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- Publicada em 26 de Março de 2021 às 03:00

Nova visão sobre a humanidade

Humanidade - Uma história otimista do homem (Crítica- Editora Planeta, 464 páginas, R$ 66,90, tradução de Cláudio Carina), do grande historiador holandês Rutger Bregman, autor de obras consagradas sobre história, filosofia e economia, como Utopia para realistas, foi considerado pelo professor e escritor israelense Yuval Noah Harari (autor do best-seller mundial Sapiens) como uma maneira de enxergar a humanidade sob uma nova perspectiva. Os leitores constatarão que o elogio, ainda mais vindo de quem o originou, não é nada exagerado.
Humanidade - Uma história otimista do homem (Crítica- Editora Planeta, 464 páginas, R$ 66,90, tradução de Cláudio Carina), do grande historiador holandês Rutger Bregman, autor de obras consagradas sobre história, filosofia e economia, como Utopia para realistas, foi considerado pelo professor e escritor israelense Yuval Noah Harari (autor do best-seller mundial Sapiens) como uma maneira de enxergar a humanidade sob uma nova perspectiva. Os leitores constatarão que o elogio, ainda mais vindo de quem o originou, não é nada exagerado.
Bregman ataca diretamente uma crença que parecia inabalável e que sempre uniu esquerda, direita, psicólogos e filósofos, pensadores antigos e modernos. Quase todos sempre tiveram a suposição de que os humanos são maus. De Maquiavel a Hobbes, de Freud a Pinker, a crença de que o ser humano é egoísta por natureza e age, na maioria das vezes, por interesse próprio, sempre foi dominante.
Rutger Bregman, que escreve para o jornal eletrônico internacional The Correspondent, tem sido considerado um dos pensadores europeus mais proeminentes e nesta obra oferece uma nova perspectiva sobre a história da humanidade, com o objetivo de provar que estamos "programados" para a bondade, voltados para a cooperação em vez da competição e mais inclinados a confiar em vez de desconfiar uns dos outros. Ele mostra que esse instinto remonta aos inícios do Homo Sapiens e lembra Jean Jacques Rousseau, um dos pais do iluminismo.
Com base em inúmeras e importantes pesquisas e argumentando com coragem, exemplos reais e poder de convencimento, Bregman mostra que acreditar na humanidade, na generosidade e na colaboração entre as pessoas não é atitude otimista e, sim, uma postura realista.
Claro que a tese do autor é polêmica, revolucionária e ousada, mas certamente é dessas posições que nos fazem pensar em pessoas e mundo melhores, através de mudanças grandes e verdadeiras nas sociedades que compõe nosso mundo globalizado e ainda cheio de problemas e desigualdades.

Filosofia no clássico de Will Durant

O saudoso mestre e filósofo caxiense Gerd Bornheim (1929-2002) sempre ensinou que filosofar é perguntar. É comum no cotidiano termos dúvidas sobre muitos assuntos e a filosofia nos auxilia a pensar, refletir e agir. Isso é muito válido especialmente neste mundo pós-moderno, cheio de incertezas, falta de referências e lideranças mais seguras e duráveis e confusões de todo tipo, a toda hora, em muitos lugares do mundo.
Nas últimas décadas a filosofia retomou a importância que teve desde os antigos gregos e, no Brasil, em especial, voltou a alguns currículos escolares, em junho de 2008, por força da Lei 11.684.
Hoje a filosofia está sendo utilizada nos meios culturais em geral, no jornalismo, nas comunicações eletrônicas e mesmo nos meios políticos, econômicos e empresariais. Num mundo complexo, multifacetado e habitado por humanos cada vez mais informados, pensantes e opinativos, normal que a filosofia tenha retornado com força. Livros de História muitas vezes são tendenciosos, obras literárias e jornalísticas por vezes têm intenções questionáveis e, assim, a filosofia, dá sua contribuição para tentarmos organizar o caos que anda por aí.
Nesse contexto, é de ser saudada a nova e oportuna edição brasileira do clássico A História da Filosofia (Editora Faro, dois volumes, 288 e 320 páginas, R$ 35,00 cada) do filósofo, historiador e escritor Will Durant (1885-1981), Prêmio Pulitzer de 1968 e autor de mais de vinte livros, entre eles o consagrado 12 Lições de História, publicado no Brasil pela Faro Editorial.
Entre muitíssimos serviços prestados à cultura mundial, Durant se notabilizou, em especial, junto com a esposa Ariel Durant (1898-1981), por levar a um público mais amplo o conhecimento que antes estava restrito ao ambiente acadêmico.
No primeiro volume da obra Durant trata dos primórdios da filosofia, com Platão, Sócrates e Aristóteles, seguindo ao encontro de grandes pensadores como Francis Bacon, Espinosa e Voltaire e os leitores podem ler em sequência ou por capítulos aleatórios.
No segundo volume Durant fala de Kant, Schopenhauer, Spencer, Nietzsche e Russel, além de abordar filósofos americanos contemporâneos como William James, George Santayana e John Dewey.
É uma obra clássica para todos quantos pretendam saber da história e do desenvolvimento das ideias filosóficas do mundo ocidental e que possibilita entender a obra de pensadores e filósofos do mundo todo que surgiram a partir de 1980, sempre cumprindo a tarefa de jogar luzes e perguntas sobre a evolução das pessoas e do mundo. Como sabemos, nunca ocorreram tantas e tão rápidas transformações como as ocorridas, especialmente, nos séculos XX e XXI.
Poucos escreveram para o não especialista como Durant e suas visões e análises nunca deixaram de causar impacto. Durant viajou o mundo para conhecer, na prática, como todas as manifestações culturais e filosóficas interagem com o conhecimento que adquirimos ao longo dos séculos.
 

a propósito...

Seria muito interessante ver o que Will Durant escreveria sobre pensadores da atualidade como Edgar Morin, Habermas, Foucault, Norberto Bobbio, Sartre, Simone de Beauvoir, Zygmunt Bauman, Derrida, Yuval Harari ou mesmo sobre os brasileiros Leandro Karnal, Luiz Felipe Pondé e Mario Sergio Cortella, que estão aí tentando entender e explicar pessoas, sociedades e mundos bem complicadinhos que temos, especialmente neste momento de pandemia. Haja pensamento, clareza, reflexão, serenidade, resiliência e esperança em boas ações e pessoas. Eles existem, é preciso acreditar. Mario Quintana escreveu que a esperança era um urubu pintado de verde. Tomara que não falte urubu nem tinta. (Jaime Cimenti) 
 

lançamentos

  • Deus não protege os certinhos & Outros minicontos impuros (Editora Penalux, 104 páginas, R$ 38,00) do premiado médico, poeta, escritor e tradutor gaúcho José Eduardo Degrazia, traz minicontos como: "Acendia uma vela para Deus e outra para o diabo. Acabou se queimando. Um morto escreve sobre um morto que escreve sobre outro morto que escreve."
  • O país das luzes flutuantes (Editora Filocalia, 246 páginas, R$ 59,90), romance de Marco Catalão, poeta, dramaturgo e ficcionista, tem por base pesquisa sobre imigração japonesa no Vale do Ribeira (SP). Fatos históricos, tradições e heranças culturais japonesas estão na alentada obra, que lembra: ninguém regressa, nada se repete. Passamos e isso é tudo".
  • O enigma do quarto 622 (Editora Intrínseca, 528 páginas, R$ 64,90), do escritor suiço Joël Dicker, autor de A verdade sobre o caso Harry Quebert, finalista do Prêmio Goncourt, começa com uma morte que ocorreu no fino hotel Palace de Verbier, nos Alpes Suíços, e que tinha ficado impune.... isso até Joël se hospedar no quarto 621.