Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Coluna

- Publicada em 30 de Outubro de 2020 às 03:00

Guilherme Fiuza, política, sarcasmo e ironia

Fake Brasil - A epidemia de falsas verdades (240 páginas, R$ 38,00, Avis Rara), do consagrado jornalista e escritor Guilherme Fiuza, que tem mais de 200 mil livros vendidos, apresenta vinte textos recheados de sarcasmo e ironia sobre temas de política nacional, que arrancam gargalhadas por suas críticas contundentes e certeiras. O livro inaugura um novo selo da Editora Faro, voltado para Ciências Sociais.
Fake Brasil - A epidemia de falsas verdades (240 páginas, R$ 38,00, Avis Rara), do consagrado jornalista e escritor Guilherme Fiuza, que tem mais de 200 mil livros vendidos, apresenta vinte textos recheados de sarcasmo e ironia sobre temas de política nacional, que arrancam gargalhadas por suas críticas contundentes e certeiras. O livro inaugura um novo selo da Editora Faro, voltado para Ciências Sociais.
Fiuza escreveu Meu nome não é Johnny e 3000 dias no bunker (ambos adaptados para o cinema), O Império do Oprimido e Manual do Covarde e trabalha para Jovem Pan, Gazeta do Povo e Revista Oeste. Ele tem canais no YouTube, Twitter e Instagram, mas diz que seu sonho é parar de falar em política, se a política permitir.
Para Fiuza, o tema do momento, ligado ao debate político, é a questão das Fake News. Descobrir o que é verdadeiro ou falso não é uma ciência exata em meio a esse jogo de interesses, opiniões e achismos. Só nos restam duas opções, mergulhar no mar das incertezas e das frustrações, ou usar do bom humor, e rir dessa desgraça, de vez que não existe melhor piada pronta do que a política no Brasil atual.
Fiuza destila humor e crítica sobre mentiras oficiais que andam por aí, comenta decisões do STF, da Câmara e do Senado e fala desta terrível divisão partidária que tomou conta do País. Diz Fiuza: "Se você achava que os hipócritas modernos não tinham mais o que inventar, nossa atualidade mostrou que criatividade é mesmo o forte do brasileiro. E agora uma nova 'categoria' de fiscal da vida alheia surgiu: os 'checadores de fatos', seres iluminados que decidem o que é verdade e o que é mentira nas redes sociais. Em quais leis esses novos juízes se baseiam para julgar todo mundo? Nas leis da militância e do patrulhamento politicamente correto. Os hipócritas inventaram o juiz partidário - e assim chegaram à perfeição".
Os leitores poderão tentar, enfim, ao menos, lendo o livro, tirar suas conclusões de quem é quem nesse estranho baile de máscaras e ver que Cazuza estava certo: não nos convidaram para essa festa armada para nos convencer.

Remi Acordi e a montanha-russa

Quantas vidas uma pessoa vive durante a breve e rápida passagem pela terra? Um homem pode ser destruído, mas não vencido, como disse Hemingway? Vencer na vida é, na verdade, ter a capacidade de cair e levantar? Estas e outras questões vêm à mente depois de ler Trilhas & Trilhos (Editora AGE, 181 páginas), do administrador, empresário e consultor Remi Paulo Acordi, nascido em Bento Gonçalves em 1949.
Na autobiografia que o autor escreveu especialmente para seus netos Lucas, Gabriel e Laura, que atualmente moram com os pais em Miami, Remi conta sobre uma trajetória que iniciou no belo e pequeno distrito de São Valentim e que seguiu por Porto Alegre, Rio de Janeiro, São Paulo, Argentina, Uruguai, Estados Unidos, países da Europa e China. Verdadeiro cidadão do mundo e globetrotter, Remi, formado em Administração pela UCS, começou a trabalhar aos 13 anos e, generosamente, relata sobre períodos de grande sucesso, revela momentos de grandes quedas e sobre a serenidade vinda com a maturidade. Sua vida, como a de muitos de nós, é uma montanha-russa e muitas vezes nas quedas ganha-se energia para subir de novo e de novo...
Remi foi auxiliar de serviços gerais, auxiliar de contabilidade, gerente-geral e sócio fundador de empresas e, durante mais de dez anos foi consultor da maior vinícola brasileira da época e presidente de uma das maiores empresas gaúchas da área moveleira. Posteriormente foi sócio de empresas de comércio internacional e seguros.
Casado com a fiel escudeira Magda Franciosi Koff há mais de quatro décadas, da união nasceram dois filhos, Rafael e Eduardo. Rafael faleceu prematuramente devido a um Tumor de Ewing e, por sua vontade e da família, os Acordi passaram a colaborar fortemente com o lnstituto de Câncer Infantil de Porto Alegre. Os Acordi transformaram a dor maior de perder um filho em atos de solidariedade e bondade.
Remi conta no livro sobre sua paixão futebolística de sempre, o Grêmio Foot-Ball Porto-Alegrense e de como conviveu com o lendário presidente Fábio Koff, o maior vencedor do títulos do clube. Remi, liderado por Fábio Koff e junto com o não menos lendário presidente Hélio Dourado, criaram o grupo dos Elefantes Azuis e disputaram a célebre eleição de 2012 no Grêmio. Após a vitória e a posse, vieram as negociações sobre o Olímpico e outras questões conhecidas de todos.
Como se vê, a obra de Acordi, muito além de narrar uma vida movimentada e rica em acontecimentos, mostra a gloriosa saga da imigração italiana na serra gaúcha, a importância da família, da religião e dos amigos, etapas da política e da economia no Brasil, negócios que deram muito certo ou muito errado, o amor pela música, pelas viagens e vinhos e pelos esportes e, fundamentalmente, releva um profundo amor pela vida, a "montanha-russa", a "graça triste", com seus sobes e desces intermináveis.
Os netos Lucas, Gabriel e Laura certamente têm muita sorte e ganharam a melhor herança o mapa da mina, do vô que tanto viveu, vive e viverá.
 

a propósito...

Trilhas & Trilhos é isso, uma narrativa que mostra como a vida é uma aventura, um caminho cheio de altos e baixos, de alegrias e de tristezas, de perdas e ganhos e de como é melhor, sempre, bem como diz o antológico samba, "reconhecer a queda, sacudir a poeira e dar a volta por cima". Hoje, com esse mundo do jeito que está, com essa pandemia de duração e vacinas incertas, não está nada fácil, mas não podemos desistir. Como foi dito no início, um homem pode ser destruído, mas não vencido. Vida que segue, fila que anda, gente que vai e gente que vem na estação, montanha-russa que segue subindo e descendo. No fundo do poço ainda tem mola e a hora mais escura é aquela antes do sol nascer. (Jaime Cimenti)
 

lançamentos

  • Nossos sonhos são os mesmos (Libretos, 80 páginas, R$ 32,00), de Guilherme Giugliani, jornalista e escritor, é novela que conta a história dos amigos Gegê, Laura e Guiga, adolescentes, em viagem no litoral gaúcho, ao som de muito rock. A narrativa é boa de ouvir ao som de Infinita Highway e outros clássicos do Engenheiros do Hawaii.
  • Hibiscos vermelhos e tilápias vivas (Filocalia, 88 páginas, R$ 39,90), de Cláudio Neves, professor e poeta autor de cinco livros de poemas, é um romance em versos, a ser lido como uma longa epifania, permeado de uma religiosidade profunda, com referências à morte e ressureição de Jesus Cristo.
  • O Árabe do Futuro 4 - Uma juventude no Oriente Médio (1987-1992), quarto volume de quadrinhos de Riad Sattouf, narra a passagem da infância para a adolescência do autor, a deterioração de sua família e os conflitos no Oriente Médio nos anos 1990. História verdadeira que quem foi cada vez menos louro, de sua família franco-síria e do golpe de Estado realizado por seu pai.