadas, especialmente após a Segunda Guerra Mundial, tem se dedicado a manipular a linguagem e o politicamente correto, promovendo a divisão de pessoas em infinitos grupos minoritários, via políticas identitárias baseadas em raça, gênero e sexualidade.
Com base em estudos históricos e em detalhada análise filosófica, Hicks quer contribuir para o debate de questões cruciais de nosso tempo e demonstra que a flexibilização de conceitos, a ressignificação de ideias e o estabelecimento de novas narrativas, num ambiente de incertezas, não proporcionou os resultados almejados.
Em síntese, a obra mostra que nossa cultura atual está envolvida em uma guerra de ideias e que elas precisam ser estudadas e analisadas, para que se possa compreender o mundo atual e seguir os melhores caminhos.

Se

Se és capaz de dormir bem ao menos algumas horas (de preferência sem ajuda de soníferos), de sonhar alguns sonhos e de ter poucos pesadelos, e, de sair da cama de manhã pensando que está razoavelmente vivo e que os humanos e o mundo têm esperanças e soluções.
Se és capaz de manter a calma, mesmo quando estiver na primeira classe de um avião indiano e aparecer um morcego, vivo, obrigado o piloto a mudar de rota.
Se és capaz de procurar notícias boas e de não te intoxicar com tantos sons, palavras, imagens, opiniões desencontradas, mensagens e alarmes generalizados e de acreditar que as grandes corporações multinacionais, as ciências, as artes e as instituições públicas e privadas estão pensando no bem da humanidade.
Se és capaz de parar uns dez minutos por dia para prestar atenção na própria respiração, meditar e ouvir, se possível, o som do silêncio, agradecendo pelos momentos de sossego e felicidade.
Se és capaz de olhar nos olhos dos outros, escutar (e não apenas ouvir) o que eles dizem, sem interrompê-los, ao menos por alguns minutos e, quando possível, concordar em silêncio com os acertos e desacertos do próximo.
Se és capaz de pensar que existe esquerda, direita, centro, centro-esquerda, centro-direita e outras classificações e que tudo deve acabar em paz, entendimento, democracia, liberdade, fraternidade e igualdade.
Se pensas que na batalha final universal vai vencer o bem, o bom senso, o melhor para a natureza, o mundo e os seres, apesar das palavras e pensamentos distópicos de parte da garotada e de muitos adultos.
Se és capaz de pensar que a hora mais escura é aquela antes do sol nascendo a cada manhã e que a lua vai seguir sendo propriedade de namorados, sem precisar de tantos gastos e visitas inúteis de terráqueos.
Se és capaz de acreditar que as criaturas humanas vão parar de desafiar a natureza, como fazem há dez mil anos, e buscar uma convivência mais harmoniosa com o planeta.
Se és capaz de acreditar que a linguagem e a comunicação humanas, que é o que nos distingue dos demais animais, sejam bem utilizadas, com fins pacíficos e construtivos e deixem de ser "uma fonte de mal-entendidos".
Se és capaz de aceitar que outras pessoas tenham ídolos, crenças, ideias e atitudes diferentes das tuas e que seja possível a convivência sem uns agredirem e matarem os outros.
Se achas que é possível aproveitar os acertos e os erros dos milênios de História humana para um futuro mais aceitável, observando os lugares do mundo onde as coisas estão melhores.
Se acreditas que os seres humanos vão, algum dia, entender que os verdadeiros luxos são dormir bem, simplicidade, saúde e bom relacionamento com familiares, amigos, colegas de trabalho, vizinhos, conhecidos e desconhecidos.
Bom, aí então és um cidadão esperançoso, otimista, espiritual, racional e emocional desta época turbulenta e mereces, como cidadão do mundo, vida longa, sadia e cheia de bênçãos.
 

a propósito...

Se você, mesmo sendo brasileiro, rezando muito e tomando umas cachacinhas e outras bebidinhas para segurar a onda, ao contrário de sagradas opiniões em contrário, acredita que a saída não é o aeroporto.
Se você, brasileiro ainda profissão esperança, acha que semana que vem a gente dá um jeito nisso e que deixaremos de ser o eterno "País do Futuro".
Se você, brasileiro incansável, acha que podemos compartilhar nossas melhores qualidades e patrimônios materiais e imateriais e que é possível a construção de uma verdadeira Nação.
Se você acha que, no final do jogo, o amor, a democracia, a solidariedade, a paz e os melhores interesses coletivos vão vencer.
Bom, aí você é um forte do bem e a gente segue ouvindo Imagine do John Lennon, as músicas do Roberto, do Tom e de outros craques, tomando umas moderadas cachacinhas com uns moderados tira-gostos de boteco. (Jaime Cimenti)
 

lançamentos

  • A estrada enluarada e outras histórias (Arquipélago, 224 páginas, R$ 49,90) traz 21 contos do jornalista e escritor norte-americano Ambrose Bierce, com tradução e organização de Rodrigo Breunig. Estão no volume clássicos como Uma ocorrência na ponte de Owl Creek e Chickamauga e narrativas inéditas em língua portuguesa.
  • Relatório da Guerra Guaranítica - 1754-1756 - Escrito Pelos Jesuítas (Martins Livreiro Editora, 134 páginas, R$ 45,00), de José Roberto de Oliveira, missioneiro apaixonado pela sua história é a tradução do espanhol do relatório do Padre Henis, pároco da Redução Jesuítica de São Lourenço, nos momentos do Tratado de Madri.
  • Os últimos verdadeiros homens (Editora Penalux, 108 páginas, R$ 40,00), do consagrado e premiado poeta, tradutor, escritor e médico José Eduardo Degrazia, apresenta minicontos envolvendo pessoas, cenários e situações que mostram os velhos humanos e uma certa falta de futuro... Apresentação de Rafael Bán Jacobsen.