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Coluna

- Publicada em 04 de Dezembro de 2020 às 03:00

Revelações sobre a personalidade de João Simões Lopes Neto

Eu conheci João Simões Lopes Neto - Recordações de contemporâneos do escritor (Letra Capital Editora, 146 páginas, R$ 43,20), com organização, introdução, notas e texto biográfico do advogado, pesquisador e escritor pelotense Carlos Francisco Sica Diniz, que em 2004 recebeu o Prêmio Açorianos na categoria de ensaios literários, por sua obra João Simões Lopes Neto, uma biografia (AGE/Porto Alegre, 2003), apresenta importantes revelações sobre a personalidade do grande autor pelotense.
Eu conheci João Simões Lopes Neto - Recordações de contemporâneos do escritor (Letra Capital Editora, 146 páginas, R$ 43,20), com organização, introdução, notas e texto biográfico do advogado, pesquisador e escritor pelotense Carlos Francisco Sica Diniz, que em 2004 recebeu o Prêmio Açorianos na categoria de ensaios literários, por sua obra João Simões Lopes Neto, uma biografia (AGE/Porto Alegre, 2003), apresenta importantes revelações sobre a personalidade do grande autor pelotense.
Sica Diniz, grande estudioso e pesquisador da vida e obra de Simões Lopes, nunca se cansou de procurar o que estava por trás da figura enigmática do autor dos clássicos Contos Gauchescos e Lendas do Sul, obras imortais do regionalismo, mas que vão muito além disso.
A partir da descoberta da casa onde Simões viveu com a esposa, Dona Velha, entre 1897-1907, imóvel que seria demolido e que foi conservado, e movido por grande curiosidade sobre a vida e obra de Simões, Sica Diniz reuniu uma série de depoimentos de muitos que conviveram com ele. Necrológios, homenagens e lembranças de contemporâneos mostram facetas inéditas do bondoso, estrábico, tímido e espirituoso escritor e jornalista.
Na apresentação, o professor e escritor Luís Augusto Fischer escreveu: "Esse é seguramente um dos livros mais interessantes que se pode conceber para uma finalidade específica - ganhar mais proximidade do homem João Simões Lopes Neto, saber mais de sua vida, de seu jeito, de seus sonhos".
Realmente, além da riqueza, importância e diversidade dos registros contidos na obra, o que importa é dar aos leitores a possibilidade de ler e entender os livros de Simões a partir do conhecimento de detalhes de sua vida pessoal e de seu cotidiano.
Deve ser saudada mais esta colaboração inestimável que Sica Diniz oferece para a cultura brasileira e agora é aguardar ainda mais informações e revelações sobre um dos nossos maiores escritores.

Bola no centro

Nem sempre se deve misturar futebol com política, mas depois destas eleições, é inevitável ficar pensando que a torcida que foi votar e os muitos que não foram ou anularam o voto, estão pensando em recolocar a "bola no centro", reiniciar o jogo, procurar soluções longe de extremismos. O PSD de Gilberto Kassab, por exemplo, elegeu 654 prefeitos, inclusive Jairo Jorge em Canoas. Na entrevista na IstoÉ desta semana, Kassab refere que grande parte dos eleitores busca serenidade e quer fugir de radicalismos. Nas eleições de 2018, os eleitores mostraram-se mais extremados, como se sabe.
Em 1982, o imortal personagem Zé da Galera, do programa Viva o Gordo, ligava, desesperado, do orelhão, para o técnico Telê Santana e implorava para que ele escalasse pontas na Seleção Brasileira. Telê, por sinal, tinha sido ponteiro. Hoje a maior parte dos times de futebol, acho, não utiliza mais ponteiros extremados, nem à esquerda e nem à direita e, agora, na política, nota-se que nessas eleições muitos brasileiros estão seguindo a tendência futebolística de jogar mais pelo centro e, como sempre, reforçar o meio do campo.
No balanço das eleições, os números e especialistas mostram que políticos como Eduardo Leite, João Doria e Rodrigo Maia teriam saído bem e que Lula e Bolsonaro não. Claro que as coisas não são tão simples e os números não são tão óbvios, mas inegavelmente, os eleitores disseram não à polarização e, até pelos tristes efeitos da pandemia, pensaram em nomes e soluções mais conhecidos e em ideias e planos mais serenos, reais e razoáveis.
Como dizia o célebre político mineiro Magalhães Pinto, política é como nuvem, "você olha e ela está de um jeito. Olha de novo e ela já mudou". Muita coisa vai rolar e claro que ainda é cedo para saber como serão os próximos tempos e as próximas eleições, mas é preciso, agora, pensar e refletir sobre o "recado das urnas" e também se informar sobre o que acontece nesse mundinho globalizado.
Mais uma vez na história do mundo, radicalismos de todo tipo e utopias desvairadas estão na marca do pênalti, em muitos locais, embora ainda parcelas das populações estejam seduzidas por eles. Democracia é caminho longo, interminável, difícil, mas não há outro melhor. Há que refletir, dialogar, olhar para o que deu certo ou errado na História.
Num momento de pandemia e pânico em relação ao futuro, é preciso procurar, mais do que nunca, caminhos mais pacíficos e melhores para o todo, soluções que sejam as mais razoáveis para os eleitores. A verdade sempre acaba aparecendo e libertando, mesmo com tantas manipulações e fake news. Japão, Canadá, Austrália, Nova Zelândia e países nórdicos, entre outros, por exemplo, têm muito o que dizer sobre convívio, economia, política, relação com a natureza e outros temas relevantes. É preciso examinar bem, porque um triste terço ou mais das pessoas não vota, vota em branco ou anula.
 

a propósito...

É preciso ouvir as urnas, vem aí 2022. Políticos e eleitores, especialmente os que não votam ou anulam, devem pensar em valores mais saudáveis e eternos, como democracia, liberdade, igualdade, verdade, solidariedade e bem público. Precisamos buscar caminhos que a história mostrou serem os melhores. Não adianta repetir velhos e ultrapassados conceitos tipo esquerda/direita e se aferrar a ideias e práticas que não deram certo em nenhum lugar do mundo. Precisamos ir para frente, vislumbrar o melhor futuro, respeitar a inteligência, os direitos e as consciências dos outros. Não há mágicas duradouras e os cidadãos, especialmente nas redes, mais cedo ou mais tarde descobrem tudo. Os jovens, especialmente, precisam se informar mais e se envolver com boas práticas políticas. É preciso auscultar esses milhões de desencantados que não saem de casa para votar. O silêncio deles é triste, gritante. (Jaime Cimenti)
 

lançamentos

  • O mínimo essencial - Duas ou três coisas que sei e outras que os gênios da música me ensinaram (Capítulo 1, R$ 30,00), sexto livro do consagrado jornalista Eduardo Rodrigues, ilustrado por Alexandre Oliveira, tem apresentações de Juarez Fonseca e Luis Fernando Verissimo. É uma bela antologia com citações sobre artistas e temas de vários gêneros musicais.
  • Do lado de dentro (Oliveira Guerra, 126 páginas - [email protected]), de Rafaela Ungaretti, com entrevistas e textos de Ana Guerra, traz as vivências, rotinas, dificuldades e limitações de Rafaela, portadora da síndrome de Wolfram, doença degenerativa rara. Ela mora nos Estados Unidos e trabalha para conscientizar pessoas sobre a doença.
  • Andar térreo (Ardotempo, 224 páginas, R$ 50,00), primeiro livro de Paulo Rosa, médico e professor, que escreve semanalmente no Diário Popular de Pelotas, tem textos com temas atuais: relacionamentos, homens, mulheres, casamento e corrupção. Visões da sociedade a partir da psicanálise, uma das atividades de Paulo.