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Coluna

- Publicada em 30 de Dezembro de 2020 às 21:25

Dicionário de Dostoiévski e Tolstói

Dostoiévski e Tolstói - Uma viagem pela alma humana, uma lição de vida (Mecenas Editora, 338 páginas) é o décimo-sexto volume da consagrada Coleção Dicionários, patrocinada pelo Grupo Zaffari, há décadas identificado com a comunidade e a cultura locais. Com coordenação geral do poeta, publicitário, compositor e cronista Luiz Coronel, projeto gráfico e direção de arte de Simone Pontes e com coordenação de pesquisa e organização de Juliana de Azevedo Baladão, o volume encadernado e impresso em papel couchê brilho 150g apresenta verbetes com base nas obras dos dois maiores escritores russos, que, como poucos, trataram da alma humana e identidade nacional.
Dostoiévski e Tolstói - Uma viagem pela alma humana, uma lição de vida (Mecenas Editora, 338 páginas) é o décimo-sexto volume da consagrada Coleção Dicionários, patrocinada pelo Grupo Zaffari, há décadas identificado com a comunidade e a cultura locais. Com coordenação geral do poeta, publicitário, compositor e cronista Luiz Coronel, projeto gráfico e direção de arte de Simone Pontes e com coordenação de pesquisa e organização de Juliana de Azevedo Baladão, o volume encadernado e impresso em papel couchê brilho 150g apresenta verbetes com base nas obras dos dois maiores escritores russos, que, como poucos, trataram da alma humana e identidade nacional.
O volume conta com participações especiais de acadêmicos, doutores, mestres, tradutores, escritores e ensaístas do porte de João Armando Nicotti, Flávio Aguiar, Luís Augusto Fischer, Sergius Gonzaga, Ruben Daniel Castiglioni, Luiz Gonzaga Lopes e outros, que enriquecem ainda mais a grande fortuna crítica sobre os dois geniais escritores.
Homens de pensamento e de ação, autores de obras imortais da literatura universal, Dostoiévski, sobretudo no campo jornalístico e Tolstói, no campo educacional, escreveram sobre o seu tempo e espaço com profundidade e talento, valorizando o ser humano e enfrentando desafios históricos de proporções gigantes.
Como escreveu João Armando Nicotti na alentada apresentação da obra, a unanimidade na Rússia segue sendo Aleksandr Púchkin, poeta e prosador de Ievguêni Oniéguin, mas Tolstói e Dostoiévski, cultivando e respeitando as sólidas tradições da literatura russa, inovaram e criaram obras-primas que engrandeceram ainda mais uma literatura que soube valorizar seu povo e seus territórios e, talvez por isso mesmo, ganhar a merecida universalidade.
Sobre os autores, escreveu Luiz Coronel: "Gerações sucessivas debruçaram-se sobre suas obras. Também o cinema, o teatro e o balé impregnaram-se de suas criações. Seus personagens, tão densamente humanos, tornaram-se rostos nítidos ante o espelho do tempo".

Feliz vacina nova!

Então é Ano Novo! Estamos vivos! Sobrevivemos a 2020! Os muitos que infelizmente foram para o andar de cima sobrevivem nas nossas memórias passadas, recentes, futuras e até nas memórias que inventamos. Fila que anda, vida que segue, o último dia do ano não é o último dia do tempo e o último dia do tempo não é o último dia de tudo (obrigado Carlos Drummond de Andrade!). Mais uma folhinha do calendário virada. Como disse o imortal do povo e acadêmico dos nossos corações, Mario Quintana, o tempo é só um ponto de vista dos relógios. Tudo termina, recomeça e termina e recomeça, como um "big bang" infinito e o vento vai seguindo, levando e trazendo, envolto com o tempo. O tempo, o vento, vaidades, o Eclesiastes, a Bíblia.
O número 2020 tem esses dois "2" que parecem dois patinhos nadando entre os zeros, na eterna lagoa da vida. Como senha para utilizar por aí nos computadores é considerada fraquinha, duas dezenas repetidas, mas é ano que ficará na memória, como outros anos históricos: 476, 1453, 1789, 1822, 1889, 1929, 1945, 1917, 1968 e 2001, por exemplos. E 2020 mostrou que, por vezes, precisamos nos isolar para depois, ainda mais fortes, continuarmos vivos e unidos.
Botando fé na ciência e ciência na fé seguimos escrevendo o infinito livro da vida, aguardando mais uma vacina e torcendo para que esse maldito vírus vá para Vênus, Marte, para algum espaço aéreo distante ou para aquele lugar, bem longe dos nossos narizes e dos nossos lábios.
A pandemia nos ensinou muito sobre nós mesmos, sobre nossos relacionamentos, mostrou para nós o que é mais essencial e revelou o que já sabemos há milênios, que caixão de defunto não tem gavetas e que depois do jogo de xadrez o rei, a rainha, os bispos, os cavalos, as torres e os peões vão para a mesmíssima caixinha, silenciosa e democraticamente.
A pandemia ressaltou nossas fragilidades e que nossas únicas certezas quanto ao futuro seguem as mesmas: morrer e pagar impostos.Mas a pandemia apresentou algumas molas que estão sempre no fundo dos poços, prontas para nos catapultar para a ensolarada manhã seguinte. A pandemia mostrou que temos aquelas forças que costumeiramente aparecem nas horas difíceis.
Como sempre, há os que enxergam mais os lados negativos, que acham que a pandemia foi um castigo imposto para a humanidade e que acham que o mundo e a natureza acabaram. Outros, como sempre, procuram se agarrar no melhor possível no momento e pensar que dias melhores virão. Há os que estão anestesiados, muitos, e que ficam à margem dos acontecimentos, estáticos, aguardando que os outros ou as circunstâncias resolvam seus destinos.
Um ano difícil, complicado, triste, que tem a qualidade que todos os anos têm, a de um dia terminar. Mas este 2020 é tipo o Brasil, que termina, mas nunca termina. O importante é não deixar que os efeitos danosos de 2020 liquidem com o ânimo e as esperanças das pessoas em relação ao futuro.
 

a propósito...

Ano novo sempre é momento de planos, promessas e decisões que muitas vezes não serão cumpridos. Fazer exercícios, emagrecer, dormir mais cedo, essas e outras promessas sempre estão na lista. Neste 2021, depois da pandemia, os planos devem ser de manter a calma, buscar ações e movimentos que diminuam o impacto de 2020. Mais do que nunca é hora de entender que os relacionamentos consigo mesmo, com as outras pessoas, com a natureza e com o mundo precisam ser os mais saudáveis possíveis. Não somos perfeitos, não é fácil de lidar com nossos demônios e com os dos outros, mas 2020 mostrou que precisamos nos cuidar, não só lavando as mãos, usando álcool e as máscaras. Cuidar geral. Ótimo e vacinado 2021! (Jaime Cimenti)
 

lançamentos

  • Mundos paralelos (Mizunski Editora, 134 páginas), do advogado e escritor porto-alegrense Rodrigo Mizunski Peres, antologia de contos intensos e delicados, que traz em seu DNA referências a Cazuza, Fernando Pessoa, Renato Russo, Borges, Orwell e Caio Fernando Abreu, tem apresentação da jornalista Paula Dip.
  • A Modernidade Entre Tapumes (Ateliê Editorial, R$ 78,40, 592 páginas), do professor Vagner Camilo, da USP, autor de Drummond: da Rosa do Povo à Rosa das Trevas, estuda com grande pesquisa e profundidade o processo de virada na poesia lírica brasileira do pós-guerra, que foi do social para o neoclássico.
  • O Outro Lado da Ponte (80 páginas, e-book, Ser Mulher Arte Editorial), novela de Vera Ione Molina Silva, uruguaianense, consagrada escritora, professora, poeta e ministrante de oficinas literárias, traz personagens femininas fortes que iniciam sua entrada no enredo seguidas por um homem e aí aos poucos o elenco vai aumentando.