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Livros

- Publicada em 05 de Novembro de 2020 às 21:26

A Turma Médica de 1970, o amigo e paciente

A famosa turma de 1970 da Faculdade de Medicina da Ufrgs está comemorando 50 anos com um belo volume de textos intitulado Nossas histórias, editado e organizado pelos consagrados doutores J.J. Camargo, Fernando Lucchese, Carlos Frederico Matzenbacher e Jorge Alberto Buchabqui. A obra tem 47 colaborações, dos organizadores e de integrantes da turma, envolvendo histórias pessoais, profissionais e fatos ligados à faculdade e à medicina.
A famosa turma de 1970 da Faculdade de Medicina da Ufrgs está comemorando 50 anos com um belo volume de textos intitulado Nossas histórias, editado e organizado pelos consagrados doutores J.J. Camargo, Fernando Lucchese, Carlos Frederico Matzenbacher e Jorge Alberto Buchabqui. A obra tem 47 colaborações, dos organizadores e de integrantes da turma, envolvendo histórias pessoais, profissionais e fatos ligados à faculdade e à medicina.
O saudoso, elegante e competente professor Mário Rigatto cantou a pedra: a turma de 1970 era a melhor dos últimos tempos. Paciente e amigo, amigo e paciente de muitos doutores da lendária turma, concordo com o Mestre. Inicio falando da alegria do convívio com o querido Dr. Milton Portanova, amigo, compadre e companheiro de décadas. Obrigado, Deus abençoe o Portinha.
Há uns 25 anos tenho a honra de caminhar no Parcão e ser amigo do Dr. Nilton Lerrer, Niltão para os íntimos. Andamos por aí, inclusive cantando bem em vários locais. Meu coração está bem. Durante 20 anos andou suave na esteira do querido Dr. Sérgio Dornelles, grande agregador, que dizem ser o irmão mais novo do Paul Newman.
Faz anos que sei muito bem onde colocar meu nariz. Sim, claro, nas mãos do simpático e jovial Dr. Luiz Osowski. Minhas tomografias abdominais para ver eventual foie gras e tudo mais são na clínica do gentil Dr. Álvaro Porto Alegre. Há 26 anos escrevo sobre livros no JC e tenho a honra de noticiar as importantes obras dos Drs. J.J.Camargo e Fernando Lucchese.
Em Bento, minha terra, está o Dr. Bellora. Em Gramado, o Dr. Tomazelli atendeu uma das minhas filhas. Adoro médicos, só não sofro de hipocondria. Estou vivo porque gosto deles e desejo longa e feliz vida aos queridos esculápios de 1970. Aí sigo feliz consultando.
O livro tem o discurso do orador, dados completos da formatura, mais de 20 fotos, lista dos 45 colegas falecidos, homenagem ao Dr. Sílvio Zanini, texto sobre a Biblioteca da Medicina e a turma, texto sobre O Cobra e o Manual de Instruções do Instituto de Anatomia.
Parabéns, obrigado por tudo, doutores! Saúde, paz, amor e humor a todos!

Emily em Paris

Muitos não esperavam que a série Emily em Paris exibida pela Netflix causasse tanto furor na França, em vários países e, especialmente no Brasil, onde as aventuras da mocinha millenial norte-americana na Cidade-Luz são um sucesso absoluto. Americanos em Paris sempre proporcionaram bons encontros e desencontros, choques culturais e geraram obras nas artes plásticas, livros, canções, textos de dramaturgia e filmes. Sinfonia de Paris (An American in Paris), filme musical de Vincente Minnelli de 1951, com canções do genial George Gershwin, é, provalmente, o melhor exemplo disso e a fita recebeu cinco Oscars.
Emily em Paris mostra a jovem Emily, especialista em marketing digital, muito bem interpretada por Lily Collins, que foi promovida e transferida de Chicago para Paris. Roupas de marca e redes sociais são as paixões da menina, que em Paris vai brigar muito por espaço e convicções profissionais e enfrentar poderosos inimigos, como sua chefe, "parisiense da gema". Em meio a cafés, gastronomia requintada, festas, passeios e encontros com rapazes, Emily, que foi para lá sem falar francês, vai cumprindo uma trajetória veloz e vitoriosa, registrada a todo momento pelo iPhone.
Alguns reclamaram que a tradicional cultura francesa foi caricaturada e retratada de modo questionável pela série, mas o fato é que, no gênero comédia, exageros e licenças poéticas devem ser permitidos. Estereótipos e clichês são comuns, também, na comédia, e o fato é que os cenários, os figurinos, as canções e os diálogos funcionam bem, o público adorou e já está querendo mais episódios.
O autor da série, Darren Star, responsável pelo megassucesso Sex and The City, se houver continuação de Emily, provavelmente vai utilizar a massa crítica que foi apresentada e é provável que aprofunde a narrativa sobre aspectos de Paris, sua diversidade e outras características mais atuais da metrópole. É bom lembrar que Sex and The City não é Nova Iorque e, sim, algumas representações de pessoas, acontecimentos, culturas e locais.
No décimo e último episódio da série, os espectadores vão assistir alguns conflitos solucionados ou quase e refletir sobre diferentes visões sobre modo de vida e de trabalho, que aqui não digo quais para não apresentar spoiler e estragar o prazer dos que não viram a série e querem ver. No mundo atual pessoas com opiniões divergentes, conflitos vários todo o tempo e milhares de visões sobre tudo é o que não nos falta, todo mundo sabe. Emily coloca muitas questões relevantes na mesa e de modo jovial.
Num momento de pandemia global e repleto desses problemas municipais, estaduais, federais e mundiais que andam nos aterrorizando, porque não escapar, ao menos algumas horas, da realidade brutal e ingressar num universo mais leve e bem-humorado, até para recuperar o fôlego e seguir adiante. Algumas pessoas até estão querendo que 2021 envie um trailer para ver se vão segurar a onda.
 

a propósito...

A trajetória da jovem de Chicago, cheia de energia, modernidade e atitude, contrasta com pessoas e valores diferentes que encontra em Paris. Passado e futuro, tradição e mudança e fila andando rápido é o que está em jogo na série. Novo mundo, velho mundo, jovens e adultos e a vida que segue. Emily está entrando na galeria junto com Brigitte Bardot, Catherine Deneuve, Audrey Tautou (Amélie Poulain) e outras e virou tema de conversas superficiais e profundas. Nos próximos episódios que provavelmente virão, vamos ver o que o tempo e a experiência vão trazer para Emily e os demais integrantes de uma série que mostra, também, que humor é coisa necessária, vital e séria e que merece uns Oscars e outras premiações. (Jaime Cimenti)
 

lançamentos

  • A Sobrevivente A21646 (Besouro Box, 3ª edição), do jornalista e escritor Tailor Diniz, narra a incrível história real de Hertha Spier, prisioneira de Auschwitz, sobrevivente de três campos de concentração na Polônia e na Alemanha. Ela faleceu aos 101 anos, resistiu aos horrores do holocausto e fez seu relato a Tailor Diniz.
  • A Defesa do Espaço Cívico (Objetiva, 128 páginas, R$ 24,90), de Ilona Szabó, empreendedora cívica e cofundadora e presidente do Instituto Igarapé, é um texto contundente sobre as formas que governos populistas-autoritários usam para destruir o espaço cívico e como cada um pode se opor a isso.
  • Uma terra prometida - Barack Obama (Companhia das Letras, 764 páginas, R$ 79,90), relato fascinante e profundamente íntimo das memórias do primeiro presidente afro-americano dos Estados Unidos, que teve uma trajetória surpreendente, a partir das dificuldades da juventude.