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livros

- Publicada em 03 de Julho de 2020 às 03:00

Feminismo no mundo contemporâneo

Em nove grandes capítulos ou eixos temáticos a obra fala sobre conhecer o feminismo

Em nove grandes capítulos ou eixos temáticos a obra fala sobre conhecer o feminismo


CULTRIX/DIVULGAÇÃO/JC
Primavera das Mulheres - 100 Questões essenciais para entender o feminismo no mundo contemporâneo (Editora Cultrix, 440 páginas, R$ 62,00, tradução de Gilson César Cardoso de Souza) é da autoria de Pilar Pardo Rubio, assessora jurídica no Conselho de Educação da Comunidade de Madri, na Espanha e especialista em transversalização jurídica da perspectiva de gênero.
Primavera das Mulheres - 100 Questões essenciais para entender o feminismo no mundo contemporâneo (Editora Cultrix, 440 páginas, R$ 62,00, tradução de Gilson César Cardoso de Souza) é da autoria de Pilar Pardo Rubio, assessora jurídica no Conselho de Educação da Comunidade de Madri, na Espanha e especialista em transversalização jurídica da perspectiva de gênero.
"O feminismo nunca desapareceu, muito pelo contrário, avançou de forma rápida, sacudiu e transformou o mundo e, com ele, todas e todos os seus habitantes, feministas ou não", afirmou Pilar Pardo Rubio. Realmente, desde seu surgimento no final do século XIX, novas ondas de manifestações surgiram em direção à luta contra as agressões maritais, sexuais, assédio moral ou remuneração salarial igualitária. Ao mesmo tempo, ser ativista continua sendo um perigo para as mulheres. Nesse contexto foi lançada a obra de Pilar, que responde a 100 questões atuais sobre o tema e mostra as raízes históricas, as estratégias de luta, os conflitos e as contradições do movimento feminista.
Em nove grandes capítulos ou eixos temáticos a obra fala sobre conhecer o feminismo, seus segredos e mentiras, trata de conceitos, ingratidão histórica, feminismo da cidadania (sufrágio), revolução e feminismo, feminismo depois do voto e a liberdade suspeita, a importância da igualdade e no capítulo final são destacados os nomes esquecidos do feminismo.
Como se constata, se trata de um livro ativista, uma síntese de tudo que se conhece sobre o tema e tem o poder de ensinar ao mesmo passo que quebra barreiras ainda erguidas por uma parcela da sociedade que teima em depreciar o poder da mulher ao desvalorizá-la.
A autora optou por tratar os movimentos feministas como ondas: a primeira foi a das sufragistas e a mais recente, de 2012, cuja origem está no empoderamento feminino, tratou do uso do corpo, sem obedecer às regras impostas pelo patriarcado e contra o assédio sexual e a violência contra a mulher.
Primavera das Mulheres nasce clássico e referencial para entender o feminismo e sua grande importância no mundo contemporâneo.

Miles Davis, Inventor do Cool

Uma das coisas que marcam e salvam esse período de quarentena é assistir filmes, séries, shows e documentários pela TV. Há pouco tive o prazer de assistir, pela Netflix, Miles Davis, Inventor do Cool, que desvenda a mitologia de Miles e permite conhecer a verdadeira história de uma das maiores lendas do jazz, com imagens e entrevistas nunca vistas de celebridades.
Para mim o jazz é a maior criação dos Estados Unidos e quando alguém me diz que gosta de jazz eu nem pergunto muita coisa e imagino que a pessoa deva ser interessante. Mesmo para quem não gosta ou não gosta muito de jazz, o documentário sobre o grande trompetista vai agradar, pois narra uma trajetória de vida (real e artística) que encanta e inspira.
Miles nasceu em família abastada, em Alton, Illinois, em 1926, filho de pai dentista e mãe pianista. Aos 16 anos, já fazia parte de grupo musical profissional. Em 1944, mudou-se para Nova York, tocou no grupo de Billy Eckstine e em seguida matriculou-se na lendária Juilliard School of Music. Estudava de dia e tocava de noite com gigantes como Charlie Parker, Charles Mingus, Dizzy Gillespie, Fats Navarro e Max Roach. Em 1949, se apresentou no Paris Jazz Festival e na volta viciou-se em heroína, vício abandonado após alguns anos.
Com o antológico álbum Kind of Blue, de 1959, Miles e seu famoso sexteto revolucionaram o jazz, com o estilo modal. Muitos consideram a obra-prima de Miles um dos melhores álbuns de todos os tempos. Com seus 45min44seg, é a obra mais vendida na história e em 2008 foi objeto de edição especial, pela Columbia.
Miles casou-se três vezes, teve quatro filhos e, de 1975 a 1980, ficou em casa, sem tocar.
O documentário sobre a vida de Miles é sóbrio, delicado e objetivo e a forma e o conteúdo têm tudo a ver com o universo do jazz, um universo onde a música é a protagonista, onde a elegância, o bom gosto, as roupas discretas e o comportamento comedido compõe um mundo que depois de décadas segue encantando cidadãos de todo o mundo.
O documentário mostra como Miles contribuiu para formar uma imagem de homem negro respeitado, adorado, idolatrado em uma época na qual o racismo era muito maior do que é ainda hoje. Não falta um episódio envolvendo violência policial racista. Mas a maior parte do documentário mostra as idas e vindas de Miles, a disciplina e a indisciplina, a sobriedade e as drogas. Os encontros e os desencontros.
O documentário vai muito além dos aspectos musicais e da vida pessoal e profissional de Miles. As imagens, as músicas, as fotos, entrevistas e depoimentos sinceros e generosos de familiares e amigos fornecem aos espectadores um Miles por inteiro, com seus aspectos elogiáveis e outros nem tanto.
O ser humano atrás das imagens do mito, a verdade aparecendo em cada cena, em cada detalhe e os momentos de uma vida movimentada, criativa e rica estão no documentário, com respeito, consideração e, ao mesmo tempo, com franqueza absoluta. Não é pouca coisa.

Lançamentos

Romance autobiográfico clássico moderno de Marguerite Duras, Prêmio Goncourt de 1984

Romance autobiográfico clássico moderno de Marguerite Duras, Prêmio Goncourt de 1984


PLANETA/DIVULGAÇÃO/JC
  • O amante (Editora Planeta, R$ 37,90, 128 páginas)(acima), romance autobiográfico clássico moderno de Marguerite Duras, Prêmio Goncourt de 1984, com prosa intimista e certeira, acompanha a tumultuada história de amor entre uma jovem francesa e um rico comerciante chinês na Indochina pré-guerra.
  • A maçã no escuro (Editora Rocco, 400 páginas, R$ 54,90, e-book R$ 29,90), edição comemorativa do famoso romance de Clarice Lispector, publicado em 1950, narra a saga de Martim, que foge e se isola num hotel, depois numa fazenda, pensando que matou a mulher, tentando reinventar e manufaturar o destino.
  • De amor e de sombra (Editora Record, 319 páginas, R$ 46,00) romance da aclamada Isabel Allende, publicado originalmente em 1984, narra o encontro casual de uma jovem aristocrata chilena com um professor anarquista. A narrativa foi adaptada para o cinema, em filme protagonizado por Antonio Banderas.
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A propósito...

Não é demais repetir, diante do documentário sobre Miles, que a música e o amor são as coisas mais próximas de Deus. É bom lembrar que o trabalho duro e a disciplina contam mais do que somente a criatividade, mesmo quando é grande. Dez por cento de inspiração, noventa de transpiração, disse Thomas Edison. A vida de Miles teve altos e baixos, momentos de silêncio e paralisação e momentos de ação frenética. Seu percurso nos mostra que a vida é isso mesmo, amargo com doce, vitórias e derrotas, glória e ocaso. Nos anos finais, Miles mudou de roupas, de atitudes, de comportamento no palco, mas seguiu trabalhando, criativo, até ir para o palco de cima com apenas 65 anos. Sua música não para, nem tudo é silêncio. (Jaime Cimenti)